Mundo Econômico - 19 de Maio
19/05/13 07:00Panorama Mundo
A semana passada foi, novamente, positiva para as principais bolsas mundiais. Os mercados acionários continuam a ter recuperações sólidas, mesmo com o cenário econômico não se mostrando tão otimista.
Os destaques da semana ficaram com os EUA. Já na segunda-feira, o “The Wall Street Journal” publicou uma matéria que indicava que o Federal Reserve já estaria estudando como reduzir o relaxamento monetário. Com isso o mercado começou a ficar receoso de uma desaceleração econômica.
No entanto, apesar dos dados norte-americanos não terem sido muito positivos durante a semana, os Leading Indicators* tiveram alta de 0,6%, maior que o esperado, o que animou investidores.
Entre as nações em desenvolvimento, a China apresentou crescimento de 9,3% no setor industrial, mas a notícia foi recebida de maneira negativa pelo mercado, o qual projetava um aumento de 9,5%.
Na Índia, a economia passa por uma onda de incerteza devido às dúvidas que surgem quanto à capacidade do primeiro-ministro, Manmohan Singh, de reviver a terceira maior economia asiática.
Por fim, dois países apresentaram crescimento econômico ruim no primeiro trimestre: a Rússia apresentou uma taxa de 1,2% e o México, apenas 0,8%.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa fechou em alta semanal de 0,10% aos 55.164 pontos. O mercado estava otimista com os dados melhores do que o esperado nos EUA e possíveis novos estímulos na China. Desse modo, as maiores altas ficaram com as mineradoras e siderúrgicas.
Em relação à inflação, foram divulgados o IPC-S e o IGP-10. O primeiro desacelerou de 0,45% para 0,38% da primeira para a segunda quadrissemana de maio. O segundo registrou deflação de 0,09%, em maio, ante alta de 0,18% em abril.
É importante destacar que foi anunciado que as passagens de metrô, ônibus e trem irão aumentar em São Paulo e Rio de Janeiro em 1º de Junho. Isso pode levar a outro período de pressões inflacionárias.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçou que a instituição se encontra vigilante em relação à inflação. Com isso, o mercado começou a precificar, na curva de juros, um aumento de 0,50% na próxima reunião do Copom.
Quanto ao câmbio, o real passou por uma desvalorização na semana passada, saindo de R$2,02 no final da semana anterior para R$2,037. A dinâmica da moeda brasileira durante o acumulado da semana seguiu a tendência mundial devido à especulação sobre a diminuição dos estímulos monetários do FED*.
Expectativas da Semana
Nessa semana, o destaque mundial é a divulgação da ata do FOMC*, na quarta-feira. Com a especulação de que haverá reduções nos estímulos monetários nos EUA, o mercado foca toda sua atenção para o documento.
Na Europa, as referências serão a revisão do PIB da Alemanha do 1º trimestre e um discurso do presidente do BCE, Mario Draghi, na quinta-feira.
No Brasil, o destaque geral é a divulgação do IPCA-15, prévia da inflação oficial.
Enquanto isso, o dólar deve ter uma leve tendência de alta com riscos de uma intervenção do Banco Central.
*Dicionário Economês-Português
FED (Federal Reserve) – Banco Central norte-americano.
Leading Indicators – Os “indicadores líderes” norte-americanos procuram prever a atividade econômica do país através de dados que estão correlacionados com o atividade econômica futura do país.
FOMC – O “Federal Open Marketing Committee” é o equivalente norte-americano do Copom Brasileiro. O FOMC é o comitê que decide a política monetária do país do Tio Sam periodicamente.
Post em Parceria com João Lídio Bisneto, graduando em Economia pela FGV-EESP e Presidente da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.