Mundo Econômico - 14 de Abril
14/04/13 19:00Panorama Mundo
A semana passada foi de alta, em geral, para os mercados internacionais. Somente a sexta-feira foi negativa para os mercados acionários.
Destaque para a alta de 5,08% da bolsa japonesa que vem mostrando bom desempenho após os estímulos monetários do país.
Não houve um motivo único para as altas durante a semana. Os investidores parecem estar um pouco otimistas e nenhuma notícia negativa foi capaz de trazer o rendimento semanal para o lado negativo
Nos EUA, por exemplo, onde as bolsas desempenharam bem, as notícias foram negativas no geral. Os pedidos de auxílio desemprego e o déficit público caíram, mas as vendas do varejo, os preços aos produtores e a confiança dos consumidores apresentaram resultados negativos.
Além disso, o FMI revisou para baixo a sua expectativa de crescimento para o país em 2013, agora de 1,7%.
Na Europa, o grupo de ministros de Finanças da União Europeia chegou, finalmente, a um acordo político para a criação de um supervisor bancário conjunto. Esse passo é importantíssimo para a união bancária pretendida pelo bloco econômico.
No entanto, o Chipre voltou a falar que precisará de auxílio da União Europeia. Dessa vez, segundo o país, não será mais auxílio financeiro e, sim, técnico e estrutural.
Panorama Brasil
No Brasil, o Índice Bovespa fechou a semana com uma leve queda acumulada de 0,16, apesar de ter apresentado altas até a quarta-feira. O destaque ficou com expressivas altas das imobiliárias, da Petrobras e da LLX, após o anúncio de que a Petrobras poderia se tornar seu cliente.
A inflação continuou sendo destaque com o anúncio do IPCA de março. O índice apresentou alta de 0,47% no mês, abaixo do esperado. Entretanto, o valor permitiu que a alta acumulada em 12 meses chegasse em 6,59%, superando o teto da meta do Banco Central de 6,50%.
Como agravante dos preços, uma pesquisa da Dieese mostrou que a desoneração da cesta básica não trouxe efeito. O preço da cesta já voltou a subir em 16 das 18 capitais incluídas na pesquisa.
Diante desse cenário, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou os efeitos negativos da inflação e afirmou que o governo “não poupará a adoção de medidas para evitar que a inflação se propague”.
Assim, a curva de juros respondeu com altas. Ou seja, o mercado já começa a ver maior probabilidade de aumento da taxa de juros na próxima reunião do Copom.
No mercado de câmbio, dólar novamente apresentou um movimento de queda frente ao real e outras moedas no mundo, inclusive.
Cotado a R$1,987 na sexta-feira anterior, dia 05/04, no fechamento do mercado desta semana, a divisa valia R$1,969. Os motivos foram especulações relacionadas à flexibilização do IOF e a possível alta dos juros.
Expectativas da Semana
Na próxima semana, o mercado internacional deve estar atento à divulgação do PIB chinês e ao Beige Book*.
No Brasil, o Ibovespa deve refletir bastante o dado chinês e a decisão do Copom que sairá na quarta-feira.
Com isso, as expectativas de inflação e de juros devem se manter voláteis a tais acontecimentos. Se somarmos, ainda, a divulgação do IPCA-15 na sexta-feira, a próxima semana é extremamente importante para a ancoragem das expectativas do mercado.
Enquanto isso, o dólar deve se manter com tendência de queda com a curva de juros em patamar mais elevado. No entanto, a queda deve ser minimizada pela proximidade da taxa de câmbio com a banda inferior informal do BC, que se acredita ser de R$1,95.
*Dicionário Economês-Português
Beige Book – O “Livro Bege” é um relatório publicado oito vezes ao ano pelo FED* que indica o estado da economia do país. A informação apresentada é baseada em dados, pesquisas e entrevistas.
Post em Parceria com João Lídio Bisneto, graduando em Economia pela FGV-EESP e Presidente da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.