Mundo Econômico - 25 de Novembro
25/11/12 07:00Ainda é nebuloso o futuro da zona do euro. Na terça e quarta-feira passadas, os líderes do grupo não conseguirão chegar a um acordo sobre o pacote de medidas para reduzir o tamanho da dívida da Grécia.
Por mais que a chanceler alemã, Angela Merkel, tenha afirmado que existe a possibilidade de um resultado positivo ser atingido na reunião da próxima segunda-feira, há muita incerteza em relação ao futuro europeu de um modo geral.
Esse fatos não alteraram os mercados , uma vez que já estavam precificados
As bolsas mundiais operaram em alta durante a semana por conta de bons resultados nos PMIs (Purchasing Managers’ Index, pesquisa realizada com os principais administradores de negócios sobre as compras de suas empresas) nos Estados Unidos e China.
A interpretação do índice pode ser feita sempre em relação ao valor de 50. Resultados acima de 50 podem ser entendidos como aumento de confiança . De forma análoga , valor inferiores a 50 pode ser entendidos com aumento da desconfiança.
O PMI chinês foi de 50,4 na leitura preliminar de novembro indicando uma melhora na confiança.
Nos Estados Unidos, o PMI foi de 52,4, também em leitura preliminar de novembro, valor atinge o maior nos últimos em oito meses.
Na Europa, o PMI foi de 45,8, caracterizando aumento da desconfiança e amargando o décimo mês consecutivo em um patamar menor que 50.
No mais, o Centro de Análise Econômica (CPB) holandês divulgou, em seu relatório mensal, dados acerca do comércio mundial apontando um aumento em 0,8% puxado, principalmente, pela Ásia e pelos EUA.
Panorama Brasil
No Brasil, houve queda na demanda por crédito das empresas. Apesar de parte do movimento ser sazonal, isso pode indicar que as empresas tem baixas perspectivas para o crescimento econômico no futuro.
Foram divulgados também o IPC-S, que indicou inflação de 0,35%, e o IPCA-15, que indicou desaceleração de 0,65% para 0,54% – puxada pelo grupo de alimentos.
Quanto ao mercado acionário, houve reflexo do otimismo externo. As bolsas fecharam em alta com destaque para as empresas cujo foco é o consumo interno brasileiro. Somente na quarta-feira, o Ibovespa teve rendimento negativo devido à punição às empresas do setor de energia elétrica e à Petrobrás.
A queda sofrida pela Petrobrás foi oriunda do aumento de custos ocasionados pela alta do dólar que atingiu o patamar de R$2,118 na sexta feira. A alta foi combatida com uma intervenção do Banco Central, o que levou o fechamento da semana para R$2,0819 na venda.
Um dólar mais valorizado pode aumentar os preços dos produtos importados e elevar a inflação. Assim, as taxas de juros subiram e caíram de acordo com as oscilações do mercado de câmbio.
Expectativas da Semana
A CJE-FGV continua acreditando que, no curto prazo, não haverá tendência concreta para os mercados acionários. Dados positivos ou negativos que forem divulgados podem afetar o rendimento desses mercados em todo o mundo.
Na próxima semana, saem diversos dados norte-americanos que podem confirmar ou não o atual otimismo.
As ordens de bens duráveis devem apresentar variação negativa abaixo de esperado, mas dados do consumo e do emprego podem surpreender positivamente.
No Brasil, sai o PIB do 3º trimestre e as sondagens da indústria e do consumidor feitas pela FGV.
Na quarta feira, haverá uma reunião do Copom em que a decisão provavelmente não surpreenderá, ou seja, contamos com manutenção da meta da taxa Selic em 7,25% a.a.
Enquanto isso, os investidores devem continuar testando o limite de R$2,10 para o dólar, forçando valorizações para concluírem se há teto ou não definido pelo Banco Central.
Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.