Caro DinheiroEconomicamente Viável – Caro Dinheiro http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br por Samy Dana Mon, 18 Nov 2013 13:28:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Por que os juros são tão altos no Brasil? http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/08/14/por-que-os-juros-sao-tao-altos-no-brasil/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/08/14/por-que-os-juros-sao-tao-altos-no-brasil/#respond Wed, 14 Aug 2013 20:08:57 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3719 Continue lendo →]]>

Muito se discute sobre os juros elevados no Brasil, e, principalmente sobre as altas margens dos bancos na concessão de crédito, conhecidas, economicamente, como spreads bancários.

Ontem mesmo, o Banco do Brasil anunciou lucro semestral recorde de R$ 10 bilhões, decorrente, em boa parte dos rendimentos obtidos a partir de juros incidentes sobre a concessão de crédito, principalmente destinado ao agronegócio, conforme divulgação do próprio banco.

As estatísticas internacionais corroboram a validade da discussão. Segundo World Economic Forum (2011), o Brasil tem o segundo maior spread do mundo, atrás somente de Madagascar.

Mas o que compõe essa margem dos bancos?

Segundo o Banco Central, 5 fatores:
despesas administrativas (gastos com capital físico, pessoal),
inadimplência (prevenção contra maus pagadores),
depósito compulsório ( custo de oportunidade do depósito feito no Banco Central, sem rendimentos),
tributos e taxas ,
lucro.

Além disso, o ambiente econômico tem influência sobre os spreads através do ambiente legal, do nível de risco da economia, da taxa de crescimento, e da taxa básica de juros da economia.

Quando analisamos esses fatores, percebemos que a justificativa de elevados spreads é fraca, uma vez que, paulatinamente, os bancos têm atingido maior eficiência operacional, reduzindo suas despesas administrativas.

Além disso, o sistema bancário brasileiro é um dos mais consolidados do mundo, com vasta capilaridade, regulamentação e estruturas eficientes.

A Selic, vista tradicionalmente como entrave para diminuição dos juros tem convergido para patamares internacionais.
E também a porcentagem de depósito compulsório tem reduzido. Ou seja, cada vez mais, o spread brasileiro tem parecido exagerado.

Essa questão apresenta um problema muito grande, uma vez que a margem dos bancos e o custo de captação são os principais entraves ao acesso ao crédito por parte das famílias e das empresas.

Para elucidar essa dificuldade, é importante saber que, em 2012, pela primeira vez o crédito bancário brasileiro superou a proporção de 50% em relação ao PIB. Ainda assim, essa relação é muito baixa, por exemplo, nos EUA, ela chega a 200% do PIB, segundo o DIEESE.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP.

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Financiamento Estudantil http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/08/07/financiamento-estudantil/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/08/07/financiamento-estudantil/#respond Wed, 07 Aug 2013 11:00:59 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3686 Continue lendo →]]>

Estudantes de instituições privadas, no país todo, sabem como é difícil pagar pelo Ensino Superior no Brasil. Principalmente, quando se sabe que os fiadores que oferecem crédito universitário são muito escassos.

São muito poucas as alternativas quando o estudante não consegue o financiamento do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), programa do Ministério da Educação, que cobra juros baixos, quando comparados com os que incidem em geral no mercado,  de 3,4% ao ano, para estudantes de famílias com rendimento inferior a 20 salários mínimos. Tal empréstimo é feito ou pelo Banco do Brasil ou pela Caixa, ambas organizações públicas.

Interessante é perceber que o mercado em questão não é pequeno. Atualmente, estima-se que 800 mil alunos brasileiros recorram ao financiamento para cursar uma faculdade, movimentando, ao ano, R$7,5 bilhões.

Por que essa falta de financiadores acontece, quando existem tantos bancos privados por aí?

A lógica é a mesma que explica a baixa oferta de crédito de longo prazo ou financiamento habitacional. São os chamados mercados incompletos, em que não há suficiência de oferta por parte do setor privado e o governo é obrigado a intervir.

No caso da educação, o retorno ao banco ocorre somente depois de alguns anos, quando o aluno se forma e pode entrar no mercado de trabalho, remunerando de volta seu financiador. Assim o risco para a instituição financeira é maior, principalmente se levarmos em conta sua necessidade de lucro imediato.

Relativamente a crédito de longo prazo, sabe-se que essa modalidade demanda juros mais baixos para ser viável, de modo, que, mais umas vez, os bancos não têm interesse em provê-los, quando podem cobrar juros exorbitantes em operações de prazo menor, como cartão de crédito e cheque especial. O crédito habitacional representa também um tipo complicado de empréstimo, pois a moradia de um indivíduo é um dos seus bens mais essenciais e, portanto, mais difícil de ser expropriado em caso de falta de pagamento.

Timidamente, algumas instituições começam a reconhecer a necessidade dessas modalidades e entram no mercado. No caso da educação, por exemplo, as próprias faculdades têm mostrado interesse em prover financiamento a seus alunos. São boas alternativas para não deixar tudo nas mãos do governo.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Queda da Bolsa e aluguel de ações http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/31/queda-da-bolsa-e-aluguel-de-acoes/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/31/queda-da-bolsa-e-aluguel-de-acoes/#respond Wed, 31 Jul 2013 10:00:18 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3633 Continue lendo →]]> O pessimismo  acerca do desempenho da bolsa brasileira e a queda abrupta das cotações das ações do grupo EBX, de Eike Batista, têm levado a forte aumento da demanda por aluguel de ações.

Esse tipo de operação apresentou crescimento de  24% em relação ao mesmo período de 2012, atingindo R$ 500,3 bilhões. A quantidade de operações chegou a  806,3 mil. Evidentemente, com maior procura, houve tendência à falta de alguns papéis e aumento da taxa de empréstimo das ações.

Mas o que seria um aluguel de ações?

Da mesma forma que um imóvel ou um automóvel,  no mercado de ações, também é possível emprestar seus papéis temporariamente para outro investidor, mediante certas garantias. Tal operação é regulada pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia e mediada pelas corretoras dos investidores em questão.

O locatário, geralmente, espera que haja desvalorização dos papéis, porque assim ele realiza venda das ações alugadas, recebendo seu valor atual e comprando as ações novamente quando necessitar devolvê-las ao locador, a um preço mais baixo, obtendo, assim, lucro.

É por esse mesmo motivo que a demanda por locação aumenta quando o desempenho da bolsa é negativo.

O doador (o proprietário) de ações tem, assim a possibilidade de auferir uma remuneração extra, proveniente da taxa de empréstimo,que tem oscilado, na média, entre 2 e 5%. É, portanto, uma alternativa interessante para quem pretendia manter as ações paradas em sua carteira no período considerado.

A demanda por aluguel tende a aumentar num mercado de baixa, o que gera o encarecimento do custo da operação. Muitas vezes, o investidor olha apenas para isso e acha a taxa interessante, mas ele deve estar sempre atento ao prazo em que será o detentor daquela ação e qual sua expectativa para a cotação futura;

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

 

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Visita do Papa - custos e ganhos http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/23/visita-do-papa-custos-e-ganhos/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/23/visita-do-papa-custos-e-ganhos/#respond Tue, 23 Jul 2013 10:00:54 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3600 Continue lendo →]]>

Como se sabe, a Jornada Mundial da Juventude teve início ontem, dia 22 de julho, e termina no dia 28 desse mês, recebendo a visita do Sumo Pontífice da Igreja Católica as cidades do Rio de Janeiro e  Aparecida do Norte (SP).

Segundo o último censo do IBGE (2010), 64% da população brasileira é católica, informação a partir da qual se entende a proporção que o evento tem tomado.

Estima-se que 1,5 milhão de peregrinos participarão do evento nas duas cidades. Para garantir a segurança do Papa Francisco e de tantas pessoas, foram convocados mais de 30 mil integrantes das Polícias Civil e Militar, da Força Nacional, da Polícia Federal e das Forças Armadas, constituindo um dos maiores esquemas de segurança já montados no Brasil.

Por fatores como esse, a estimativa é de que a visita do Papa custe R$ 118 milhões aos cofres públicos. O governo federal arcará com R$ 62 milhões, dos quais R$ 30 milhões destinam-se a segurança e defesa;  e o Estado e o município darão R$ 28 milhões cada. Cabe à Igreja arcar com as despesas de hospedagem dos peregrinos e de estrutura do evento.

A justificativa do governo para sediar o evento é de que a arrecadação superará os gastos incorridos. Segundo o secretário nacional interino de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo, Sandro Fernandes, a JMJ 2013 “deve trazer impacto para o Brasil de mais ou menos R$ 1,2 bilhão na economia”, ao atrair de 1,7 milhão a 2 milhões de pessoas ao país. Estima-se que a despesa de turistas nacionais e estrangeiros com gastos diretos, como hospedagem e alimentação atinja R$660 milhões, além de, obviamente, movimentar o comércio local, principalmente o religioso.

Ainda assim, são esperadas manifestações durante a Jornada Mundial da Juventude, uma vez que os gastos públicos foram significativos e destinados a apenas uma parcela da população, a de religião católica.

 

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP.

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Entenda a diferença entre pirâmide financeira e marketing multinível http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/18/piramides-financeiras-parte-ii/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/18/piramides-financeiras-parte-ii/#respond Thu, 18 Jul 2013 10:00:31 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3577 Continue lendo →]]>

No primeiro post de pirâmides financeiras, abordamos como elas se constituem e de que forma caracterizam crime. Devido à grande repercussão entre os leitores, gostaríamos agora de esclarecer com quais modalidades as pirâmides gostam ser confundidas ou apresentadas ao público, para facilitar o engodo.

Vale destacar que existem empresas sérias que utilizam tais modalidades de negócio, e, portanto cabe também ao investidor a responsabilidade de julgar quais efetivamente usufruem dessas estratégias e quais utilizam-nas apenas como fachadas para pirâmides, resistindo à tentação do ganho fácil.

Uma dica é que as pirâmides geralmente se disfarçam sob essas máscaras, mas apresentam um produto não competitivo, cuja venda é difícil.

Mas por quê?

Não é de interesse de um criador de uma pirâmide que o produto seja vendido, porque, nesse caso, ele teria que se preocupar com as questões comuns às empresas verdadeiras, como distribuição, estocagem, qualidade, autenticidade  e custo do produto, funcionários e etc. Para ele, é interessante que os associados não consigam vender e assim, para recuperar seu investimento inicial, estejam propensos a atrair muitos novos associados.

Venda Direta

Um modelo tradicional de vendas consiste na venda direta, que nada mais é do comercialização de produtos porta a porta, sem um ponto comercial fixo. Tal modelo é bastante utilizado por empresas de cosméticos, por exemplo, e não carateriza um engano, é absolutamente legal.

Como vantagens, esse tipo de vendas favorece a flexibilidade de horários dos comerciantes, bem como sua possibilidade de obter maiores rendimentos em função de sua dedicação individual.

Destaca-se aqui que, nesse caso, o ganho provém de comissões pela venda de produtos. No caso da pirâmide, o ganho é oriundo de comissões pela adesão de novos vendedores.

Marketing Multinível ou Marketing de Relacionamento

Esse sistema é derivado do sistema de vendas diretas, a diferença consiste no incentivo que se dá aos revendedores de atrair mais associados.

Isso ocorre porque o crescimento no número de clientes é limitado pelo número de vendedores. Assim, para fazer crescer esse último, a empresa solicita aos associados que recomendem novas pessoas para a mesma função que a sua, oferecendo, como incentivo, um prêmio a cada recomendação e uma comissão sobre as vendas do indicado, de forma a atrair bons vendedores e impulsionar os associados a treiná-los bem.

A diferença nessa formação de uma rede de revendedores em relação a uma pirâmide é que, nesse caso, a empresa apresenta, sim,um produto competitivo, ou seja, os lucros não provêm somente da atração de novos parceiros, mas, principalmente, da venda do produto em si.

Portanto, esse modelo de negócio, é legal.

Do que foi apresentado aqui, percebemos que as diferenças entre esses modelos e pirâmides são bastante sutis, por isso, o investidor deve ser muito cauteloso. A maior recomendação é sempre não ceder à tentação do dinheiro fácil e desconfiar de modelos em que o lucro vem somente da atração de novos associados, pois, nesse caso, o dinheiro somente percorre a cadeia, caracterizando uma pirâmide e sendo, dessa forma, insustentável.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Pirâmides Financeiras http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/13/piramides-financeiras/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/13/piramides-financeiras/#respond Sat, 13 Jul 2013 18:44:42 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3555 Continue lendo →]]>

Casos recentes de empresas suspeitas de crime financeiro têm ocupado a mídia e provocado dúvidas na população.

Atualmente, cerca de 18 empresas estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal e Estaduais de todo o Brasil. Duas delas, que têm sido mais comentadas, a TelexFREE e BBom, já tiveram suas atividades suspensas e bens bloqueados pela Justiça.

Mas qual seria o crime de que essas empresas estariam sendo acusadas?

Elas são acusadas de serem, no fundo, pirâmides financeiras, ou seja, usarem um produto, que supostamente sustenta o negócio, apenas como isca para o recrutamento de novos associados.

Essas empresas requerem geralmente, uma taxa de cadastro, outra de adesão, o pagamento de uma mensalidade por determinado período e , além disso, requerem que o associado atraia novos integrantes, sujeitos às mesmas obrigações.

No caso de uma dessas empresas investigadas, por exemplo, a associação demandava uma  taxa de cadastro de R$ 60, valor de adesão entre R$ 600 e R$ 3 mil e o pagamento de uma taxa de R$ 80 por 36 meses. O mecanismo de recompensa aos associados dependia de novas adesões. Quanto mais integrantes eles atraíssem, maior sua bonificação.

O esquema de pirâmide depende exatamente do recrutamento progressivo de novas pessoas, mas se trata de um esquema comercial insustentável, e, portanto, é considerado crime.

A remuneração dos integrantes provém das taxas pagas pelos novos membros, ou seja, não há geração de capital, de fato, o dinheiro apenas percorre a cadeia de pessoas. Logicamente, para alguém ganhar, outro tem que perder. Nesse caso, os que mais perdem são os membros da base da pirâmide, ou seja, os que pagaram todas as taxas mas não foram capazes de atrair novos membros.

Assim, o idealizador do golpe é quem mais lucra com ele, enganando as pessoas com a promessa de comissões generosas. No entanto, quando a pirâmide é descoberta ou para de sustentar-se, é, em geral, muito difícil encontrá-lo, pelo uso de identidades falsas e afins, de forma que os ludibriados acabam ainda mais prejudicados, sem a quem recorrer.

Por ora, com a proliferação dessas empresas, recomendações como a da procuradora da República em Goiás, Mariane Guimarães Oliveira são bastante pertinentes:

— Enquanto não soubermos quais empresas são legais, peço aos consumidores que não saiam investindo em marcas que não conhecem. E, ao receber alguma tipo de oferta para se tornar divulgador, que busque informações sobre a empresa em órgãos de defesa do consumidor”.
Post em parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Inflação estourando a meta... E agora? http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/06/inflacao-estourando-a-meta-e-agora/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/06/inflacao-estourando-a-meta-e-agora/#respond Sat, 06 Jul 2013 09:00:02 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3531 Continue lendo →]]>

A inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA, provocou muitas discussões na tarde de ontem.

Isso porque o índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostrou aumento de 0,26% em junho, ficando abaixo da média de 0,33% esperada por consultorias e instituições financeiras.

Esse aumento aquém do esperado se deveu principalmente à baixa inflação de alimentos, por causa de boas e volumosas safras, o que acabou por elevar a oferta desse tipo de bem.

Vale destacar também o papel das tarifas de transporte público sobre a inflação. Embora o aumento da tarifa tenha sido derrubado em muitas capitais e cidades, o valor alterado vigorou, em média, por 20 dias, o que aumentou o nível de preços no período considerado.

Entretanto, mesmo apresentando-se abaixo do esperado, a inflação acumulada de 12 é de cerca de 6,7%, valor acima do teto da meta de 6,5% ao ano. Vale lembrar que é meta é auferida no final do ano , no entanto, o número preocupa bastante

Diante desse cenário, o governo viu a necessidade de fazer algumas declarações e comprometimentos públicos, para garantir o retorno à banda da meta no segundo semestre de 2013, conforme assegurou o ministro da Fazenda Guido Mantega.

Assim, o ministro afirmou que serão anunciados, na semana que vem, cortes de até R$15 bilhões em gastos de custeio realizados pelo governo, como passagens, viagens, alugueis, serviços terceirizados, material permanente.

Tal medida visa garantir o cumprimento da meta de superávit primário de 2,3% do PIB, para honrar os pagamentos de juros da dívida pública, mas também tem papel relevante sobre a inflação. Com menores gastos públicos e maior austeridade fiscal, o governo alivia a pressão sobre o nível de preços, aumentando as expectativas de inflação menor.

O governo sente, indubitavelmente, a pressão das ruas e das urnas (já que as eleições de 2014 se aproximam) e se alarma diante da necessidade de cumprir suas metas econômicas. Resta agora esperar que as medidas para esse cumprimento sejam tomadas de forma inteligente, sem comprometer o investimento público, principalmente em setores fundamentais ao bem-estar social, como saúde e educação.

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Alta do dólar, populismo cambial e produção industrial baixa http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/03/alta-do-dolar-populismo-cambial-e-producao-industrial-baixa/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/07/03/alta-do-dolar-populismo-cambial-e-producao-industrial-baixa/#respond Wed, 03 Jul 2013 09:00:51 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3524 Continue lendo →]]> A recente alta do dólar pode ter surpreendido alguns brasileiros, que confiavam na tendência de apreciação do real e não se planejaram com antecedência para viajar, importar determinado produto ou mesmo investir.

O gráfico a seguir mostra a evolução da cotação dessa moeda no último mês.

Fonte: Valor Data

Como se pode perceber, há uma tendência de depreciação do real frente ao dólar. Esse movimento ocorre a despeito das tentativas do governo de segurar a cotação do real e impedi-lo, aumentando a oferta de dólares no mercado, gastando, para isso, boa parte de suas reservas internacionais.

Esse fenômeno poderia ser explicado através de uma eventual crença, por parte do mercado, de que o real estava, anteriormente, sendo comercializado por um valor maior do que os condizentes com fatores reais da economia, como a produtividade, eficiência…

Populismo Cambial

Mas por que estaria o governo tão preocupado em impedir essa depreciação, considerando-se a eterna pressão da indústria nacional por um câmbio mais depreciado, para aumentar a competitividade de suas exportações?

Seu interesse principal, nesse caso, é conter a inflação. Se o Real está apreciado, os produtos importados ficam mais baratos em moeda local. Como boa parte dos insumos das indústrias brasileiras e uma parcela significativa da cesta de consumo da população são importados, há um repasse para o nível de preços brasileiro desse “barateamento”, contribuindo para a manutenção do patamar dos preços ou até mesmo, sua redução.

Além disso, quando o Real está apreciado, o salário real dos trabalhadores, em moeda estrangeira, fica maior, de modo que a população tem sensação de maior poder aquisitivo.

Assim, quando consideramos a iminência das eleições de 2014, é de interesse do governo tentar manter o Real apreciado, para garantir esse “populismo cambial”.

Quanto à indústria, é (des)interessante constatar, que, mesmo nesse mês, com um câmbio mais depreciado, a produção industrial de maio apresentou queda de 2% em relação a abril, segundo dados publicados ontem. Desse modo, podemos pensar que os gargalos da indústria e do produção nacionais estão muito mais relacionados à infra-estrutura, à confiança e à facilidade do empresário para investir, problemas muito mais graves e de resolução mais demorada do que a cotação do câmbio.

 

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

 

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Análise das tarifas de transporte público e dos salários http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/06/19/analise-das-tarifas-de-transporte-publico-e-dos-salarios/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/06/19/analise-das-tarifas-de-transporte-publico-e-dos-salarios/#respond Wed, 19 Jun 2013 12:53:37 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3444 Continue lendo →]]>

Fontes: INPC-IBGE, Sptrans- tarifas, Ipeadata- salário mínimo

 

Diversas análises econômicas foram feitas sobre a questão do transporte público em São Paulo. A maioria delas avalia qual deveria ser o valor da tarifa caso o valor inicial, de 1994, fosse corrigido pela inflação acumulada.

Optamos, então, por fazer uma análise diferente, considerando a relação entre o salário mínimo e as tarifas. Para tanto, devemos considerar ambas variáveis reais, ou seja, descontadas da inflação.

A medida de inflação escolhida foi o INPC, pois ele abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 e 5 salários-mínimos, cujo chefe é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões.

A estrutura do índice de preços era composta de 7 grupos: 1. Alimentação e bebidas; 2. Habitação; 3. Artigos de residência; 4. Vestuário; 5. Transportes e comunicação; 6. Saúde e cuidados pessoais; 7. Despesas pessoais. A partir de ago. 1999, passou a ser composta de 9 grupos: 1. Alimentação e bebidas; 2. Habitação; 3. Artigos de residência; 4. Vestuário; 5. Transportes; 6. Saúde e cuidados pessoais; 7. Despesas pessoais; 8. Educação, leitura e papelaria; 9. Comunicação.

Assim, acreditamos que essa seja a inflação que, de fato, incide sobre a maioria dos usuários de transporte público.

Da análise do gráfico apresentado no início, percebe-se que, ano a ano, em geral, as tarifas crescem mais, percentualmente, do que o salário mínimo. Em todo o período, a variação de 1994 a 2013 dos salários foi de 161,41%, enquanto a variação da tarifa real de metrô foi de 240,25% e a de ônibus foi de 308,29%.

Outro indicador interessante é analisar a relação entre as tarifas reais e o salário mínimo real ao longo do tempo. Intuitivamente, quando maior essa relação, pior a situação do trabalhador que utiliza transporte público.

Fontes: IBGE, Ipeadata, Sptrans

Como se observa, a tendência para o período é de alta dessa relação. Vale destacar que, em 2013, ela atinge seu valor máximo. Tanto para o metrô quando para o ônibus, essa relação é de  0,0046984 atualmente.

Queremos destacar, nessa análise, que o comprometimento do salário do trabalhador tem sido maior a cada ano, o que fere, fundamentalmente, seu direito de ir e vir.

Mais do que uma ciência, a economia é uma ciência humana, e, como tal, deve levar em consideração os direitos dos seres humanos, fundamentalmente.

Basicamente, o papel de todo governo democrático é assegurar o direito dos cidadãos à saúde, educação, segurança, emprego e suas liberdades, como, por exemplo, a de locomoção.

Estaria o governo assegurando esses direitos?

A isenção de PIS e Cofins e redução do ISS de 2,5% para 2% beiram a insignificância, pois diminuiriam em 4,15% os encargos das empresas. O subsídio de R$1,5 bilhão às passagens tem se mostrado insuficiente. É hora de redirecionar o orçamento. Mais sobre isso em posts  futuros.

Post em Parceria com Gisela Chulman e Giovana Carvalho, graduandas em Economia pela FGV-EESP.

 

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O que é risco de um investimento? http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/06/12/o-que-e-risco-de-um-investimento/ http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2013/06/12/o-que-e-risco-de-um-investimento/#respond Wed, 12 Jun 2013 10:00:43 +0000 http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/?p=3395 Continue lendo →]]>

Risco em investimentos pode ser facilmente compreendido pela probabilidade de alguma incerteza ou variável imprevista impactar nas operações de mercado.

Essa interferência pode levar à possibilidade de perda de parte, todo o valor investido originalmente ou até mesmo um valor superior a ele, caso haja alavancagem.

Para evitar esses acasos e as perdas decorrentes dele, há a necessidade, por parte do investidor, de conhecimento amplo das características das operações,  e também da compreensão dos riscos implícitos a estratégias operacionais de investimentos.

Os principais riscos em que um investidor pode incorrer estão citados abaixo, para conhecimento de nossos leitores:
Risco de Crédito

Risco geralmente conhecido da população, de não cumprimento das obrigações financeiras por parte do tomador de recursos, nos termos e prazos combinados. Tal descumprimento dos acordos pode gerar inadimplência ou atraso na liquidação de suas obrigações, resultando em perda financeira para o credor.
Risco de Liquidez

Está associado à possibilidade de o agente não possuir recursos financeiros líquidos suficientes em uma data determinada para honrar seus compromissos.

Geralmente, a falta de liquidez se associa ao descasamento entre fluxos de recebimento e pagamento, que pode ser originado por dificuldade de negociar ativos por falta de liquidez no mercado; ou por dificuldade de obtenção de financiamento.

Risco de Mercado

Associa-se à probabilidade de perda por mudança nos preços de ativos diante das condições do mercado como um todo. Um bom exemplo para esse risco ocorreu durante a crise econômica de 2008, em que a instabilidade financeira como um todo levava à maior volatilidade de todos os ativos.

Esse risco é mais notório em operações realizadas nos mercados de ações, câmbio, taxa de juros e commodities, que podem ser feitas diretamente através de operações com derivativos.

Risco decorrente do uso de Derivativos

O uso de derivativos pode ter duas finalidades:

Hedge ou proteção

Nessa modalidade, utilizam-se os derivativos para reduzir exposições ao risco de determinado ativo/passivo ou mesmo de uma carteira.

O risco, nesse tipo de operação, está associado a possíveis dificuldades de realização de uma proteção perfeita, uma vez que nem sempre as alternativas disponíveis no mercado apresentam exatamente as características da exposição que se deseja proteger, como prazo, indexador e outras razões que provoquem descasamento de preços.

Alavancagem

Assume-se uma exposição financeira maior que o investimento realizado ou patrimônio líquido em carteira. Dessa forma, as oscilações de mercado atingem o investidor de forma mais significativa.

Glossário

Derivativos são instrumentos financeiros cujas características e, principalmente, preços estão vinculados a outros títulos, ativos, ou instrumentos que lhe servem de referência. Como exemplo de derivativos, podemos mencionar: opções sobre ações, contratos futuros sobre o dólar comercial, sobre o índice BM&FBOVESPA ou sobre a taxa DI, swaps, termos, opções flexíveis, dentre outros.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em economia pela FGV-EESP

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