Mundo Econômico - 14 de Julho
14/07/13 07:00Panorama Mundo
Na segunda semana de julho a maioria das bolsas pelo mundo subiram, com pequenas exceções. O índice da Alemanha, inclusive, o DAX30, teve alta de mais de 5%, o S&P500 e o Nikkei 225, algumas bolsas dos EUA e o do Japão, postaram altas de 2,96% e 1,37%.
Nesta semana, o discurso de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve*, declarações de Mario Draghi, líder do Banco Central Europeu e a economia chinesa foram os principais eventos da semana anterior.
Para a Europa, dados da produção industrial desapontaram, vindo menores do que a esperada queda de 0,2 %. Dessa maneira, a União Europeia acumula uma queda de 0,6% entre maio e abril deste ano e uma redução de 1,6% em relação a maio de 2012.
No cenário europeu, ainda nesta semana, houve o rebaixamento do rating de crédito da Itália e da França, além de dados que exibiram o agravamento do mercado de trabalho grego, que chegou a níveis recorde de desemprego. Em meio a esse sentimento negativo em torno da economia europeia, Mario Draghi, em seu último anúncio, reforçou que a política monetária permaneceria acomodatícia.
Em relação aos EUA, o principal acontecimento desta semana foi o discurso de Ben Bernanke, que fez questão de esclarecer suas intenções em relação às políticas monetárias agressivas do FED*, medida que acalmou os mercados. O presidente do FED*, em sua declaração, reforçou que as taxas de juros permanecerão baixíssimas inclusive por um período após a taxa de desemprego no país chegar aos 6,5%.
Dados da economia dos EUA, ainda, vieram um pouco desanimadores, com o índice de confiança dos consumidores levemente abaixo que o esperado e o número de pedidos de auxílio-desemprego acima das expectativas.
Sobre a Ásia, temos contrastes entre as duas principais economias do continente. Por um lado, o Japão continua a mostrar um bom desempenho econômico, mesmo que tenha reduzido alguma de suas previsões. O Banco Central japonês, inclusive, utilizou a expressão “em recuperação” pela primeira vez desde 2011 para caracterizar a atual situação econômica do país.
Por outro lado, no entanto, a China teve pioras em suas exportações e importações, mostrando um resultado abaixo do esperado para sua balança comercial, assim como dados sobre o nível de preços, os quais mostraram uma alta acima do esperado. Nesse sentido, o Ministro das Finanças da China, Lou Jiwei afirmou que a economia do país não deve crescer mais do que 7%, ainda que a previsão oficial do governo continue a ser 7,5%.
Panorama Brasil
No Brasil, esta semana foi marcada pela Reunião do Copom, que elevou a taxa Selic em meio ponto percentual, para 8,5%, na expectativa da grande maioria dos analistas, e pela divulgação de dados da prévia do PIB.
A bolsa brasileira teve uma alta pela segunda vez nas últimas sete semanas, aliviando levemente os investidores. O índice apresentava uma alta considerável na semana, até que caiu 2,34% na sexta-feira, sobretudo pela contínua piora das empresas do empresário Eike Batista. Dessa maneira, o índice teve uma alta de 0,71% na semana.
Entre outros dados importantes da economia brasileira, o índice IBC-Br*, considerado uma aproximação para a prévia do PIB, exibiu uma queda maior que a esperada, trazendo pessimismo para o mercado. Além disso, o FMI divulgou suas novas previsões para o crescimento da economia brasileira para 2013 e 2014, cortando-as para 2,5% e 3,2%.
O câmbio continua preocupando e, assim, levou o governo a flexibilizar ainda mais o mercado para incentivar a entrada de capital estrangeiro no país. O dólar nessa semana subiu para R$2,267.
Expectativas da Semana
Na semana que vem, as principais expectativas ficam, sobretudo, para dados chineses e o FED*, novamente.
Na China, logo no início da semana será divulgado o PIB do segundo trimestre, índice importantíssimo para a atual situação do país.
Nos EUA, o presidente do FED, Ben Bernanke, voltará a fazer declarações públicas, desta vez para o Congresso e o Senado norte-americanos. Será divulgado, também, o Beige Book* do Fed, que é um importante relatório sobre a situação econômica dos EUA.
No Brasil, serão divulgados dados sobre a inflação, sendo o principal deles o IPCA-15, no qual se espera uma alta de apenas 0,04% para o nível de preços do país.
Em um âmbito mais global, no entanto, semana que vem inicia-se o período de divulgação de resultado das empresas no mundo, o qual é um período importantíssimo para as bolsas no mundo todo.
*Dicionário Economês-Português
FED (Federal Reserve) – Banco Central norte-americano.
PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.
IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) – Índice calculado pelo Banco Central que tem como objetivo tentar prever o desempenho futuro da economia brasileira.
FOMC –O “Federal Open Marketing Committee” é o equivalente norte-americano do Copom Brasileiro. O FOMC é o comitê que decide a política monetária do país do Tio Sam periodicamente.
Post em Parceria com Felipe Eiki, graduando em Economia pela FGV-EESP e Diretor de Projetos da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.