Mundo Econômico - 18 de março
18/03/13 00:00Panorama Mundo
As bolsas mundiais andaram de lado na semana. Com dados mistos e sem muitas novidades, os investidores não tiveram o ânimo necessário para maiores rendimentos nos mercados acionários.
Nos EUA, a inflação de 0,7% em fevereiro veio acima das expectativas, mas os dados da indústria do país surpreenderam positivamente. A produção industrial do país, por exemplo, cresceu 0,7% em fevereiro. A expectativa era de 0,4%.
Entretanto, a confiança do consumidor americano caiu. O Michigan Sentiment (índice de confiança) de março ficou em 71,8 pontos, abaixo dos 77,6 em fevereiro.
Na Europa, as autoridades europeias iniciaram uma reunião em Bruxelas para discutir formas de reativar o crescimento e aumentar o emprego no continente. Há pressão de Espanha, Itália e França, que pedem um afrouxamento das medidas de austeridade.
Na sexta-feira à noite, após o fechamento dos mercados, a região aprovou a extensão do prazo de pagamento de empréstimos feitos a Portugal e Irlanda. Assim, a confiança nos países deve aumentar e seus custos da dívida diminuírem.
Panorama Brasil
Na semana passada, o Ibovespa apresentou queda semanal de 2,67%, puxada pelo rendimento ruim da OGX.
Além disso, vários analistas começaram a reduzir suas expectativas para o rendimento da bolsa brasileira em 2013. O Morgan Stanley, por exemplo, baixou sua projeção para o Ibovespa no fim do ano de 72,1 mil pontos para 60 mil pontos.
Ademais, a Fitch reduziu a perspectiva de crescimento do PIB brasileiro em 2013 de 3,7% para 3%.
Apesar disso, notícias boas surgiram no país. O IBC-Br* teve alta de 1,29% na passagem de dezembro para janeiro. O dado foi maior que o esperado pelo mercado.
Em relação à inflação, o IPC-Fipe desacelerou para 0,06% na primeira quadrissemana de março, ante alta de 0,22% na última semana de fevereiro. No entanto, o IPC-S acelerou para 0,52% na primeira semana de março, ante 0,33% na última semana de fevereiro.
Diante do cenário inflacionário brasileiro, a ata do Copom, divulgada na quinta-feira, admitiu que há “uma eventual acomodação da inflação em patamar mais elevado”.
A autoridade monetária brasileira se mostra preocupada com a inflação, mas o mercado ainda não conseguiu ter certeza de quais serão os passos que o BC dará para combater o problema.
Quanto ao dólar, a moeda teve um movimento totalmente inverso ao da semana anterior, saindo de R$1,947 na sexta-feira dia 08/03 para R$1,981 no fechamento da semana passada.
A banda informal do BACEN de R$1,95 – R$2,00 foi reforçada quando a ata do Copom afirmou que a moderação em variáveis como o câmbio será importante para a desinflação.
Expectativas da Semana
Nessa semana, a atenções serão direcionadas aos Estados Unidos. O Senado do país votará o orçamento para 2014 e ocorrerá uma reunião do FOMC*.
Os investidores estão receosos que a autoridade monetária norte-americana retire os estímulos à economia como forma de impedir especulação financeira excessiva.
Além disso, pode haver decisões importantes na Europa já que novos encontros dos líderes da região ocorrerão.
Com isso, a semana pode ser de volatilidade sem tendência definida. Deve ocorrer uma alta inicial nas bolsas europeias por conta da extensão do prazo de pagamento de empréstimos feitos a Portugal e Irlanda.
No Brasil, o destaque continua sendo a inflação. Serão divulgados o IPC-S, o IGP-M e o IPCA-15. O movimento dos juros dependerá basicamente do resultado desses índices.
Enquanto isso, o Ibovespa continuará lutando para conseguir retornos positivos e o dólar deve permanecer no patamar entre R$1,95 e R$2,00, com uma tendência de leve desvalorização.
*Dicionário Economês-Português
IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) – Índice calculado pelo Banco Central que tem como objetivo tentar prever o desempenho futuro da economia brasileira.
FOMC – O “Federal Open Marketing Committee” é o equivalente norte-mericano do Copom Brasileiro. O FOMC é o comitê que decide a política monetária do país do Tio Sam periodicamente.
Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.