Nobel de Economia
17/10/12 11:48Nessa última segunda-feira, o mundo passou a conhecer os mais novos ganhadores do prêmio Nobel de Economia. São eles Alvin Roth e Lloyd Shapley, pesquisadores das universidades de Harvard e da UCLA, respectivamente. Shapley preocupou-se mais com a teoria das pesquisas, enquanto Roth concentrou-se nas aplicações práticas.
Eles desenvolveram estudos sobre a teoria das alocações estáveis e a prática do design de mercado, os quais ajudaram a melhorar os seguintes casos:
- Escolas (Lloyd Shapley, 1962)
Nos Estados Unidos, os estudantes devem concorrer às vagas para as escolas de ensino médio. Como poucos podem aceder às melhores, com o passar do tempo, os estudantes estavam colocando como sua primeira opção as piores escolas, para ter a garantia de aprovação, embora não quisessem estudar lá. Após as pesquisas dos dois, criou-se um sistema que reúne as aplicações de todos os alunos, que devem rankear 12 escolas de seu interesse. As escolas também devem especificar seus critérios de preferência e, assim, o sistema seleciona a melhor alocação possível.
- Hospitais
Caso uma mulher tivesse problemas em seu rim, por exemplo, e seu marido quisesse doar um dos seus para ela, mas não fosse um doador compatível, eles deveriam esperar até que um doador anônimo surgisse. Tal evento poderia demorar muito a ocorrer ou nem mesmo acontecer. Os pesquisadores sugeriram, então, a criação de um sistema com cadastro das necessidades dessas pessoas, de modo que pessoas das mais diversas regiões pudessem doar a outras desconhecidas e assim, salvar a vida dos cônjuges.
Esses estudos dos premiados com o Nobel demonstram que a Economia pode ser utilizada e empregada na realidade, possibilitando melhor alocação de recursos e até mesmo, salvando vidas.
Curiosidades sobre Teoria dos Jogos
Essas pesquisas provêm de uma área de conhecimento da matemática chamada Teoria dos Jogos, cujo maior expoente foi John Nash, quem inspirou o filme “Uma mente Brilhante”. Essa área se interessa por comportamentos estratégicos com o objetivo de maximizar os ganhos dos participantes das interações e se aplica a negociações, relações internacionais, ou até mesmo um jogo de joquempô.
O exemplo mais conhecido dessa Teoria é o do Dilema do Prisioneiro. Para você que já ouviu falar dele, mas nunca entendeu bem o que é, segue uma explicação
“Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A polícia tem provas insuficientes para condená-los, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros, confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silêncio, o que confessou sai livre enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em silêncio, a polícia só pode condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos traírem o comparsa, cada um leva 5 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. “
Fonte: Wikipédia, acesso em 15/10/2012
A teoria dos jogos prevê que, nesse caso, os presos tenderão a confessar ambos, visando seu maior ganho, de forma que o chamado Equilíbrio de Nash será (confessar, confessar), no entanto, ambos estariam melhor conjuntamente caso optassem por (não confessar, não confessar). Dessa forma, a teoria prevê formas de levar os presos a esse equilíbrio mais benéfico para ambos, chamado, em economia, Pareto Ótimo.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP