Mundo Econômico - 03 de fevereiro
03/02/13 07:00Panorama Mundo
A semana passada foi de dados mistos sobre a economia mundial. Consequentemente, bolsas operaram com volatilidade, mas, no geral, lateralmente.
No mundo das ações, destaque para a bolsa chinesa que subiu 5,57% na semana. Os motivos foram o terceiro aumento mensal consecutivo nos lucros da indústria do país, que subiram 17,3% na comparação anual, e o PMI* do país que indicou expansão.
O destaque negativo ficou por conta da bolsa espanhola. A queda semanal foi de 5,67% com o estresse financeiro da zona do euro que fez com que o Banco Central Europeu anunciar que daria a liquidez necessária para auxiliar a fraca economia europeia.
Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam a semana positivamente frente aos dados mistos do país. Decepcionando os investidores, o crescimento do PIB norte-americano foi revisado de 1% para queda de 0,1% no último trimestre. Além disso, a ata da reunião do FOMC* destacou que a economia norte-americana pode recuar após ter desacelerado no fim do ano passado.
Por outro lado, bons foram os dados de bens duráveis, de pedidos de auxílio-desemprego, do Chicago PMI* e da confiança do consumidor.
Na Europa, o desemprego da Alemanha surpreendeu ao cair para 6,8% em janeiro. O PMI* da região, apesar de apresentar retração em 47,9, veio cima do esperado também.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa se descolou de boa parte das bolsas internacionais durante a semana. No fim, o índice fechou a sexta-feira de volatilidade com queda de 1,34%.
O inesperado anúncio da Petrobrás do aumento de 6,6% na gasolina sel decepcionou o mercado que esperava uma alta maior e derrubou o o preços das ações . A notícia veio em uma data inesperada com uma alta menor que a esperada, o que fez as ações da empresa caírem. No mais, as expectativas para o crescimento do PIB brasileiro caíram na semana. O Relatório Focus mostrou que essas perspectivas caíram de 3,19% para 3,10% em 2013.
Ainda negativamente, o déficit da balança comercial de janeiro foi o menor da história. O déficit foi de US$ 4,035 bilhões.
Quanto à inflação, o IGP-M veio desacelerando, graças aos preços agrícolas, em 0,34%. No entanto, o IPC-S manteve o nível alto de 1,01% na 4ª quadrissemana de janeiro.
Em relação ao câmbio, o BC parece ter sinalizado que deseja um real mais valorizado para combater a inflação quando permitiu que o dólar caísse abaixo de R$2,00. No entanto, Guido Mantega declarou que o governo nõ deixará o câmbio desestimular a indústria. O dólar encerrou a semana em R$1,9890.
Expectativas da Semana
A tendência da próxima semana é de movimentos laterais nas bolsas internacionais.
O Ibovespa, no entanto, pode apresentar volatilidade enquanto os investidores continuam a criar expectativas para a economia no ano. Como o cenário interno está bastante incerto, o movimento da bolsa pode depender bastante dos preços das commodities.
Mantendo o nível de dúvida, as expectativas de inflação devem subir levemente junto com os juros por conta de incertezas.
Também em um cenário incerto, o dólar deve se manter praticamente estável em patamar abaixo de R$2,00. Os investidores esperam sinalização do governo se o câmbio será usado para combater a inflação ou não.
*Dicionário Economês-Português
PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.
FOMC – O “Federal Open Marketing Committee” é o equivalente norte-americano do Copom Brasileiro. O FOMC é o comitê que decide a política monetária do país do Tio Sam periodicamente.
Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.