Liberdade, igualdade e fraternidade: os passos da crise do Euro na França
12/01/13 06:00O ano novo começou e com ele continuam as discussões de quando ocorrerá a superação definitiva da crise econômica.
No entanto, alguns aspectos são interessantes de analisar acerca dela e sua capacidade de mudança das condições sociais e politicas nos países envolvidos.
Um caso bastante interessante é o francês. Como todos sabem, a França experimentou, em 1789, a Revolução Francesa, que visava mudar o status quo de exploração dos laboratores (trabalhadores) pelos oratores(clero) ebellatores (nobreza).
Vale ressaltar, contudo, que essa revolução foi antes resultado de uma grave crise econômica do que de uma vontade de fazer prevalecer certas ideologias, principalmente a que se tornou mais conhecida, de defesa da liberdade, igualdade e fraternidade.
Um ano antes desses acontecimentos, em 1788, a França amargava um déficit de 126 milhões e os camponeses dispunham, para uso próprio, de apenas 35% de sua produção.
Para o clero, deviam entregar 8% de sua renda, para o 7%, para o rei 10%, para o proprietário das terras 20%, e, por fim, para a reserva de sementes, destinava 20% de sua safra.
Interessante é constatar, no entanto, que o contexto francês durante a crise europeia recente não era muito diferente.
Talvez tais fatos expliquem a eleição, no ano passado, do presidente Francois Hollande, membro do partido socialista, quem, inclusive aprovou uma taxação de 75% sobre grandes fortunas.
Como se pode inferir, as crises tem vasta capacidade de mudança e rearranjo de condições políticas e sociais.
Fazendo aqui referência a Schumpeter e seu vendaval criativo‘, talvez eventos desagradáveis sejam necessários para mudanças indispensáveis e que, por fim, podem gerar uma situação melhor que a anterior.
Resta as pessoas a responsabilidade de extrair o melhor desses aprendizados e construir estruturas e instituições melhores e mais eficientes que as precedentes.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV- EESP. Agradecimentos especiais a Jean- Francois Dunyach, professor da Univerdade de Paris-Sorbonne.