Cartão: benefício ou arma de plástico contra o bolso?
06/05/13 07:00Nos últimos anos, cartões de crédito e débito passaram a fazer parte da vida do consumidor brasileiro com cada vez maior frequência. As notas e moedas vem perdendo espaço, e têm sido substituídas rapidamente pelo “dinheiro de plástico”.
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), 26,4% do consumo total das familias brasileiras em 2012 foi efetuado através de cartões, enquanto que em 2007 esse volume permanecia próximo a 16%.
Claramente o movimento é favorável à indústria de cartões, e a expectativa para 2013 é de um crescimento ainda maior, chegando a aproximadamente 17% de expansão.
Além de tirarem o peso da carteira, os plásticos representam segurança e praticidade para o consumidor no ato da compra. Não ter que separar nem contar as notas no ato da compra tornou-se um hábito que tende a permanecer por conta da comodidade.
O usuário também tem a vantagem de manter-se livre de custos até a data de vencimento da fatura, e pode usufruir de programas de pontos que podem gerar diversas vantagens conforme o uso do cartão.
Contudo, o consumidor deve sempre tomar cuidado para não cometer o suicídio financeiro por causa do cartão. Dada a simplicidade na utilização da ferramenta, é muito fácil se perder no orçamento e acabar gastando mais do que é possível pagar, e neste caso a situação não é nada agradável.
Os juros adotados no Brasil para a modalidade de crédito são os maiores do mundo, podendo chegar a taxas de mais de 200% ao ano. O valor, se comparado a outros países, é assustador: nos Estados Unidos, por exemplo, os juros anuais ficam em 13,1%, e os chineses pagam 18,25.
O volume se dá por conta dos altos juros básicos praticados no país e pelo spread bancário historicamente elevado e discrepante. A facilidade e o aumento da oferta, representates de maior risco ao banco, também são responsáveis por elevações. Ainda assim, os valores não se justificam.
Se bem utilizado, o cartão poderá servir como grande auxiliar financeiro e dará fôlego para o usuário precavido. Contudo, se não houver controle estrito, os juros do crédito e o cheque especial, adotado para quem ultrapassar o limite de débito, não serão nada amistosos, podendo até ser interessante tomar emprestado em outras modalidades com impactos menores para que o prejuízo não acabe com a saúde do consumidor.