Visita do Papa - custos e ganhos
23/07/13 07:00Como se sabe, a Jornada Mundial da Juventude teve início ontem, dia 22 de julho, e termina no dia 28 desse mês, recebendo a visita do Sumo Pontífice da Igreja Católica as cidades do Rio de Janeiro e Aparecida do Norte (SP).
Segundo o último censo do IBGE (2010), 64% da população brasileira é católica, informação a partir da qual se entende a proporção que o evento tem tomado.
Estima-se que 1,5 milhão de peregrinos participarão do evento nas duas cidades. Para garantir a segurança do Papa Francisco e de tantas pessoas, foram convocados mais de 30 mil integrantes das Polícias Civil e Militar, da Força Nacional, da Polícia Federal e das Forças Armadas, constituindo um dos maiores esquemas de segurança já montados no Brasil.
Por fatores como esse, a estimativa é de que a visita do Papa custe R$ 118 milhões aos cofres públicos. O governo federal arcará com R$ 62 milhões, dos quais R$ 30 milhões destinam-se a segurança e defesa; e o Estado e o município darão R$ 28 milhões cada. Cabe à Igreja arcar com as despesas de hospedagem dos peregrinos e de estrutura do evento.
A justificativa do governo para sediar o evento é de que a arrecadação superará os gastos incorridos. Segundo o secretário nacional interino de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo, Sandro Fernandes, a JMJ 2013 “deve trazer impacto para o Brasil de mais ou menos R$ 1,2 bilhão na economia”, ao atrair de 1,7 milhão a 2 milhões de pessoas ao país. Estima-se que a despesa de turistas nacionais e estrangeiros com gastos diretos, como hospedagem e alimentação atinja R$660 milhões, além de, obviamente, movimentar o comércio local, principalmente o religioso.
Ainda assim, são esperadas manifestações durante a Jornada Mundial da Juventude, uma vez que os gastos públicos foram significativos e destinados a apenas uma parcela da população, a de religião católica.
Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP.