Greve no Rio e desequilíbrios em São Paulo
02/03/13 01:00A greve que paralisou ontem 80% dos ônibus que circulam diariamente na cidade do Rio de Janeiro nos faz pensar sobre a situação do transporte público paulistano.
No caso do Rio, 75% das viagens são realizadas utilizando ônibus como meio de transporte, de modo que a sexta-feira foi caótica na cidade. Os pontos ficaram lotados, táxis abarrotados, cobrando R$20 por passageiro e muitas pessoas caminharam longas distâncias a pé.
A paralisação ocorreu devido às exigências por parte dos trabalhadores do setor de um aumento salarial de 15% e não 8%, como propunha a respectiva entidade patronal.
Exigiam também o fim da dupla função de motorista e cobrador, vale alimentação, cesta básica e plano de saúde.
Em São Paulo, o transporte viário também apresenta uma situação delicada, uma vez que a tarifa está congelada em R$3,00 artificialmente, para conter a inflação, a pedido do governo federal.
Tal medida implica um gasto imprevisto de R$50 milhões por mês à Prefeitura de São Paulo, que ainda estuda qual a melhor fonte desse capital agora necessário.
Ou seja, até junho, o prazo mínimo para realizar o reajuste da tarifa, quando serão renovadas as concessões das empresas responsáveis pelo transporte urbano, a Prefeitura arcará com R$300 milhões.
Estão previstos ainda subsídios de R$660 milhões às empresas que operam as linhas de ônibus, para que elas possam fechar suas contas.
Em resumo, o contribuinte arca com o dispêndio através dos impostos e não da tarifa em si, de modo que todos pagam pelo reajuste da tarifa e não somente os usuários.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP