Mundo Econômico - 10 de março
10/03/13 07:00Panorama Mundo
A semana passada foi positiva para o mercado acionário internacional. Todos os principais índices do mundo, com exceção do chinês, apresentaram variações superiores a 2%.
As altas internacionais foram impulsionadas pelos melhores indicadores nos Estados Unidos. O Beige Book* aponta que a economia americana cresce em ritmo “modesto a moderado” , além da melhora geral no mercado de trabalho .
Ainda nos EUA, o mercado imobiliário e de automóveis se fortaleceram, seguido por uma modesta melhora no setor industrial como um todo.
O grande destaque, entretanto, foi a taxa de desemprego dos EUA que caiu para 7,7%, menor valor em quatro anos.
No velho continente, o Banco Central Europeu manteve a taxa de juros básica da região inalterada. A instituição também previu que a economia da zona do euro começaria a se recuperar na segunda parte deste ano.
Na China, as notícias foram negativas. O governo tomou medidas para desestimular o mercado imobiliário da região, considerado superaquecido. Foram anunciados alta no valor da entrada para a compra do imóvel, aumento nas taxas na hipoteca da segunda casa e um imposto de 20% sobre o ganho de capital em imóveis usados.
O mercado entendeu que essa ação do governo chinês poderia desestimular a economia do país e diminuir sua demanda por commodities.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa foi destaque positivo. Com expressivas altas da Petrobrás e das ações do grupo EBX, o índice registrou alta de 2,72% na semana.
Os motivos foram outro reajuste no diesel de 5% que impulsionou a Petrobrás e uma parceria entre o grupo EBX e o BTG Pactual que foi visto com otimismo pelos investidores.
É importante comentar que, apesar da forte alta, o Ibovespa continuou com movimentações tímidas em comparações com índices internacionais. Índices europeus, por exemplo, subiram pelo menos tanto quanto o Ibovespa.
Destaques, também, para a política monetária e a inflação. Na quarta-feira, o Copom anunciou a manutenção da taxa Selic em 7,25% a.a., no entanto, sinalizou possível alta.
O mercado começou a ajustar para cima a curva de juros, precificando um aumento de 0,25% na SELIC na próxima reunião do Copom. O ajuste se intensificou quando, na sexta-feira, o IPCA divulgado apresentou uma alta de 0,60% para fevereiro, acima das expectativas, que fez com que o acumulado de 12 meses da inflação chegasse em 6,31%.
No mercado de câmbio, o dólar partiu de R$1,98, no fim de semana anterior, para R$1,947 na 6ª feira dia 08/03. O motivo da desvalorização foi o maior apetite externo por risco e a inflação nacional.
Com uma inflação maior, o mercado tanto espera que o Banco Central use o câmbio para segurá-la até a próxima reunião do Copom quanto prevê maior entrada de divisas externas com o possível aumento futuro dos juros.
Expectativas da Semana
Para a próxima semana, o mercado externo deve continuar atento às questões fiscais norte-americanas. Atenção também será dada para a nota da reunião do Banco Central Europeu e para a produção industrial e vendas do varejo da China.
A tendência deve continuar sendo levemente positiva já que os dados em relação as vendas do varejo serão divulgados e devem continuar indicando leve recuperação.
Ademais, dificilmente o Congresso norte-americano decepcionará os investidores: qualquer ação para evitar os cortes de gastos será uma surpresa positiva.
No entanto, é provável que o começo da semana seja de quedas com a resposta do mercado ao rebaixamento do rating da Itália.
No ambiente nacional, destaque para o IBC-Br* e a ata do Copom. O resultado do IBC-Br* deve dar um rumo ao Ibovespa que seguirá sem tendência certa e dependente de notícias pontuais para sustentar fortes altas.
A ata do Copom deve orientar os investidores em relação às futuras decisões para a política monetária. Enquanto isso, as expectativas de juros e de inflação devem continuar voláteis, respondendo a qualquer sinal sobre o futuro dessas variáveis.
*Dicionário Economês-Português
Beige Book – O “Livro Bege” é um relatório publicado oito vezes ao ano pelo FED* que indica o estado da economia do país. A informação apresentada é baseada em dados, pesquisas e entrevistas.
IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) – Índice calculado pelo Banco Central que tem como objetivo tentar prever o desempenho futuro da economia brasileira.
Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.