Instrumentos Financeiros nº11: Ações
27/11/12 07:31Comprar ações é ser sócio de grandes empresas. Um investimento de risco que atrai investidores
Ação é um título de renda variável que representa a menor fração do capital social de uma sociedade por ações (S/A). Possuir ações de uma empresa significa ser dono de um pedaço dela.
Do ponto de vista da empresa, emitir ações é um meio de ter acesso a recursos para financiamento de projetos de investimentos. Isso reduz as despesas financeiras, contribuindo para a saúde financeira das empresas.
As ações não possuem prazo de resgate e os seus preços refletem as expectativas de desempenho das empresas e suas políticas de distribuição de lucros.
Esse processo de expectativas faz com que seja um investimento de difícil previsão e alto risco. Por exemplo, se os investidores esperam que uma empresa tenha lucro de R$ 100 milhões em determinado ano e ela apresenta lucro de R$ 90 milhões, o valor de sua ação vai cair apesar do lucro. De forma análoga, se o mercado espera um prejuízo de R$ 100 milhões para uma empresa e for revelado um prejuízo de R$ 95 milhões, suas ações irão subir. Resumindo, toda lógica de formação de preço no mercado acionário se dá em cima de expectativas.
Ao comprar ações, o investidor se torna sócio da empresa, mas não tem garantia de rentabilidade. Por essa razão, o mercado de ações é um investimento de renda variável.
O risco de investir em ações está associado a diversos fatores. O investidor deve ficar atento, sobretudo, à qualidade da empresa, desempenho do setor e condições políticas e macroeconômicas do país.
A avaliação dos fatores mencionados não é tarefa simples, tornando o investimento muito volátil e arriscado. Devido a grande incerteza, muitos especialistas se sentem mais confortáveis em recomendar o investimento em ações para um horizonte de longo prazo.
As ações podem ser de dois tipos: ordinárias e preferenciais. As ações ordinárias conferem ao seu detentor o direito de voto, ao passo que as preferenciais dão o direito de preferência sobre os lucros a serem distribuídos aos acionistas, não concedendo o direito de voto.
Normalmente, as ações preferenciais são as mais negociadas no mercado, uma vez que a maior parte dos investidores está preocupada com uma melhor remuneração.
O mercado de ações é dividido em dois segmentos: o mercado primário e o mercado secundário.
As novas ações são transacionadas no mercado primário, por meio de intermediários financeiros, dentre os quais se destacam os bancos de investimento, as corretoras e as distribuidoras. Todos os recursos obtidos no mercado primário são canalizados para a empresa que emitiu as ações.
As ações já existentes são transacionadas no mercado secundário na BM&F BOVESPA. Esse mercado é de fundamental relevância para os investidores, pois é nele que se forma a liquidez dos títulos. Note que as transações são entre investidores, não existindo empresas captando recursos.
Em relação à liquidez, as ações são geralmente classificadas em Blue Chips, 2ª linha e Small Caps. Vamos entender essa distinção.
As Blue Chips são ações mais negociadas, possuindo maior liquidez. Em geral empresas tradicionais de grande porte e de grande reputação.
As ações de 2ª Linha são bem conceituadas junto aos investidores, mas que não estão incluídas entre as mais negociadas, portanto, são menos liquidas que as Blue Chips.
Já as Small Caps são ações com pouca liquidez, em geral de empresas de médio e pequeno portes, no entanto, não necessariamente de menor qualidade.
As ações são um instrumento financeiro destinado a pequenos, médios e grandes investidores. O valor mínimo para iniciar as aplicações varia muito dependendo da empresa que se pretende adquirir as ações.
É comum encontrar aplicações mínimas que iniciam com aproximadamente R$ 100,00 já incluídos os custos da operação.
Os custos para operar no mercado de ações são compostos por: corretagem, emolumentos e custodia.
A corretagem é uma taxa devida por operação à instituição intermediadora e é livremente pactuada entre o investidor e a corretora de valores.
Os emolumentos são cobrados pela BM&F BOVESPA por pregão em que tenham ocorrido negócios por ordem do investidor.
A taxa de custodia diz respeito aos serviços de compensação, liquidação e custódia das operações efetuadas, prestado no Brasil pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
No mercado de ações não há incidência de imposto sobre operações financeiras (IOF) e o imposto de renda (IR) incide a uma alíquota de 15% para operações normais e 20% nas operações day trade, quando a compra e a venda ocorrem no mesmo dia.
O IR devido deve ser recolhido mensalmente, até o último dia útil do mês subsequente em que os ganhos foram auferidos. As vendas mensais de ações no valor de até R$ 20.000,00 por investidor pessoa física estão isentas de IR.
A lei determina que as empresas destinem no mínimo 25% do lucro aos acionistas. O lucro pode ser distribuído na forma de dividendos ou juros sobre capital próprio. Os dividendos pagos por ações não são tributados para fins de IR e os juros sobre capital próprio são tributados à alíquota de 15% sobre o valor recebido.
Vale observar que ao comprar ações, o investidor se torna sócio de empresas, mas não tem garantia de rentabilidade. Por essa razão, o mercado de ações é considerado um investimento de risco.
É possível acompanhar o mercado de ações por meio de revistas, jornais, noticiários econômicos e sites especializados ou ainda contar com assessoria de profissionais de corretoras.
Bons investimentos!
Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.