Instrumentos Financeiros nº30: Fundos OffShore
05/06/13 07:00Os fundos offshore são aqueles constituídos fora do território brasileiro, mas cujo gestor localiza-se no Brasil. Por meio desse instrumento, é possível investir em títulos estrangeiros como os do tesouro norte-americano, em ações de companhias europeias, asiáticas, norte-americanas e, também, brasileiras negociadas lá fora.
Investir no exterior, ao contrário do que muitos pensam, não é ilegal e esse veículo é um passaporte.
Assim como os demais fundos, os Offshore são constituídos como uma comunhão de recursos financeiros sob a forma de condomínio. A principal diferença está no objetivo dos investidores que é, neste caso, a aplicação de recursos com remuneração referenciada no risco Brasil, Norte-Americano ou Europeu.
Essas aplicações são sediadas, geralmente, em paraísos fiscais e investem em ativos pelo mundo afora. Diversas instituições brasileiras possuem expertise na constituição de fundos offshore.
Os investidores que aplicam nesses fundos se tornam proprietários de uma fração do fundo e são denominados de cotistas. A maior parte dos fundos exige um aporte de no mínimo US$ 50 mil, o equivalente a cerca de R$ 100 mil, para iniciar os investimentos. Desta forma, são fundos destinados a médios e grandes investidores, normalmente, qualificados.
Antes de decidir por um fundo offshore, é interessante pesquisar as rentabilidades históricas, a série histórica das taxas de câmbio, a reputação do gestor e o perfil dos produtos de investimento que compõem a carteira do fundo.
Esses fundos são recomendados para diversificação dos investimentos. Entretanto, é importante estar ciente que o recurso estará investido em outra moeda que não o real, sendo assim o investimento correrá, além do risco da aplicação, o risco cambial.
Uma das principais diferenças de optar por esses fundos é a não relação do fundo com a legislação brasileira. Esses fundos estão submetidos, apenas, às regras de câmbio do Banco Central do Brasil (BACEN). Uma delas é a Resolução 3.250/2004.
Os custos com a aplicação nesses fundos são elevados e por vezes não compensam a diversificação do investimento. Há o valor da custódia exercida por um banco no exterior que detém os papéis do investidor, bem como todos os custos administrativos.
Entre as vantagens oferecidas pelos fundos de investimento offshore aos investidores podem-se destacar: a comodidade de ter investimentos geridos por profissionais especialistas; a redução de risco por meio de um processo de diversificação internacional da carteira; e a transparência.
Em relação à tributação, existem alguns benefícios fiscais dependendo do local onde os recursos estão investidos. Portanto, vale a pena obter junto ao gestor informações detalhadas quanto aos aspectos fiscais.
É possível acompanhar o mercado de fundos offshore por meio de revistas, jornais e sites especializados ou ainda contar com assessoria de profissionais de investimentos.
Bons investimentos!
Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.