Renuncia do papa e o banco do Vaticano
15/02/13 12:10A recente notícia que surpreendeu todo o mundo, da renúncia do Papa Bento XVI tem mais impacto do que se pode imaginar.
Independentemente de sua causa real, quer sejam problemas de saúde, quer problemas políticos ou de popularidade, sabe-se que a tal renúncia implica a escolha de um novo líder religioso.
Mas o que muitos não sabem é que esse líder herda também responsabilidades sobre uma instituição financeira, o Banco do Vaticano.
Fundado pelo Papa Pio XII em 1942 para administrar alguns bens da Igreja Católica, o banco tem hoje mais de €6 bilhões de ativos, mantém 33.000 contas correntes e operações em 150 países, embora suas agências estejam restritas ao Vaticano.
Sua administração independe da Santa Sé, de modo que o presidente e o diretor geral respondem somente ao Papa. Em caso de morte ou renúncia, como a ocorrida, a supervisão acontece pelo camerlengo.
No que tange ao Banco, especula-se que recentes escândalos envolvendo-o podem ter contribuído para a renúncia do Papa, que foi obrigado a tomar medidas para aumentar sua transparência.
O caso começou em setembro de 2010, quando autoridades italianas congelaram €23 milhões de uma instituição chamada Credito Artigiano, vinculada ao Banco do Vaticano, por suspeita de lavagem de dinheiro .
Como o presidente e o diretor geral não forneceram todos os dados requeridos pelo Banco Central da Itália na investigação do caso, aumentaram as suspeitas acerca da origem do dinheiro.
Tal fato culminou na queda do então presidente da instituição, Ettore Tedeschi, que foi substituído por um brasileiro, o economista Ronaldo Schmitz
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP