Mundo Econômico - 12 de Maio
12/05/13 07:00Panorama Mundo
As bolsas internacionais continuam a apresentar bons resultados. Com isso, os índices S&P500 e Dow Jones bateram recordes históricos.
Na Europa, o PMI* composto da zona do euro foi divulgado e, mesmo subindo levemente para 46,9, indicou contração da economia. Além disso, foi divulgada a produção industrial dos países: destaque para o Reino Unido e Alemanha, que tiveram crescimento industrial de 0,7% e 1,2%, respectivamente, dados bem acima dos esperados. A França e a Itália decepcionaram com recuo na produção.
É importante destacar que, nesta semana, os líderes europeus começaram a relaxar o entusiasmo com a austeridade fiscal na Zona do Euro. Com uma recessão duradoura, os países indicam que estão perdendo a paciência com a atual política econômica.
Nos EUA, poucos foram os dados divulgados. Apesar disso, o clima foi de otimismo e a bolsa continuou positiva.
Destaque para o discurso do presidente do FED*, Bem Bernanke, indicando que o sistema financeiro ainda possui imperfeições da crise e que deve ser monitorado. Ele chamou a atenção para instituições conhecidas como shadow banks.*
Na China, o PMI* caiu de 54,3 para 51,1 em abril. Apesar disso, houve um superávit comercial de US$ 18,16 bilhões em abril. Esse último dado estimulou suspeitas de que exportadores chineses estariam superfaturando suas vendas, pois dados de parceiros comerciais, como Hong Kong, foram contraditórios.
Ainda na terra do socialismo de mercado, o governo chinês deu sinais de que vai propor planos para permitir a livre circulação do yuan para dentro e fora do país, como uma medida para aliviar o controle sobre o câmbio e a taxa de juros.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa não acompanhou o mercado externo e teve queda de -0,69% na semana. Os investidores brasileiros continuam preocupados com a recuperação econômica do país, com os resultados das empresas e com a inflação.
Quanto à inflação, destaques para o IGP-DI, que registrou deflação de 0,06% em abril, após alta de 0,31% em março, e o para o IPCA. O índice oficial de inflação acelerou para 0,55% em abril, resultado 0,08 ponto percentual acima da taxa de 0,47% registrada em março. Com o dado, Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, afirmou que a instituição está vigilante e que fará o necessário para conter a inflação.
Assim, as curvas de juros subiram na semana. No último pregão, o DI com vencimento em janeiro de 2014 fechou em 7,87%, estando em 7,95%. Também, o de janeiro de 2015, avançou de 8,23% para 8,36%.
No mercado de câmbio, o movimento total do real em relação ao dólar foi baixo durante a semana: houve a depreciação da divisa brasileira em 0,75%. O fechamento, sexta-feira foi de R$ 2,024.
Expectativas da Semana
Com a semana passada apresentando poucos dados, essa semana promete agitação no mercado mundial:
- A zona do euro divulgará o PIB preliminar do primeiro trimestre (devendo indicar retração econômica), número da indústria e da confiança.
- O escritório de estatística chinês deve divulgar dados sobre produção industrial, vendas em varejo e investimento no primeiro quarto de 2013.
- Nos EUA, haverá a produção industrial e o fim do prazo, na sexta-feira, para o congresso elevar o teto da dívida norte-americana*.
- Por fim, no mercado doméstico, haverá a divulgação de 62 resultados de empresas e, como destaque, anúncio do IBC-Br*.
Dessa forma, dados diferentes do esperado podem levar volatilidade não só às bolsas mas também ao dólar.
Enquanto isso, sem nenhum índice de inflação a ser divulgado, a curva de juros não deve apresentar muita variação.
*Dicionário Economês-Português
PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.
FED (Federal Reserve) – Banco Central norte-americano.
Shadow banks – São instituições financeiras que, mesmo sem pertencer a classificação de bancos, realizam atividades similares aos bancos comerciais. Como não pertencem a essa classificação, essas instituições são isentas da regulação mais acentuada do governo norte-americano.
Teto da dívida norte-americana – Nos Estados Unidos, há um limite para o tamanho da dívida pública. Esse limite, ou teto, é definido pelo Congresso. Se a dívida chega nesse patamar, o governo é obrigado a cortar gastos.
IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) – Índice calculado pelo Banco Central que tem como objetivo tentar prever o desempenho futuro da economia brasileira.
Post em Parceria com João Lídio Bisneto, graduando em Economia pela FGV-EESP e Presidente da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.