Mundo Econômico – 11 de novembro
11/11/12 07:00O grande evento mundial da semana passada foi a eleição norte-americana. Em uma eleição bastante disputada, o presidente Barack Obama se reelegeu e afetou os mercados mundiais.
Na segunda-feira, as bolsas operavam com pouca movimentação devido à incerteza em relação à eleição. Na terça-feira, surgiu um otimismo em relação ao resultado eleitoral e os mercados fecharam em alta. Na quarta-feira e na quinta-feira, com a confirmação da reeleição e com a realização de lucros, as bolsas operaram no vermelho devido à dúvida com relação à possibilidade do fiscal cliff , que pode ser entendido como o vencimento de inúmeros cortes temporários de impostos e planos de investimento do governo norte-americano e que pode causar outra recessão no país). Na sexta-feira, sem muitas novas notícias, os mercados andaram de lado.
Outras informações importantes da semana foram:
a) O anúncio do Banco Central Francês que o país pode entrar em recessão já no fim desse ano.
b) A revisão negativa do crescimento de vários países da Europa (incluindo a Alemanha) pela Comissão Europeia.
c) A aprovação do pacote de austeridade grego, exigência dos credores internacionais, no valor de EUR 13,5 bilhões.
Panorama Brasil
O mercado acionário brasileiro seguiu tendência externa e o Ibovespa não se descolou muito das bolsas norte-americanas.
O dólar se valorizou fechou a semana R$2,0473 para venda e chegou a bater os R$2,06 na sexta-feira.
Quanto aos juros, houve leve alta, devido ao anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que o governo federal não conseguirá atingir a meta de superávit primário, o que era considerado como importante pelo BC para que a inflação convergisse para a meta de 4,5% a.a.
No geral, as notícias para o Brasil se mostraram negativas. O IPCA de outubro veio um pouco acima das expectativas, com um valor ainda alto: 0,59% no mês. A produção de petróleo, no Brasil, caiu 4% em setembro na comparação mensal. A produção industrial, também em setembro, caiu em 12 das 14 regiões em que ocorre a pesquisa feita pelo IBGE. Somente a deflação do IGP-DI para outubro (-0,31%) trouxe indicação positiva que a pressão sobre a inflação pode diminuir.
Expectativas da Semana
A CJE-FGV espera que os mercados continuem com um clima de incerteza e aversão ao risco. A queda na produção de petróleo pode influenciar negativamente o Ibovespa, que não contará com o apetite externo graças às dúvidas quanto ao fiscal cliff. Possíveis ganhos podem vir com a Vale, pois o preço do minério de ferro atingiu a máxima de 3 meses. Porém, a manutenção desse patamar de preços depende de dados econômicos chineses. No geral, os mercados devem andar lateralmente e com menor liquidez. Assim, o câmbio deve se manter próximo à R$2,04 e a curva de juros deve ter com pouca mobilidade.
Na próxima semana, saem dados sobre o varejo norte-americano e sobre a produção industrial (o que deve mover o mercado acionário externo e interno). No Brasil, serão divulgados, provavelmente sem surpresas, o IGP-10 e o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central).
Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getulio Vargas de São Paulo.