Mundo Econômico - 20 de janeiro
20/01/13 07:00Panorama Mundo
A semana foi, novamente, de movimentos laterais nas principais bolsas mundiais. Com os agentes formando expectativas para o ano e com o impasse do teto da dívida norte-americana*, a cautela dominou os investidores.
Com resultados positivos de bancos norte-americanos e alguns bons indicadores (dados do varejo e do mercado imobiliário, assim como o número de pedidos de auxílio-desemprego, que foram melhor que o esperado, a tendência foi de leve alta. Com isso, boa parte das bolsas internacionais fechou a semana no azul.
Destaque para a bolsa chinesa que subiu 3,3% na semana. O desempenho puxado pelo crescimento maior que esperado do PIB. O dado foi de alta de 7,9% a.a. no último trimestre. O número é pequeno para padrões históricos, mas mostra tendência de recuperação e surpreendeu os analistas de mercado.
Apesar das do tom positivo , a semana também tev algumas preocupações. As negociações em relação ao problema da dívida a norte-americana não avançaram e a agência de rating Fitch ameaçou cortar o rating do país se nada for feito para combater o alto déficit orçamentário atual. Além disso, o Beige Book* indicou que a economia dos EUA continua em ritmo lento.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa manteve a tendência externa. O índice andou de lado, mas fechou a semana com alta de 0,75%.
O destaque para informações do Banco Central. O IBC-Br* de novembro indicou alta de 0,4%, acima das expectativas do mercado, o que pode sugerir um início de recuperação do crescimento.
Além disso, houve a reunião do Copom. Como previsto pela CJE-FGV, a taxa SELIC se manteve inalterada em 7,25%, o Bacen sinalizou a precupaçnao com a inflação.
No mais, deve-se dar importância as recentes ações do governo federal. Houve especulações sobre o aumento da gasolina, insistência na redução da tarifa de energia e pedidos para que Rio de Janeiro e São Paulo não aumentassem as tarifas de ônibus em janeiro. Essa última medida tem como objetivo impedir uma inflação sazonal de início de ano.
Falando em inflação, o IGP-10 recuou de 0,63% para 0,42% graças à queda dos preços agrícolas. Enquanto isso, o IPC-S acelerou de 0,77% para 0,89% entre a primeira e a segunda quadrissemana deste mês.
Quanto ao câmbio, o dólar apresentou leve valorização, fechando a semana em R$2,0434 na venda. O motivo da alta foi, também, o clima de cautela.
Expectativas da Semana
Na próxima semana, o mercado deve manter o ritmo de incertezas. Com dois feriados (21/01 – Dia de Martin Luther King; 25/01 – aniversário de São Paulo), só haverá movimentações bruscas no Ibovespa se houver um acordo sobre o teto da dívida pública norte-americana.
A tendência da semana será ditada, então, pelo resultado de diferentes indicadores. Destaque para a divulgação do PMI* preliminar da Zona do Euro e dos leading indicators* dos EUA.
Enquanto isso, o dólar deve se movimentar pouco em relação ao real e as expectativas de inflação devem continuar subindo vagarosamente.
*Dicionário Economês-Português
Teto da dívida norte-americana – Nos Estados Unidos, há um limite para o tamanho da dívida pública. Esse limite, ou teto, é definido pelo Congresso. Atualmente, os EUA se aproximam de superar tal barreira. Se isso ocorrer, haverá diversos cortes de gastos. Uma das soluções é aumentar o teto da dívida, mas é necessário acordo partidário para tanto.
Beige Book – O “Livro Bege” é um relatório publicado oito vezes ao ano pelo FED* que indica o estado da economia do país. A informação apresentada é baseada em dados, pesquisas e entrevistas.
FED (Federal Reserve) – Banco Central norte-americano.
IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) – Índice calculado pelo Banco Central que tem como objetivo tentar prever o desempenho futuro da economia brasileira.
PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.
Leading Indicators – Os “indicadores líderes” norte-americanos procuram prever a atividade econômica do país através de dados que estão correlacionados com o atividade econômica futura do país.
Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.