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por Samy Dana

Perfil Samy Dana é Ph.D em Business, professor da FGV e escreve no caderno Mercado

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Cartão de crédito: o mocinho para a economia e, às vezes, vilão para o consumidor

Por Samy
21/03/13 18:46

Os Cartões de débito e crédito tornam a vida muito mais prática e segura. Nos últimos anos, o número de usuários globais aumentou de forma exponencial, crescimento suficiente para impactar a taxa de crescimento global anual em 1,8%, mesmo com todos os desarranjos econômicos globais.

O crescimento das economias ditas emergentes, como o Brasil, possibilitou a bancarização de milhões de trabalhadores, que passaram a usar o serviço dos cartões. O número em 2012 supera os 60 milhões de usuários.

O cartão de crédito, se bem usado, possibilita um folego financeiro ao usuário entre a data de compra até o dia da fatura, e aumenta, assim, o poder de compra do consumidor. No entanto, para aqueles que não conseguem pagar a fatura, o cartão de crédito cobra uma taxa de juros que chega, em muitos casos, a inacreditáveis 200%.

Considerando esse lado perverso, será que o cartão contribui para economia? Um estudo da Moody’s Analitics sobre o impacto dos meios eletrônicos de pagamento na economia global de 2008 a 2012 concluiu que, nestes 4 anos, 983 bilhões foram injetados na economia por meio dos cartões de crédito. Em termos percentuais, os cartões respondem por um aumento de 0,8% do PIB das nações em desenvolvimento e 0,3% nas nações desenvolvidas.

O relatório defende, portanto, que o aumento no uso de cartões gerou significativos impactos macroeconômicos, potencializando consumo privado. Para a Moodys, os cartões fornecem maior segurança para lojistas, consumidores e até mesmo para o governo, que consegue uma fiscalização maior dos impostos.

Outra evidência que aponta para o ganho macroeconômico é relação entre cartões e compras online, uma vez que muitos sites possuem, dentre as possibilidades de finalização de compras, apenas o cartão de crédito.

Apesar de o estudo ser exageradamente otimista com os dados e impactos do cartão, é válido fazer uma reflexão, sobretudo sobre a ótica do consumidor. No Brasil, o segundo o Banco Central, o número de cartões mais que dobrou entre 2005 e 2012 – de aproximadamente 30 milhões de cartões em 2005 para 65 milhões em 2012.

Porém, o perfil do usuário brasileiro preocupa. A despeito das exorbitantes taxas cobradas, a modalidade de cartão de crédito é a mais usada pelo brasileiro. Segundo o banco central, o aumento em 2012 foi de 10,96%. E tudo isso reflete no dado da inadimplência, que cresceu 6,65% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados do SPC. Ou seja, a combinação de excesso de crédito, altas taxas e pouca educação financeira está começando a se mostrar perigosa. Interessante é também notar que 61,2% das famílias brasileiras se dizem endividadas, em pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) realizada em março de 2013, um claro sinal amarelo para a os consumidores e para a economia.

O acesso ao crédito foi feito, cabe agora educar a população para usá-lo de forma adequada. Ficar devendo no cartão, com as taxas operadas no Brasil, pode ser considerado um suicídio financeiro. Enquanto isso, muitos consumidores desavisados e sem educação financeira continuam em seu caminho para morte financeira anunciada. Sem educação e com os spreads mais altos do mundo não há caminho sustentável.

Post em Parceria com Victor Candido, graduando em Economia pela UFV-MG (Universidade Federal de Viçosa) .

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