Incentivos do governo para o setor imobiliário podem gerar apenas aumento das margens de lucro
05/12/12 14:13Na manhã de ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anuncioou medidas de estímulo à construção civil, como a desoneração da folha de pagamentos, a redução do Regime Especial de Tributação (RET) sobre o faturamento, a ampliação do limite do chamado ‘RET social’ e o aumento do capital de giro para empresas do setor.
Tais medidas animam os brasileiros que pensam em comprar imóveis, no momento, quer seja para habitação ou especulação, criando expectativas de queda nos preços que, atualmente, encontram-se em patamares muito elevados.
No entato, deve-se considerar que, em mercados concentrados, como o de construção civil, esses incentivos podem não ser revertidos em queda de preços, mas somente em aumento do lucro de construtoras e corretoras.
Isso acontece porque, naturalmente, ao adquirir bens de valor tão alto, as pessoas não pensam em seu valor absoluto, mas sim na parcela que terão que arcar. Assim, decidem pela aquisição verificando se a parcela cabe em seu bolso.
Com a redução da taxa de juros, que ocorreu recentemente, com o mesmo valor de parcela, as pessoas conseguem financiar um valor muito maior, assim, as construtoras têm incentivos a inflar o preço de seus imóveis, sabendo que eles serão igualmente atrativos, em função da manutenção do valor da parcela de seu financiamento.
Para que esses incentivos resultem na queda dos preços e maior facilidade de aquisição, é necessária certa regulação no setor, para que os benefícios não fiquem retidos no meio das transações.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP