Preços muito altos limitam ganhos no setor imobiliário
17/09/12 07:14Os brasileiros aprendem desde pequenos que a compra de um imóvel é sinônimo de segurança e sossego. Mas será que, com o atuais preços, essa regra ainda vale?
Em primeiro lugar, deve-se verificar a taxa de aluguel, que é a divisão do valor do aluguel sobre o valor do imóvel. O valor do imóvel deve contemplar -além do preço pago- impostos e outros custos iniciais, como piso e acabamento, no caso de imóveis novos.
Pesquisas em sites e classificados apontam que a taxa de aluguel nas principais regiões de São Paulo gira em torno de 0,40%, valor extremamente baixo devido aos preços exorbitantes dos imóveis. Ao mesmo tempo, a Selic paga 0,60% ao mês.
Então por que um investidor aplica seu dinheiro em um mercado arriscado e de pouca liquidez para receber um retorno menor do que conseguiria em aplicações de menor risco?
Parte dessa irracionalidade pode ser explicada pelas expectativas criadas pelo investidor quanto a possíveis aumentos dos preços. Esta forma de especulação é uma característica da formação de bolhas, nas quais os indivíduos pagam valores absurdos por ativos com a esperança de que, no futuro, outro investidor aceite pagar um preço ainda mais irreal.
Há de se considerar, ainda, que o imóvel pode ser avaliado pelos retornos futuros que vai gerar. Este retorno é o aluguel, que alguns deixam de pagar e outros recebem.
O grande problema é que os preços subiram tanto que esse retorno ficou financeiramente desinteressante. É evidente que, se todos os investidores partilhassem da mesma visão, jamais seria formada a bolha. A distância da realidade e as expectativas de valorizações são tamanhas que já não há mais um caminho próspero para os preços.