Medo da perda
28/10/12 10:25As pessoas tendem a superestimar algum objeto ou experiência quando a possuem. Essa afirmação parece estranha se pensarmos na sabedoria popular “a grama do vizinho é sempre mais verde”, que muitas vezes percebemos acontecer conosco.
Mas sabe quando chega o final do ano, e você tenta reorganizar o armário e doar as roupas velhas que não usa mais, mas sente imenso dó de distribuir algumas e promete voltar a usá-las, mesmo sabendo que isso não vai acontecer?
Ou aquele amigo que tem um namoro fracassado, mas insiste em continuar nele, mesmo sabendo que pode conseguir uma parceira mais adequada.
Nessas situações e muitas outras, o que impera é o medo da perda. Medo do que podem deixar de ter sem aquilo de que dispõe no presente. Experimentos econômicos comprovam que as pessoas atribuem muito mais peso, na hora de fazer escolhas, eventos que lhe causam perdas do que ganhos.
Isso acontece pelo que se conhece como efeito dotação. As pessoas passariam a criar uma certa relação afetiva com objetos de sua posse, atribuindo a ele memórias especiais, e até mesmo as sensações que tiveram em eventos associados a ele.
Assim se explica porque muitos colecionadores de objetos antigos não vendem seus pertences por preço algum. Não se trata de mesquinharia, eles realmente não acreditam que dinheiro algum paga seu efeito dotação, tudo que está associado àquele bem que lhe traz recordações agradáveis.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP