Instrumentos financeiros nº15: Fundos de Investimento Imobiliário (FII)
01/01/13 02:59Uma forma diferente de investir em imóveis.
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) se destacaram como alternativa de investimento em razão dos bons retornos proporcionados nos últimos anos. Tanto no Brasil como no mundo, os investidores agem com base no passado recente, dessa forma, investimentos com alguns meses de sucesso atraem recursos e novos entrantes.
Conforme dados da BM&F BOVESPA, o número de investidores aumentou consideravelmente neste ano. Em dezembro de 2011, havia 35,2 mil investidores. Hoje são cerca de 100 mil.
Este veículo financeiro foi regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 1994 sendo destinado, em princípio, a grandes investidores. No entanto, a partir de 1999, com a imposição de novas regras pelos órgãos reguladores, os FII se voltaram para quaisquer investidores.
A ideia dessa modalidade de investimento é bem simples: Em vez de adquirir imóveis convencionais, o investidor compra parcelas de imóveis tornando-se coproprietário. Desta forma, o investidor possui cotas, que podem lhe proporcionar lucros ou prejuízos vinculados ao sucesso ou fracasso dos imóveis que compõem o fundo.
É importante destacar que cada fundo pode aplicar seus recursos em um ou mais imóveis, parte de imóveis, direitos a eles relativos, entre outras opções.
Os principais empreendimentos onde os FII aplicam seus recursos são imóveis com fins comerciais tais como shopping centers, prédios comerciais, hospitais, hotéis, faculdades e aeroportos.
A rentabilidade dos fundos se origina da locação, arrendamento e demais atividades atinentes ao setor imobiliário, justamente como num investimento imobiliário convencional.
O principal benefício para o investidor é o fracionamento dos imóveis em cotas permitindo uma maior diversificação do risco. Vale lembrar, que por mais diversificado que seja o fundo, em caso de uma quebra estrutural do setor como em um eventual estouro de uma bolha imobiliária, os cotistas enfrentariam grandes prejuízos.
Para aqueles que querem enfrentar o risco do setor, mas não o risco individual de um imóvel, o fundo permite uma interessante diversificação. Vale pontuar que esse tipo de estratégia de diversificação demandaria um patrimônio muito maior do que o necessário para participar dos FII.
Os Fundos Imobiliários (FII) são instrumentos democráticos no sentido que são voltados a pequenos, médios e grandes investidores. É comum encontrar aplicações mínimas que iniciam com aproximadamente R$ 100,00 sem incluir os custos da operação.
Dentre as vantagens oferecidas por esse tipo de investimento comparativamente aos imóveis de propriedade direta, destacam-se a liquidez, a vantagem fiscal e os baixos custos de transação.
Liquidez: As cotas de FII são transacionadas em bolsa de valores possuindo, consequentemente, boa liquidez.
Vantagem Fiscal: Nos FII não há incidência de imposto de transmissão de bens imóveis inter vivos (ITBI) e imposto de renda pessoa física (IRPF) sobre os rendimentos distribuídos pelo fundo mensalmente. O imposto de renda (IR) incide somente sobre os ganhos de capital a uma alíquota de 20,0%, no momento da venda.
Baixos Custos de Transação: O custo para operar é composto pela taxa de corretagem devida na entrada e na saída da operação. O investidor paga para negociar suas cotas uma taxa de, aproximadamente, 0,5% na entrada e 0,5% na saída. Vale notar que a média cobrada pelo corretor de imóveis para realizar a venda de um imóvel de propriedade direta é 6,0%.
Vale destacar que os FII são um investimento de renda variável e, por isso, não possui qualquer garantia de rentabilidade. Por essa razão, é considerado um investimento de risco.
É possível acompanhar o mercado de FII por meio de revistas, jornais e sites especializados ou ainda contar com assessoria de profissionais de investimentos.
Segue o desempenho dos quinze fundos que tiveram melhor desempenho no período acumulado de janeiro a novembro de 2012. O cálculo foi realizado através da Taxa Interna de Retorno (TIR), considerando a variação dos preços das cotas dos fundos e suas distribuições.
Bons investimentos!
Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.