Mundo Econômico - 04 de Agosto
04/08/13 14:00Panorama Mundo
A semana foi de alta para as bolsas internacionais. As variações foram consistentes e não houve nenhum destaque individual de peso internacionalmente.
O bom humor foi causado por conta de bons dados divulgados, muitos concentrados na quinta-feira. Nos EUA, dados como pedidos de auxílio desemprego, atividade industrial e PMI* vieram melhores que o esperado.
Além disso, o PIB do segundo trimestre foi divulgado e mostrou crescimento anualizado de 1,7%, acima do esperado 1,1%. Assim, as expectativas para o crescimento norte-americano em 2013 subiram para 2,8%.
Na Europa, algumas boas notícias também. A taxa de desemprego se manteve inalterada ante seguidos aumentos. O PMI* da região indicou, pela primeira vez em dois anos, expansão ao invés de retração. Por fim, indicadores de confiança da região atingiram o maior valor em 15 meses.
Por fim, os bancos centrais internacionais poderiam ter causado alvoroço na semana, mas preferiram manter suas políticas inalteradas. Dentre eles, encontram-se o FED*, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa entrou na contra-mão dos mercados internacionais e teve uma variação semanal de -1,92%. No entanto, não houve nenhum dado macroeconômico que justifique todo esse movimento contrário da bolsa.
A queda parece ter sido motivada pelo pessimismo com a economia brasileira, pela saída de investidores estrangeiros e pelo ceticismo em relação ao desempenho das principais empresas do país.
Quanto à inflação, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) a desacelerou de 0,75% em junho para 0,26%. O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal registrou deflação de 0,17% na quarta quadrissemana de julho, após ter tido queda de 0,11% na terceira semana do mês, de acordo com a FGV.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) no município de São Paulo teve deflação de 0,13% na quarta quadrissemana de julho, depois de cair 0,16% na terceira prévia do mês.
No mercado de câmbio, a moeda brasileira perdeu 1,42% em relação ao dólar americano, terminando a semana cotado em R$2,288. O Banco Central continua tentando conter uma depreciação excessiva do real, mas há possibilidades de altas do dólar no futuro.
Expectativas da Semana
A próxima semana será menos agitada no sentido de divulgação de dados. Internacionalmente, haverá o PMI* de serviços chinês e europeu e os tradicionais dados de auxílio desemprego norte-americanos.
O que também pode movimentar os mercados são os discursos de presidente regionais do FED*. Indicações de redução de estímulos monetários sempre podem frear os mercados.
No Brasil, o destaque maior fica com a divulgação do IPCA de Julho. O índice de inflação indicará se o mercado pode esperar uma inflação decrescente no resto do ano.
Destaque, também, para a divulgação de balanços de várias empresas. Nessa semana, tanto a Petrobrás quanto a Vale divulgaram resultado.
Enquanto isso, espera-se que o dólar se mantenha entre R$2,25 e R$2,35.
*Dicionário Economês-Português
PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado. Valores acima de 50 indicam expansão, enquanto abaixo de 50, contração.
FED – O FED, ou Federal Reserve, é a maneira como se comumente se refere ao Banco Central dos Estados Unidos. Nesse sentido, o nome oficial do banco central é Federal Reserve e FED é uma abreviação utilizada normalmente.
Post em Parceria com João Lídio Bisneto, graduando em Economia pela FGV-EESP e Presidente da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.