Proteção ao mercado interno gera aumento de margem de lucro no setor automotivo
13/05/13 10:30O cheiro de carro novo faz parte do imaginário do consumidor. O desejo pela novidade repleta de conforto, tecnologia e desempenho superior é comum, e com cada vez mais modelos de carro, fica difícil não ter um que chame mais a atenção.
E o brasileiro tem ficado cada vez mais próximo de atingir seu sonho graças às saudáveis condições encontradas no mercado nacional em tempos atuais: IPI reduzido, facilidade de crédito e aumento do poder de compra do consumidor médio.
O desejo normalmente é saciado com a aquisição de um veículo 0km. Contudo, carros usados também devem sempre ser levados em consideração, afinal, os preços saem muito mais em conta.
Ao sair da loja, o automóvel já tem seu valor reduzido significativamente. Com o passar de um ou dois anos, nos quais o desgaste do carro não é tão grande e a garantia permanece, o valor cai entre 20% e 30%, tornando-se muito vantajoso adquirir o modelo.
A depreciação, como é conhecida essa desvalorização do bem, ocorre como consequência da já não tão recente facilidade de acesso a automóveis novos. Em outros países, como os Estados Unidos, este fenômeno ocorre com tamanha intensidade que carros usados quase não têm valor.
No entanto, o mercado externo consome carros a preços muito abaixo dos praticados em terras brasileiras. Um Toyota Corolla, por exemplo, ofertado por aqui a R$59.400,00, é vendido nos Estados Unidos por R$24.400,00 e na Argentina por R$34.200,00 (dólares convertidos para reais).
No caso do Gol, produzido no Brasil, o modelo top de linha é comercializado internamente por R$46.000,00, e no Chile, país vizinho, o mesmo modelo é encontrado por R$29.000,00.
Mesmo com ampla pesquisa no mercado e negociação na hora da compra, buscando sempre o menor preço e descontos viáveis, o consumidor brasileiro incorre em custos abusivos para adquirir um automóvel.
A culpa por esse efeito normalmente é atribuída ao Custo Brasil, que impede o bom desenvolvimento da indústria nacional. Contudo, há outros fatores relevantes que parecem ser esquecidos, como as altas taxas e impostos incidentes, a baixa competitividade do setor e as margens de lucro exorbitantes aplicadas no país –ou o Lucro Brasil.
O IPI de 30% sobre carros produzidos fora do Mercosul e do México, por exemplo, indica a clara preferência do governo em proteger a produção interna. Contudo, sem produtos com preço e qualidade competitivos, o mercado permanecerá acomodado.
Repensar as taxas aplicadas e abertura do mercado podem ser saídas não tão distantes que tornarão o setor mais competitivo favorecendo o consumidor com a oferta de carros melhores com preços menores.