Instrumentos Financeiros nº22: Mercado Futuro
26/02/13 11:05O mercado futuro é uma evolução do mercado a termo onde são negociados diversos ativos como, por exemplo, commodities, ações, moedas e títulos públicos.
Assim como no mercado a termo, é um acordo entre duas partes para comprar ou vender um ativo em determinada data futura, por preço certo e ajustado.
É utilizado, normalmente, como proteção contra o risco de oscilação de preços (hedge). Com os futuros de commodities, por exemplo, é possível garantir a fixação dos preços de determinadas mercadorias que, de outra forma, suportariam no preço os impactos diretos de fatores extrínsecos, como clima, condições de solo e outras intempéries.
Os contratos futuros são negociados apenas em bolsas de valores e mercadorias, possuindo características muito especificas a depender do ativo objeto da negociação. Dentre as características mais abrangentes, o mercado futuro possui menor risco de inadimplência quando comparado ao mercado a termo, em razão dos ajustes diários e da mobilidade de posições, traduzida pela possibilidade de recompra e revenda dos contratos – as partes conseguem encerrar suas posições antes da data de liquidação.
O ajuste diário pode ser vislumbrado como uma das grandes diferenças entre o mercado termo e o mercado a futuro. Neste, ocorre a equalização de todas as posições, com base no preço de compensação do dia, resultando na movimentação diária de débitos e créditos nas contas.
Nos contratos, são requeridas garantias para assegurar que haverá fundo suficiente para cobrir prejuízos no caso de inadimplência de uma das partes do contrato. As garantias podem se constituir nas modalidades de cobertura ou margem.
Quanto aos encargos, as operações estão sujeitas a taxa de corretagem (livremente pactuada entre o cliente e a corretora que ele contratar), taxa de registro, emolumentos e taxas de liquidação.
Não há incidência de imposto sobre operações financeiras (IOF), e o imposto de renda (IR) incide sobre todas as operações, sendo que os procedimentos são diferenciados a depender do tipo de contrato e modalidades.
Segue, a título ilustrativo, um exemplo de operação de hedge no mercado futuro, adaptado do Manual da BM&F BOVESPA. Neste exemplo não são considerados os custos operacionais e os tributos. Vale notar que as taxas de câmbio utilizadas no exemplo são fictícias.
Exemplo: Considere um exportador que irá receber, em março, a quantia de US$ 30.000 e que teme uma possível baixa da moeda norte-americana. Com o intuito de não ficar exposto a essa variação cambial até o vencimento, vende minicontratos futuros na BM&F Bovespa.
A operação ocorre da seguinte maneira:
-Valor do contrato futuro mini de dólar: US$ 10.000
-Nº de contratos = 3
-Taxa de câmbio de abertura da posição no mercado futuro: R$ 2.622/US$ 1,00
-Taxa de câmbio de ajuste do dia que a operação foi realizada: R$ 2,621/US$ 1,00.
-Suposição da taxa de câmbio no mercado a vista no dia do vencimento do contrato: 2,400/US$ 1,00.
AJUSTES DIÁRIOS
Nesse caso, o cenário de queda temido pelo exportador se concretizou e ele obteve um ganho total de R$ 6.660 no transcorrer do contrato. Vale ressaltar que esse ganho no mercado futuro é anulado pela perda que ele terá ao receber os dólares de seu cliente, conseguindo êxito no hegde proposto.
É interessante notar que foram realizados ajustes diários, débitos e créditos, nas contas das duas partes envolvidas. Esse procedimento faz com que o risco seja mitigado e dissolvido no tempo.
É possível acompanhar o mercado futuro em jornais, revistas e sites especializados ou ainda contar com assessoria de profissionais de corretoras.
Bons Investimentos
Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.