Mundo Econômico - 17 de fevereiro
17/02/13 07:00Panorama Mundo
Nesta semana, o mundo das ações foi marcado pelo desempenho negativo da bolsa alemã, DAX-30, que teve queda semanal de 0,77%.
A causa foram dados da Europa que mostraram um aprofundamento da recessão na zona do euro: a agencia de dados Eurostat divulgou uma queda de 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) desta região no último trimestre.
Vale mencionar que no começo da semana os indicadores apontaram para uma recuperação, ainda que lenta, da atividade industrial na zona do euro.
Enquanto isso, o BCE (Banco Central Europeu) ressaltou que só usará programas de compras de títulos em caso de grandes problemas na condução da política monetária.
Já nos EUA, os números fiscais revelados na terça-feira registraram um superávit de US$ 2,8 bilhões, bem acima das expectativas dos analistas.
Em discurso ao Congresso, o presidente dos EUA, Barack Obama, ressaltou que o país apresenta sinais de recuperação, mas que precisa gerar mais empregos e partir para questões mais abrangentes do que apenas as orçamentárias.
Por fim, além dos indicadores, o mercado seguiu na expectativa pela reunião do G-20 (um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 economias do mundo além da União Européia). O encontro aconteceu em Moscou, Rússia com um esforço para acalmar os boatos de guerra cambial. O G-20 informou que se empenhará em garantir que a política monetária fique focada na estabilidade dos preços e em crescimento, em vez de no enfraquecimento de suas moedas.
Panorama Brasil
Com a semana mais curta devido ao feriado de Carnaval, as últimas três sessões do principal do IBOVESPA acumularam queda de 1,01%, a quarta semana seguida de baixa.
As ações ON* da OGX mergulharam nos últimos minutos do pregão desta sexta-feira, com o disparo das chamadas ordens “stop loss”*, que visam limitar as perdas dos investidores. Segundo operadores, não houve fatos novos em torno da empresa de petróleo de Eike Batista. O movimento foi meramente técnico e especulativo.
O dólar fechou em alta nesta sexta-feira, após o Banco Central, como na semana passada, realizar mais um leilão de swaps cambiais reversos*.
Para muitos operadores, a intervenção sinaliza o novo piso para o câmbio, mesmo que alguns ainda não concordem e vejam espaço para novas quedas da moeda americana. O dólar comercial fechou em alta de 0,36%, a R$ 1,965.
Ainda na sexta-feira, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o câmbio não é instrumento para controlar a inflação, isso deve ser feito através dos juros.
A respeito do nível geral de preços, o ministro declarou que o governo está vigilante com a alta da inflação, e negou que exista descontrole de preços no Brasil.
Expectativas da Semana
Apesar de serem divulgados indicadores importantes em todo o mundo, o Brasil deve ser o grande foco. Tanto pela quantidade de dados a serem apresentados, quanto pela importância dos números.
Entre os principais dados, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) deve chamar a atenção para a evolução da economia brasileira.
Para não perder o costume, os investidores continuarão atentos à inflação já que diversos indicadores serão apresentados durante o período.
O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) será o grande destaque. Uma nova alta pode afetar diretamente outros mercados, como o câmbio e o de juros.
No mundo, após o longo feriado, a China volta à ação. Porém, o único grande índice na agenda do país será o de crescimento econômico.
Na zona do euro, além das discussões orçamentárias, os dados do PMI de serviços e da indústria podem trazer novidades para o mercado e mexer com os investidores no meio da semana.
*Dicionário Economês-Português
Ações ON (ordinária nominativa) – são ações que dão o direito a voto , ou seja, de participar das decisões da companhia.
Spot loss – é um tipo de ordem de negociação especial que você envia para sua corretora. A ordem stop loss indica sua intenção de interromper e limitar a perda em uma posição aberta. Geralmente os investidores utilizam ordens stop loss como medida de controle dos riscos de operação.
Swaps cambiais reversos – são operações conduzidas pelo Banco Central que têm como objetivo enxugar o excesso de dólares no mercado futuro. Por meio dos contratos de swap reverso, a autoridade monetária evita, ainda que temporariamente, a alta do Real e melhora o perfil da dívida pública, uma vez que reduz a parcela da dívida indexada ao dólar.
Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.