Mundo Econômico - 28 de Julho
28/07/13 17:30Panorama Mundo
De um modo geral, as bolsas mundiais não apresentaram grandes variações essa semana. Destaque apenas para o índice Nikkei que fechou em baixa de 2,97% na sexta-feira e de 3,15% na semana.
As economias da zona do euro, assim como os Estados Unidos, apresentaram melhora significativa no início de julho, com PMIs* preliminares divulgados na quarta-feira trazendo número melhores que o esperado. Em contra partida, a expectativa positiva para a indústria chinesa não se confirmou.
O índice referente ao setor industrial da zona do euro subiu de 48,8 para 50,1, atingindo sua máxima em 18 meses. Já nos EUA, o PMI industrial subiu para o maior patamar em 4 meses: 53,2 em julho, ante 51,9 em junho. Já na Ásia, o PMI preliminar do HSBC, de 47,7, foi o menor em 11 meses.
Também na quarta-feira, o governo chinês informou que eliminará impostos para pequenas empresas; oferecerá mais ajuda para os exportadores e ampliará os canais de financiamentos para acelerar o investimento em ferrovias. Tudo isso, com o objetivo final de impulsionar a economia em desaceleração.
Nos EUA, o número de novas solicitações de auxílio-desemprego subiu levemente, em um sinal de que a melhora do mercado de trabalho norte-americano ainda está em ritmo moderado. Já o número de encomendas de bens duráveis excluindo avião aumentou 0,7% em junho, sinalizando uma aceleração da atividade econômica.
O PIB britânico avançou 0,6 por cento no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores. Apesar do resultado ter sido o dobro do ritmo de crescimento apresentado no três primeiros meses do ano, a economia ainda permanece menor do que antes da recessão de 2008/ 2009. Mas, é interessante destacar que foi a primeira vez que todos os setores da economia cresceram desde o terceiro trimestre de 2010.
Na Espanha, a taxa de desemprego caiu inesperadamente pela primeira vez em dois anos. Uma forte temporada de turismo ajudou a taxa a cair de 27,2% para 26,3%, informou o Instituto Nacional de Estatísticas nesta quinta-feira. Todavia, o dado mascara um profundo problema estrutural: desemprego de longo prazo. Quase metade dos quase 6 milhões desempregados espanhóis não tem emprego há mais de um ano e o número de casas em que nenhuma pessoa trabalha permaneceu em 1,8 milhão.
Os preços ao consumidor japonês subiram em junho no ritmo anual mais rápido em quase 5 anos, em um sinal inicial do fim da persistente deflação e melhorando o prognóstico para o ousado plano de estímulo do banco central japonês.
O aumento de 0,4 por centro do núcleo do índice de inflação foi em grande parte devido à elevação nas contas de energia e a um iene mais fraco que inflacionou o custo das importações de gasolina.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa fechou a semana em alta de 4,27%.
No primeiro semestre do ano, o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou um superávit primário de R$ 34,371 bilhões. Esse foi o pior resultado para o período desde 2010, quando o saldo ficou positivo em R$ 24,9 bilhões.
Em 2013, o governo central tem de entregar um superávit de R$ 108 bilhões. Mas o governo já informou que contará com o abatimento de até R$ 45 bilhões de investimentos referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações, entregando superávit equivalente a 2,3% do PIB.
O Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getulio Vargas voltou a cair com mais intensidade, refletindo piora da avaliação das empresas do setor quanto à situação atual da economia e o futuro dos negócios. Após três meses de quedas menos acentuadas e uma melhora relativa, o indicador recuou 4,0% no trimestre terminado em julho, em relação ao mesmo período do ano anterior.
O dólar fechou em alta em relação do real nesta sexta-feira. A atuação do Banco Central, ao fazer intervenção no mercado, evitou que a desvalorização do real frente ao dólar americano fosse mais expressiva. O dólar fechou em alta de 0,73 por centro, para 2,2558 reais na venda.
Expectativas da Semana
Na próxima semana, a temporada de resultados no Brasil, dados chineses e norte-americanos.
Na quarta-feira, será divulgada a ata da reunião do Fomc*. Espera-se que o documento indique os próximos passos do Fed* em relação ao programa de estímulo à economia norte-americana.
Ainda nos EUA, será divulgado o PIB do segundo trimestre, que deve mostrar desaceleração em relação ao do primeiro.
Na quinta-feira, saíram dados da indústria brasileira e Zona do Euro e Reino Unido decidirão sobre a taxa de juros, atualmente em 0,5%.
Ao final da semana, a taxa de desemprego dos Estados Unidos deve trazer volatilidade ao mercado, além de indicadores industriais e de renda pessoal norte-americanos.
*Dicionário Economês-Português
PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado. Valores acima de 50 indicam expansão, enquanto abaixo de 50, contração.
Fomc – O “Federal Open Marketing Committee” é o equivalente norte-americano do Copom Brasileiro. O FOMC é o comitê que decide a política monetária do país do Tio Sam periodicamente.
FED – O FED, ou Federal Reserve, é a maneira como se comumente se refere ao Banco Central dos Estados Unidos. Nesse sentido, o nome oficial do banco central é Federal Reserve e FED é uma abreviação utilizada normalmente.
Post em Parceria com Helena Passeri, graduanda em Economia pela FGV-EESP e Consultora da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.