Inflação estourando a meta... E agora?
06/07/13 06:00A inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA, provocou muitas discussões na tarde de ontem.
Isso porque o índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostrou aumento de 0,26% em junho, ficando abaixo da média de 0,33% esperada por consultorias e instituições financeiras.
Esse aumento aquém do esperado se deveu principalmente à baixa inflação de alimentos, por causa de boas e volumosas safras, o que acabou por elevar a oferta desse tipo de bem.
Vale destacar também o papel das tarifas de transporte público sobre a inflação. Embora o aumento da tarifa tenha sido derrubado em muitas capitais e cidades, o valor alterado vigorou, em média, por 20 dias, o que aumentou o nível de preços no período considerado.
Entretanto, mesmo apresentando-se abaixo do esperado, a inflação acumulada de 12 é de cerca de 6,7%, valor acima do teto da meta de 6,5% ao ano. Vale lembrar que é meta é auferida no final do ano , no entanto, o número preocupa bastante
Diante desse cenário, o governo viu a necessidade de fazer algumas declarações e comprometimentos públicos, para garantir o retorno à banda da meta no segundo semestre de 2013, conforme assegurou o ministro da Fazenda Guido Mantega.
Assim, o ministro afirmou que serão anunciados, na semana que vem, cortes de até R$15 bilhões em gastos de custeio realizados pelo governo, como passagens, viagens, alugueis, serviços terceirizados, material permanente.
Tal medida visa garantir o cumprimento da meta de superávit primário de 2,3% do PIB, para honrar os pagamentos de juros da dívida pública, mas também tem papel relevante sobre a inflação. Com menores gastos públicos e maior austeridade fiscal, o governo alivia a pressão sobre o nível de preços, aumentando as expectativas de inflação menor.
O governo sente, indubitavelmente, a pressão das ruas e das urnas (já que as eleições de 2014 se aproximam) e se alarma diante da necessidade de cumprir suas metas econômicas. Resta agora esperar que as medidas para esse cumprimento sejam tomadas de forma inteligente, sem comprometer o investimento público, principalmente em setores fundamentais ao bem-estar social, como saúde e educação.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP