Entenda a diferença entre pirâmide financeira e marketing multinível
18/07/13 07:00No primeiro post de pirâmides financeiras, abordamos como elas se constituem e de que forma caracterizam crime. Devido à grande repercussão entre os leitores, gostaríamos agora de esclarecer com quais modalidades as pirâmides gostam ser confundidas ou apresentadas ao público, para facilitar o engodo.
Vale destacar que existem empresas sérias que utilizam tais modalidades de negócio, e, portanto cabe também ao investidor a responsabilidade de julgar quais efetivamente usufruem dessas estratégias e quais utilizam-nas apenas como fachadas para pirâmides, resistindo à tentação do ganho fácil.
Uma dica é que as pirâmides geralmente se disfarçam sob essas máscaras, mas apresentam um produto não competitivo, cuja venda é difícil.
Mas por quê?
Não é de interesse de um criador de uma pirâmide que o produto seja vendido, porque, nesse caso, ele teria que se preocupar com as questões comuns às empresas verdadeiras, como distribuição, estocagem, qualidade, autenticidade e custo do produto, funcionários e etc. Para ele, é interessante que os associados não consigam vender e assim, para recuperar seu investimento inicial, estejam propensos a atrair muitos novos associados.
Venda Direta
Um modelo tradicional de vendas consiste na venda direta, que nada mais é do comercialização de produtos porta a porta, sem um ponto comercial fixo. Tal modelo é bastante utilizado por empresas de cosméticos, por exemplo, e não carateriza um engano, é absolutamente legal.
Como vantagens, esse tipo de vendas favorece a flexibilidade de horários dos comerciantes, bem como sua possibilidade de obter maiores rendimentos em função de sua dedicação individual.
Destaca-se aqui que, nesse caso, o ganho provém de comissões pela venda de produtos. No caso da pirâmide, o ganho é oriundo de comissões pela adesão de novos vendedores.
Marketing Multinível ou Marketing de Relacionamento
Esse sistema é derivado do sistema de vendas diretas, a diferença consiste no incentivo que se dá aos revendedores de atrair mais associados.
Isso ocorre porque o crescimento no número de clientes é limitado pelo número de vendedores. Assim, para fazer crescer esse último, a empresa solicita aos associados que recomendem novas pessoas para a mesma função que a sua, oferecendo, como incentivo, um prêmio a cada recomendação e uma comissão sobre as vendas do indicado, de forma a atrair bons vendedores e impulsionar os associados a treiná-los bem.
A diferença nessa formação de uma rede de revendedores em relação a uma pirâmide é que, nesse caso, a empresa apresenta, sim,um produto competitivo, ou seja, os lucros não provêm somente da atração de novos parceiros, mas, principalmente, da venda do produto em si.
Portanto, esse modelo de negócio, é legal.
Do que foi apresentado aqui, percebemos que as diferenças entre esses modelos e pirâmides são bastante sutis, por isso, o investidor deve ser muito cauteloso. A maior recomendação é sempre não ceder à tentação do dinheiro fácil e desconfiar de modelos em que o lucro vem somente da atração de novos associados, pois, nesse caso, o dinheiro somente percorre a cadeia, caracterizando uma pirâmide e sendo, dessa forma, insustentável.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP