Mundo Econômico - 16 de Junho
16/06/13 12:30Panorama Mundo
As ações americanas encerraram a semana no negativo devido às persistentes preocupações sobre possibilidade de os bancos centrais cortarem em breve os programas de estímulos. Já as outras bolsas ao redor do mundo fecharam majoritariamente em alta; destaque para o índice Nikkei que encerrou a semana em alta de 1,94%.
Na Europa, apesar de a atividade industrial de abril ter desacelerado em relação a março, esta veio acima do previsto por alguns analistas. Estes apostavam na estabilidade, quando, na verdade, subiu 0,4% em abril.
Tal alta da produção industrial na zona do euro em abril alimenta expectativas de expansão do setor no segundo trimestres, contudo, isto não é garantia para a recuperação econômica da região.
Nos EUA, o setor industrial trouxe preocupação aos investidores. A produção industrial registrou estabilidade em maio, decepcionando as expectativas de alta de 0,1%.
Além disso, o sentimento do consumidor norte-americano piorou em junho, segundo o Michigan Sentiment, caindo de 84,5 em maio para 82,7 em julho; abaixo das expectativas de 83,0.
Ainda nos EUA, destaque para declarações do Fundo Monetário Internacional ao pedir que o país revogue o corte de gastos do governo, além de recomendar que o Federal Reserve continue o QE até pelo menos o final do ano.
A China dá sinais de que sua recuperação pode se enfraquecer no segundo trimestre. Além de um desaceleração inesperada nas exportações chinesas e queda nas importações no mês de maio, as expectativas de corte nas taxas de juros aumentam. Todavia, se o crescimento não ficar muito abaixo de 7%, o governo não deve interferir demais.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa fechou a semana em queda de -2,15% aos 49,332 pontos. Destaque para as ações da petrolífera OGX, do empresário Eike Batista, que encerrou o pregão no menor valor desde sua listagem na bolsa, cotada a R$ 0,97.
Expectativas de um crescimento menor que o esperado aumentaram entre investidores. O banco de investimento Morgan Stanley revisou suas projeções para o crescimento do PIB brasileiro de 2,8% para 2,5%.
Contudo, o índice IBC-Br* surpreendeu superando as expectativas. O índice registrou alta de 0,84%; mas, apresentou desaceleração se comparado a março.
No âmbito inflacionário, índices semanais aceleraram. O IPC-S subiu 0,48% e o IPC-Fipe, 0,13%. Além disso, o IGP-10 apresentou alta de 0,63% em junho ante deflação de 0,09% em maio, puxado, principalmente, pela alta dos produtos agropecuários. Ademais, Guido Mantega, Alexandre Tombini e Dilma Rousseff reforçaram em discurso que a inflação está sob controle.
O mercado de câmbio apresentou uma volatilidade mais acentuada. O Banco Central atuou duas vezes durante a semana e o IOF de 1% sobre os derivativos foi retirado, mas, mesmo assim, a alta do dólar não foi contida, desvalorizando 0,70% e fechando em R$ 2,147.
Expectativas da Semana
A forte volatilidade do mercado é consequência, principalmente, de alterações em indicadores americanos. Desta forma, a reunião do FOMC* e o discurso de Ben Bernanke, após a reunião, terão importante papel na terceira semana de maio. Ademais, os EUA contarão com dados da indústria, que ajudam a indicar o ritmo da produção do país.
Na zona do euro, principal destaque para os diversos PMI* que serão apresentados e para o discurso do presidente do BCE, Mario Draghi. Além disso, haverá divulgação da Confiança na Economia e preliminar da Confiança do Consumidor.
No Brasil, forte pessimismo contradiz declarações da presidente Dilma Rousseff e do presidente do BC, Alexandre Tombini. Isto pode indicar que o governo talvez não esteja preparado para melhorar a situação brasileira.
Além dos indicadores semanais de inflação, a semana conta com a segunda prévia do IGP-M e a divulgação do IPCA-15.
*Dicionário Economês-Português
IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) – Índice calculado pelo Banco Central que tem como objetivo tentar prever o desempenho futuro da economia brasileira.
FOMC – O “Federal Open Marketing Committee” é o equivalente norte-americano do CopomBrasileiro. O FOMC é o comitê que decide a política monetária do país do Tio Sam periodicamente.
PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.
Post em Parceria com Helena Passeri, graduanda em Economia pela FGV-EESP e consultora da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.