O preço das passagens abaixou. E agora? A questão do transporte foi resolvida?
21/06/13 07:33Com as sucessivas revoltas da população brasileira, os cidadãos conseguiram o que queriam, fazer com que o preço das passagens fosse reduzido. Mas após essa revogação dos preços, como fica a passagem nas cidades?
Para responder essa pergunta, calculamos o preço das passagens nas capitais dos 26 Estados do País, mais o Distrito Federal. Além disso, calculamos o quanto cada cidadão precisa trabalhar em sua respectiva cidade para poder pagar o valor de uma passagem, considerando o salário médio de cada região de acordo com as estatísticas do último relatório de salário do IBGE.
Esse estudo é importante, pois, assim como fizemos no artigo citado e publicado na folha de 17/06/2013 (clique aqui para ver), quando comparamos o Brasil aos 11 países ao redor do mundo, esse estudo considera as discrepâncias existentes em cada região. Ou seja, o poder de compra que cada cidadão.
Como resultado, constatamos que Manaus é a cidade em que mais se precisa trabalhar para pagar o valor de uma passagem, cerca de 16,7 minutos, sendo que São Paulo é o Estado que apresenta a passagem mais cara, encontrando-se na 16º posição.
Isso acontece, pois, mesmo com uma passagem mais cara, o salário médio em Manaus é 3,4 salários mínimos, enquanto em São Paulo esse valor é de 4,6. Em outras palavras, São Paulo apresenta um salário médio maior do que em Manaus, ou seja, é mais difícil para o Manauara ganhar o valor da passagem do que para o paulista.
No lado oposto está Brasília, que, além de possuir uma tarifa de valor baixo, apresenta a maior renda do País. O salário médio é de 6 salários mínimos contra 3,8 da média nacional.
Quando comparamos o Brasil com 12 cidades do mundo, mesmo com a redução das tarifas, vemos que ainda temos as passagens mais caras do mundo.
Ainda que tivéssemos o mesmo preço da passagem de outras cidades ao redor do mundo, estaríamos em desvantagem, pois nesses diversos países o transporte público chega em mais lugares, funciona durante a madrugada e apresenta maior qualidade.
Para o nosso azar, além de perdermos em quantidade, pagamos por algo que não temos: um serviço de qualidade. E é por isso que o povo luta a partir de agora. O primeiro passo já foi dado!
Post em parceria com Leonardo de Siqueira Lima , economista pela FGV.