Mundo Econômico - 18 de Agosto
18/08/13 14:00Panorama Mundo
A semana apresentou leves altas nas bolsas internacionais. A exceção ficou com o mercado acionário norte-americano, todos os três principais índices do país tiveram quedas na semana.
É importante destacar que o mau desempenho do mercado de ações norte-americano não foi causado por dados ruins no país. Na verdade, o motivo foi inteiramente o contrário.
Dados dos EUA na semana foram ou dentro do esperado ou surpresas positivas. Os pedidos de auxílio-desemprego, por exemplo, vieram abaixo do esperado e, mesmo sendo uma ótimo notícia, levaram à maior queda diária dos índices acionários na semana passada.
A dinâmica que dita tais movimentos é a de que dados positivos no país podem levar o FED* a retirar os estímulos monetários, o que afeta negativamente a bolsa. O interessante é que diretores da instituição discursaram na semana e comentaram que a retirada desses estímulos estava longe de acontecer, mas, mesmo assim, não conseguiram acalmar tanto os mercados.
Na Europa, a produção industrial subiu 0,7% em junho, menos que o esperado: 1,1%. No entanto, foi a primeira vez em seis trimestre que a zona do euro apresentou crescimento positivo, de 0,3%. Essa notícia estimulou as bolsas europeias.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa teve um desempenho positivo. A variação semanal foi uma alta de 3,34%. A temporada de balanços e o atual baixo nível do mercado impulsionou o índice.
Destaques individuais para o lucro semestral e trimestral do Banco do Brasil, o maior na história do setor bancário, e para a Petrobrás, que teve seu papel impulsionado pela possibilidade de reajuste da gasolina.
Apesar do bom desempenho acionário, o IBC-Br* veio abaixo do esperado e mostrou desaceleração. A variação do índice foi de 0,89% no segundo trimestres.
Expectativas da Semana
Na próxima semana, destaques mundiais ficam com os EUA. Será divulgada a ata do FOMC*e haverá um evento intitulado Jackson Hole, em que presidentes e diretores do FED discutem o desempenho econômico. Nesse evento, novas decisões econômicas podem surgir.
Como de costume, teremos a divulgação de PMIs* na China e na Europa, ajudando o mercado a entender o atual cenário econômico.
No Brasil, o destaque fica com a divulgação do IPCA-15, prévia oficial da inflação, que pode indicar qual o futuro inflacionário do país após a inflação de julho ter sido chamada de “ponto fora da curva”.
*Dicionário Economês-Português
FED (Federal Reserve) – Banco Central norte-americano.
IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) – Índice calculado pelo Banco Central que tem como objetivo tentar prever o desempenho futuro da economia brasileira.
FOMC – O “Federal Open Marketing Committee” é o equivalente norte-americano do Copom Brasileiro. O FOMC é o comitê que decide a política monetária do país do Tio Sam periodicamente.
PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.
Post em Parceria com João Lídio Bisneto, graduando em Economia pela FGV-EESP e Presidente da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.