Mundo Econômico - 10 de fevereiro
10/02/13 07:00Panorama Mundo
A semana foi, no geral, de movimentos laterais nas bolsas mundiais. Destaques negativos para algumas bolsas europeias, como a Alemã, que fecharam em quedas expressivas na semana.
O motivo do pessimismo europeu foi o surgimento de vários problemas políticos na região. Na Espanha, houve acusações de corrupção contra o primeiro-ministro Mariano Rajoy.
Na Itália, devido à atuação do presidente do BCE na crise do banco Monte Paschi, surgiu um movimento para a queda de Mario Draghi. Além disso, no fim deste mês, o país passará por eleições e o ex-premiê Silvio Berlusconi pode assumir o cargo. A maior parte dos analistas entende resultado como negativo para o país.
Também negativas foram as notícias advindas dos EUA. Dados ruins vieram dos pedidos de auxílio desemprego e da produtividade e do custo da mão-de-obra. Por outro lado, o déficit comercial do país caiu 20% e o setor de serviços apresentou expansão.
Somente a China apresentou dados estritamente positivos. O setor de serviços do país mostrou uma expansão maior que o previsto e a inflação desacelerou. Além disso tanto as exportações quanto as importações aumentaram mais de 25% em comparação com o ano anterior.
Panorama Brasil
Com queda das blue chips*, o Ibovespa assimilou mais o pessimismo internacional e fechou a semana com queda de 3,07%.
Houve um aumento de 42% das falências em janeiro, se comparada com o mesmo período do ano anterior, uma queda na confiança da construção civil e uma redução na produção de petróleo da Petrobrás.
Enquanto isso, a inflação continua a preocupar, como confirmado pelo próprio Alexandre Tombini. O IPCA de janeiro teve aumento mensal de 0,86%, o maior para um mês desde abril de 2005 e o maior para o mês de janeiro desde 2003. A alta acumulada em 12 meses já chega a 6,15% e ameaça superar o teto da meta no meio do ano.
Em relação ao câmbio, o dólar se depreciou em relação ao real na semana e fechou a sexta-feira em R$1,9730 para venda. O movimento foi liderado pela inflação que fez o mercado acreditar que o BC usaria o câmbio para controlar a inflação. No entanto, o Banco Central interviu e impediu que o dólar chegasse ao patamar de R$1,95.
Expectativas da Semana
A próxima semana tende a ser um período em que os movimentos da bolsa nacional serão ditados por acontecimentos externos. Além da agenda nacional ser pouco agitada, a bolsa brasileira só abrirá a partir de quarta à tarde.
Como agravante para a movimentação na BMF&Bovespa, a bolsa chinesa passará toda a semana fechada devido à comemoração do ano novo chinês.
A tendência é de haver outra semana ruim para o Ibovespa. Com poucas esperanças para resoluções positivas no encontro do Eurogrupo na terça-feira e para a preliminar do PIB da zona do euro, o cenário externo deve ser ruim.
Perspectivas positivas podem vir dos dados americanos da produção industrial e da confiança do consumidor, . Logo, o pessimismo com a Europa deverá ser o protagonista.
*Dicionário Economês-Português
Blue chips – É o termo empregado nos mercados de ações para designar ações de empresas de empresas de alto valor de mercado e/ou bem estabelecidas com comprovada lucratividade. No caso brasileiro, o termo refere-se, principalmente, à Petrobrás e à Vale.
Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.