Aumento da Selic pode não surtir o efeito
31/05/13 10:22Em anúncio na última quarta, o Comitê de Política Monetária decidiu aumentar a taxa de juros básica da economia, a Selic em 0,5% para 8% ao ano. Tal taxa entrou em vigor na quinta e permanece assim até o próximo dia 10 de julho.
Com esse valor, a taxa se equipara ao patamar que apresentava de julho a agosto do ano passado.
Desse modo, o Banco Central sinaliza preferência por manter o controle da inflação ainda que um pouco à revelia do crescimento do produto nacional.
A alta inflação já daria sinais negativos sobre a renda disponível e o consumo das famílias, que cresceu apenas 0,1% no primeiro trimestre desse ano.
A atitude do BC se mostrou surpreendente para muitos analistas no mercado, que, embora apostassem em alta da taxa de juros, acreditavam que o aumento seria de apenas 0,25%.
Tal expectativa se deveu ao fato de que, na manhã de ontem, o IBGE divulgou dados relativos ao PIB e o crescimento de 0,6% do primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2012 decepcionou até mesmo o governo, que esperava crescimento de 1% e o mercado, que esperava alta de 0,9%.
No mesmo dia, os Estados Unidos divulgaram seus dados relativos ao produto, evidenciando alta de 2,4% em relação ao primeiro trimestre de 2012, o que torna a comparação internacional do Brasil ainda pior.
Acredita-se que o problema principal que afeta o crescimento nacional seja ocasionado pela oferta e não pela demanda.
Assim, é antes necessário estimular investimentos e melhorar a infraestrutura brasileira do que estimular a demanda.
É, de certa forma, um erro considerar que esse aumento na Selic prejudica os investimentos. Isso porque o crédito oferecido no país apresenta um spread tão vultoso que a diferença marginal com essa alta é quase desprezível.
Novamente, a lição aprendida é que sem aumento na oferta correspondente ao incremento de demanda , o único efeito observado na e economia será a inflação e medidas como a elevação da Selic serão necessárias.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP