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Caro Dinheiro

por Samy Dana

Perfil Samy Dana é Ph.D em Business, professor da FGV e escreve no caderno Mercado

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Quanto custa comer fora

Por Folha
04/04/13 00:37

 

Almoçar em casa não é uma opção para muitos trabalhadores, principalmente nas grandes capitais, onde a falta de tempo para deslocar-se ou cozinhar inviabilizam a comodidade.

Diante desse fato, o Instituto Análise, a pedido da Associação Brasileira de Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert), realizou uma pesquisa com uma amostra de 4440 estabelecimentos que aceitassem vale ou ticket refeição, para obter informações referentes ao preço e a composição da refeição.

O preço médio do almoço, no Brasil, é de R$27,40, considerando tanto refeições por quilo,pratos executivos, à la carte e self-service com preço fixo.

Dentre as opções citadas, a mais cara é à la carte, com média de R$44,00, seguida dos pratos executivos, que custam, em média, R$33,45.

Ainda de acordo com a pesquisa, a região mais cara para comer fora é a Norte, onde o trabalhador paga em torno de R$30,45 por almoço. A região Nordeste foi considerada a mais barata, com R$23,74.

Média Brasil

R$     27,40

Centro-Oeste

R$     26,85

Norte

R$     30,45

Nordeste

R$     23,74

Sudeste

R$     29,51

Sul

R$     26,55

 

Acredita-se que o alto valor obtido para o Norte seja decorrente da elevada inflação que os alimentos apresentaram na última coleta do IPCA para a região

A cidade de São Paulo, como era esperado, apresentou média de preços superior à da região Sudeste, como se vê pela tabela abaixo:

 

Média Brasil

R$     27,40

Média Sudeste

R$     29,51

São Paulo-SP

R$     30,71

Comercial

R$     17,20

Self-Service

R$     19,49

Menu Executivo

R$     35,37

À la carte

R$     50,77

 

O estudo revelou ainda algumas curiosidades. A oferta de uma alimentação saudável foi citada como prioridade por 30% dos estabelecimentos entrevistados, ficando atrás somente da oferta de alimentos de qualidade. Além disso, cerca de 90% dos pratos servidos no país possuem, como componentes, arroz e feijão.

 

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

 

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Se chorei ou se sofri, o importante é que não consumi

Por Samy
01/04/13 17:37

No último dia 20, o Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) anunciou uma elevação de 6,65% no nível de inadimplência em fevereiro de 2013, em comparação com o mesmo período de 2012.

Podem explicar isso o incessante incentivo do governo ao consumo (ainda que a poupança clame por socorro), o crédito fácil oferecido a taxas de juros exorbitantes e a famigerada inflação.

Por falar nela, no dia 28, o Banco Central anunciou a projeção do IPCA para 2013: 5,7%, valor bem acima dos 4,5% esperados em 2012.

A conjuntura em que o consumidor se encontra é bastante desfavorável. Por que, então, o brasileiro, ciente de sua impossibilidade de sanar dívidas, não para de comprar?

Há muitos fatores envolvidos no consumo que os livros clássicos de economia não explicam. O homem que vive neles é perfeitamente racional. Mas a realidade mostra que fatores psicológicos são, muitas vezes, os mais relevantes nas decisões financeiras.

Estudiosos buscam entender essas motivações subjetivas. As explicações mais comuns estão relacionadas às emoções e influência exercida pela sociedade.

Em pesquisa recente do SPC e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, foram levantadas as causas que levam homens e mulheres a comprar por impulso: principalmente estresse, ansiedade e vida profissional.

Entre as mulheres, o estímulo ao consumo se vincula à baixa autoestima, em 49% dos casos, e à tensão pré-menstrual, em 32%. Já para os homens, as principais causas são ansiedade (45%) e problemas no trabalho (38%).

Não é fácil controlar impulsos. Gastar mais do que se pode não há de sanar nenhuma dor. Mas é o que a pesquisa mostra que estamos fazendo.

Conhecer e controlar o seu comportamento de consumo, especialmente em momentos emocionais vulneráveis, parece ser a chave da questão.

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Mundo Econômico - 31 de Março

Por Samy
31/03/13 11:59

Panorama Mundo

Na semana passada, os mercados acionários mundiais não mostraram tendência única.

Nos Estados Unidos, os índices de ações apresentaram leves altas. Destaque para o S&P 500 que bateu recordes históricos de fechamento.

No país do Tio Sam, a terceira prévia do PIB do 4º trimestre de 2012 apontou expansão de 0,4%, diante de expectativas de 0,3% e da leitura anterior de 0,1%. Enquanto isso, índices como as Ordens de Bens Duráveis e o Índice de preços Imobiliários mostraram-se otimistas. , No entanto, a confiança do consumidor veio abaixo do esperado.

Também de positivo, o presidente dos EUA, Barack Obama, sancionou, nesta terça-feira, o projeto que financiará o governo até 30 de setembro, quando termina o ano fiscal de 2013.

Obama tinha até esta sexta-feira para sancionar a medida para que não ocorresse o “temido” fechamento do governo, que poderia prejudicar ainda mais a economia norte-americana.

Na Europa, as bolsas apresentaram quedas. O principal motivo foram os dados ruins e a incerteza com relação ao Chipre e à Itália.

Esse pessimismo foi visto na confiança na zona do euro, que caiu mais que o esperado, e o PIB do Reino Unido e da França. Os dois países apresentaram retração de 0,3% na economia no último trimestre do ano passado.

No Chipre, houve um acordo para o plano de resgate do país. Nesse acordo, o segundo maior banco local do país foi liquidado e foi instituído um imposto de até 40% nos depósitos superiores à €100 mil. A medida criou um mau humor e desconfiança entre os investidores.

Ademais, a atenção também foi direcionada para a reabertura dos bancos do país. Na última quinta-feira, os bancos voltaram de um feriado bancário longo e havia medo de uma corrida aos caixas dos bancos. Entretanto, medidas limitadoras de saques bancários impediram o caos.

Na Itália, há receios com a eleição. Ainda não foi possível eleger um primeiro-ministro para o país e há possibilidade de novas eleições.

No outro lado do mundo, o Japão apresentou, em março, a primeira alta na atividade industrial em 10 meses. O dado é um sinal de que a economia está recuperando o impulso, conforme o iene mais fraco estimula as exportações.

Panorama Brasil

No Brasil, o Ibovespa se ajustou às quedas passadas e apresentou uma alta semanal de 2,01%. O destaque foi a ação da Eletrobrás que, mesmo após a empresa apresentar prejuízo líquido recorde de R$ 6,88 bilhões em 2012, subiram fortemente. Os investidores viram positivamente o novo plano de investimentos da empresa.

O destaque nacional da semana foi o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central. O divulgado na última quinta-feira mostrou que as expectativas de inflação do BACEN subiram e que agora é esperada uma inflação de 5,7% em 2013 (antes 4,8%) e 5,3% em 2014 (antes 4,9%).

O BC se mostrou atento e preocupado com a inflação, principalmente, a relacionada com o aquecimento do mercado de trabalho.

No entanto, o relatório apresentou um tom de cautela excessivo e o mercado começou a acreditar que a alta dos juros poderia ser postergada. Assim, a curva de  juros caiu levemente no fim da semana.

Outro evento importante para os juros nacionais foi a manutenção da TJLP* em 5% ao ano.

Ainda em relação à inflação, os índices divulgados mostraram tendências mistas. O IGP-M desacelerou de 0,29% em fevereiro para 0,21% em março. O IPC-Fipe caiu mais ainda e mostrou deflação de 0,18% na terceira semana de março.

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) também mostrou que os preços da cesta básica voltaram a subir. Na primeira semana após a desoneração, o preço da cesta recuou 2,79%. Na segunda semana (equivalente à terceira semana de março), a cesta voltou a subir 2,65%.

Enquanto isso, o IPC-S acelerou de 0,65% na segunda quadrissemana de março para 0,78% na terceira.

Quanto ao câmbio, o dólar fechou a semana com leve valorização em R$2,023. Como previsto, o Banco Central interviu, anunciando leilão de US$1 bilhão de swaps cambiais tradicionais*, para evitar maior valorização da moeda. Porém, a pressão do mercado acabou sendo mais forte.

Expectativas da Semana

Nessa semana, as movimentações do mercado devem continuar a serem guiadas por indicadores internacionais. Haverá, por exemplo, a divulgação de PMIs* da zona do euro e da China.

Lembrando que ainda há incertezas na Itália e no Chipre. Com isso, as bolsas europeias não prometem altas expressivas na semana.

Enquanto isso, o mercado nacional continuará atento aos índices de inflação e ao câmbio. Mesmo com possível tendência de desvalorização do dólar no médio prazo, o mercado deve continuar testando o BC e o dólar deve se manter próximo ao patamar de R$2,00 na próxima semana.

*Dicionário Economês-Português

TJLP – A taxa de juros de longo prazo foi criada com objetivo de estimular os projetos de infraestrutura no Brasil. Os financiamentos concedidos pelo BNDES são regulados por essa taxa.

Swaps cambiais tradicionais – são operações conduzidas pelo Banco Central que têm como objetivo causar um excesso de dólares no mercado futuro. Através dos contratos de swap tradicional, a autoridade monetária evita, ainda que temporariamente, a alta do dólar.

PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.

Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

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Páscoa mais cara

Por Samy
30/03/13 14:12

A Páscoa já é amanhã, mas como a maioria dos brasileiros deixa as compras das datas festivas para a última hora, vale a pena discutirmos mais um pouco sobre o preço dos ovos neste ano.

Um estudo da FGV revelou que, em média, o preço do produto ficou 6,42% mais caro em relação ao ano anterior. Esse aumento ficou acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor, 6,04%. Em dois anos, o aumento foi de 19,78%

Na cidade de São Paulo, esse aumento foi ainda maior, em torno de 8,15%. Segundo o estudo, a capital onde mais vale a pena comprar ovos de Páscoa  é Belo Horizonte, que registrou um aumento de 4,03%, abaixo da inflação.

Mesmo com essas elevações nos preços e ainda que tenha deixado para a última hora, o ideal é que o consumidor pesquise antes de fazer suas compras, pois a variação de preço pode ser significativa de um estabelecimento para outro. Além disso, o risco de encontrar produtos danificados e quebrados é maior nesse momento.

Em Santa Bárbara d’Oeste, município do estado de São Paulo, por exemplo, o Procon avaliou que a diferença de preço de um mesmo ovo pode chegar a 161%, podendo comprar três ovos pelo mesmo valor, na loja mais barata.

Outra dica interessante é pesquisar promoções na véspera ou mesmo no dia de Páscoa, pois as lojas têm um interesse muito grande em promover a queima dos estoques de um produto que não tem demanda no resto do ano.

Feliz Páscoa a todos!

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Saiba como o título pós-fixado NTN-B funciona, parte 2

Por Samy
29/03/13 07:00

Em sequencia à série NTN-B, este artigo abordará as primeiras etapas das metodologias de cálculo do título. Para melhor entendimento, será feita uma simulação de compra de uma NTN-B (utilizando valores reais) ao qual os artigos da NTN-B se basearão.

Parte 2

Assim como na NTN-B Principal, para entender a lógica e os mecanismos de preço da NTN-B, é necessário saber como funciona o Valor Nominal Atualizado.

Como este título é vinculado ao IPCA, o governo atualiza o preço a ser pago ao investidor por meio do VNA (Valor Nominal Atualizado). Este artigo explica passo a passo como o VNA funciona. Recomendamos esta leitura para que se possa entender os próximos conteúdos da NTN-B.

O preço de compra de um título de NTN-B pode ser encontrado pela seguinte fórmula:

Preço de Compra = (VNA)(Cotação)

Para a Cotação, utiliza-se a fórmula a seguir:

Supondo a compra da NTNB 150535 em 15/03/2013 com taxa de compra no valor de 4,09% (valor obtido pelo próprio Tesouro).

Para descobrir o número de dias úteis entre a data de compra e a de vencimento, utilize nossa calculadora. Os cálculos são realizados automaticamente após inserir os dados pedidos.

Diante disso, e segundo a calculadora, o número de dias úteis é 5566. Com estes dados consegue-se, então, encontrar o valor da Cotação.

Neste caso, a cotação representa 41,26% do VNA.

Tendo em mãos o valor da cotação (em porcentagem), acesse o site do Tesouro e pegue a última atualização do VNA.

Suponha que o VNA seja 7.097,99.  Diante disso, vem:

Preço de Compra = (VNA)(Cotação)

Preço de Compra = (7.097,99)(41,26%)

Preço de Compra = 2.928,63

Ou seja, os R$ 2.928,63 indicam o preço que o investidor paga para adquirir um título desta NTN-B. Lembrando que este valor não inclui taxas e custos.

Fluxo Financeiro

Já em relação ao pagamento do fluxo financeiro, que contém os cupons semestrais, segue uma ilustração:

O Total Investido representa o valor que o investidor efetivamente utilizou ao adquirir um título de NTN-B, ou seja, o somatório do preço de compra e todos os demais custos que são pagos à vista.

A data de compra, como o próprio nome diz, é a data em que foi comprado o título. As flechas intermediárias indicam os pagamentos semestrais de juros da NTN-B, conhecidos como cupons. A data dos cupons variam de acordo com a data de vencimento do título de NTN-B comprado.

Por exemplo: uma NTNB150535 indica um título de NTN-B com vencimento em 15 de maio de 2035.  Sendo assim, como os cupons são pagos de seis em seis meses, um cupom é pago em 15 de maio e o outro em 15 de novembro.

Já a NTN15082050 (vencimento em 15 de agosto de 2050) paga cupons nas datas 15 de agosto e 15 de fevereiro. Neste caso, os meses de pagamento são agosto e fevereiro.

Os cupons são formados pela variação do IPCA mais os juros reais (mais para frente explicaremos melhor). O Valor a ser Resgatado é o Valor Nominal Atualizado somado ao ultimo cupom, este ultimo pagamento é feito na data de vencimento do título, como o indicado na figura acima.

Exemplo de investimento

Para melhor entendimento dos cálculos, será feita uma simulação com dados reais

Considere a compra do seguinte título: NTNB 150535.

O investidor encontrará, ao realizar a compra do título, as seguintes informações:

Data da compra: 15/03/2013 (data escolhida no momento da simulação).

Data de vencimento: 15/05/2035

Quantidade de Títulos: 1,0 (este número é opção do investidor, ou seja, é ele quem escolhe quantos títulos deseja comprar).

Preço Unitário do Título para Compra: R$ 2.928,63 (lembrando que neste valor pode ser encontrado, como visto há pouco, de posse da taxa de compra. Neste exemplo, o preço de compra representa, como visto, 41,26% do VNA, ou R$ 2.928,63).

Novamente, como os dados foram retirados no dia de divulgação do IPCA (15 de janeiro) – dia de divulgação do IPCA, o VNA é conhecido, não havendo necessidade de trabalhar com o IPCA projetado.

Nos posts futuros, será realizado um exemplo com IPCA projetado, ou seja , uma data de compra que não seja o dia 15.

Preço Total de Compra (Valor Investido Líquido): R$ 2.928,63. Este valor é encontrado multiplicando-se o preço unitário de compra pela quantidade de títulos, ou seja:

Preço Total de Compra (1 unidade) = 2.928,63 x 1 = 2.928,63

Para encontrar o valor efetivamente desembolsado, o mais correto seria adicionar aos R$ 2.928,63 o valor da taxa de administração na entrada. Entretanto, como o próprio site do Tesouro desconsidera estes valores ao identificar o Preço Total de Compra, optamos por manter essa maneira.

Taxa (a.a.) Compra: 4,09% (taxa real bruta anual). Esta taxa é o ganho real, ou seja, o investidor ganhará esses 4,09% mais a variação do IPCA no período. Assim como a NTN-B Principal, a medida que o IPCA varia, o VNA acompanha, alterando também o fluxo de caixa recebido pelo investidor.

Os 4,09% representam, além da taxa de compra do título, a rentabilidade real bruta. Para entender melhor, já foram publicados alguns artigos para tratar justamente desta questão. Acesse aqui.

Dias úteis entre a data de compra e o vencimento: 5566 (ou seja, descontando finais de semana e feriados, o título ainda tem uma vida de 5566 dias até o vencimento). Este número pode ser obtido facilmente pela nossa calculadora NTN-B.

Considerando os custos e taxas:

Taxa de negociação: 0% (taxa extinta pelo Tesouro em 2 de janeiro deste ano).

Taxa de custódia: 0,3% ao ano (pagos semestralmente de forma linear).

Taxa de corretagem (administração do banco/corretora): 0,5% (Lembre que essa varia de corretora para corretora).

IPCA: Aqui será utilizado, como referência, o valor previsto do IPCA para os próximos meses de 2013, que no caso, é de 5,84%. Este valor ajudará a prever o VNA em cada data futura e, assim, o fluxo de caixa projetado para o investidor.

As continuações sobre a NTN-B farão referência à estes dados, portanto tenha em mãos estas informações caso não esteja entendendo as informações futuras.

Caso queira já simular investimentos na NTN-B, faça o download da calculadora. Lembrando que os próximos textos explicarão as metodologias de cálculo dos títulos.

Artigo em parceria com Miguel Longuini, graduando em Administração de Empresas pela FGV-EAESP e Diretor Administrativo/Financeiro da CJE-FGV.

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O Mito da análise técnica

Por Samy
28/03/13 07:00

Muito se fala sobre o mito da análise técnica, uma maneira fácil e infalível de ganhar dinheiro investindo em ações baseado na crença de que o comportamento dos preços de um determinado ativo segue um determinado padrão.

Esse método também conhecido como grafismo está cada vez mais popular. Mas será que ele realmente funciona? Será que o preço de um ativo segue um padrão que se repete ao longo do tempo?

Pelo contrário… Segundo a teoria de finanças, afirma-se seguramente que o preço das ações segue o chamado passeio aleatório (“random walk”). O que quer dizer que é IMPOSSÍVEL prever o preço de uma ação apenas utilizando informações do passado.

Esse tema foi inclusive a tese de Ph.D de um dos mais renomados financistas, Eugene Fama, o pai da hipótese de mercados eficientes. Fama concluiu que os movimentos do preço das ações são imprevisíveis e seguem um passeio aleatório, apelidado por muitos como o andar do bêbado. Em outras palavras, o fato das ações da Petrobrás estarem a R$ 17,32 não nos dá nenhum indício de que não possam ir a R$ 5,00 ou a R$ 30,00 em um curto período de tempo.

Além disso, se todos acreditassem que o preço deveria ser, por exemplo, R$ 18,00, ninguém seria tolo de vender por R$ 17,32. De modo análogo, se houvesse consenso no preço a R$ 15,00, ninguém compraria a R$17,32. Dessa forma, por definição, o último preço é a melhor estimativa para o dia seguinte.

Apesar dos preços das ações possuírem essa característica de passeio aleatório, muitas coisas não o seguem e apresentam o que são chamadas de componente determinística, ou seja, o passado pode nos revelar alguma informação sobre o futuro, como o PIB de um país, por exemplo.

Dessa forma, não é por acaso que, em modelos econômicos de projeção de PIB, utiliza-se o crescimento econômico passado para estimar o crescimento futuro. Não se utiliza, no entanto, o preço passado de uma ação em modelos econômicos para se projetar o valor justo de um ativo.

O Brasil cresceu 0,9% em 2012. Isso nos ajuda a arriscar que dificilmente o país cresceria 10% ou -3% em 2013, a não ser que ocorra algum choque externo muito relevante. Já o fato da China crescer 7,8% nos dá informações relevantes que permitem dizer que seu crescimento vai ficar em torno de 6% a 9%, apenas olhando a informação passada. Esse tipo de informação somado a variáveis chaves nos ajudam a prever de maneira razoável o crescimento de um país para os próximos anos.

Por que os grafistas insistem tanto nisso, então? Porque eles não trabalham com a hipótese de mercados eficientes. Um mercado é considerado eficiente quando os preços dos ativos incorporam rapidamente todas as informações disponíveis a qualquer momento do tempo.

Como consequência dessas suposições, não há razões para acreditar que os preços estão muito elevados ou muito baixos do seu valor fundamental, pois a eficiência dos mercados colocaria os ativos sempre em seu preço justo. Para isso, Fama distinguiu a Hipótese de Mercados Eficientes em três tipos: forma forte, semiforte e fraca.

Forma Fraca: o preço atual dos ativos refletem todas as informações contidas no histórico dos preços passados. Ou seja, se essa forma for válida (e há forte evidência emprírica mostrando que sim), os grafistas vendem não mais que uma ilusão.

Forma Semiforte: Sob esta forma, os preços correntes dos ativos, além de refletirem os preços passados (forma fraca), refletem todas as informações públicas disponíveis. A afirmação por trás da forma semiforte é que não é possível obter lucro usando informações que já estão disponíveis para todos. Assim, além dos gurus da análise técnica, investidores que utilizem a análise fundamentalista não conseguiriam obter ganhos sistemáticos acima do mercado e a gestão ativa não traria resultados consistentes.

Forma Forte: Sob esta forma, os preços correntes dos ativos, além de refletirem os preços passados e as informações públicas (forma semiforte), também refletem todas as informações privadas, conhecida como “inside information”. Segundo esta hipótese, devido à velocidade da propagação das informações até então sigilosas, nem mesmo os gestores da empresa (insiders) estarão aptos a ganhar acima do mercado comprando ações da companhia após 10 minutos de sua decisão.

Evidências empíricas sobre a predominância da forma fraca no mercado são consistentes e conclui-se que o preço dos ativos refletem  as informações mais públicas e mais fáceis de obter. Dessa maneira a análise técnica não geraria nenhum resultado, o que quer dizer que não há como detectar ativos subapreciados e obter ganhos acima da média do mercado baseado apenas nos preços passados.

Diante disso, as evidências empíricas para os que acreditam em determinados padrões são baixíssimas, como provou não só Eugene Fama, mas outros diversos estudos sobre análise técnica.

Apesar disso, algumas pessoas podem argumentar que viram alguma carteira que utiliza a análise técnica tendo um ganho muito acima do Ibovespa nos últimos doze meses. É importante lembrar que pegar uma exceção para justificar uma regra não é um bom método de provar algo.

Por exemplo, se pedirmos pra 1 milhão de pessoas lançar vinte vezes uma moeda. Provavelmente uma pessoa tirará 20 vezes cara – trata-se de sorte e não de habilidade, pois se você pedir para que a pessoa repita esse feito, ela dificilmente conseguiria. A isso, damos o nome de sorte.

Outro exemplo é tentar adivinhar os próximos números da loteria utilizando como informação os números do último sorteio. Como são eventos independentes, esse tipo de informação não contribui em nada para adivinharmos os próximos números.

Para os que ainda não se convenceram, mais uma pergunta: se a análise técnica é infalível, por que os gurus dessa área passam noites e finais de semana dando cursos sobre isso, enquanto poderiam estar aplicando essa técnica “infalível” para fazer a sua própria fortuna? Talvez esse questionamento já nos responda algumas questões…

 Leonardo de Siqueira Lima economista pela EESP – FGV

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Telefonia móvel mais barata

Por Samy
27/03/13 08:00

Finalmente, uma boa notícia para os usuários de telefonia móvel no Brasil.

Após um ano marcado por críticas à qualidade do serviço prestado e por suspensões de vendas de novos planos de determinadas operadoras, a Associação Brasileira de Telecomunicações anunciou que a tarifa do serviço móvel tem ficado mais barata.

Segundo seu mais recente estudo, a preço médio do minuto de celular caiu 18% em 2012, de 21 para 17 centavos. Considerando os últimos cinco anos, a redução chega a 56%.

Essa queda nos preços pode ser explicada por aumento da competição entre as operadoras, levando-as a popularizar planos de ligações ilimitadas para números de mesma operadora.

Também os ganhos de escala ajudam a explicar esse fato. Quanto mais usuários de telefonia houver, menor tende a ser a tarifa. Isso porque há uma diluição dos custos fixos das empresas que oferecem o serviço, os quais são muito relevantes, para esse setor.

Por exemplo, até determinada capacidade, a adesão de novos usuários não implica a necessidade de instalação de novas antenas, novos cabos ou satélites. Assim, os custos de instalação e manutenção dos já existentes pode ser repartido entre mais pessoas.

Para se ter ideia dos ganhos de escala no Brasil, vale lembrar que, em fevereiro deste ano, o número de linhas móveis, em território nacional, atingiu 263 milhões, segundo a Anatel. Os celulares pré-pagos continuam a ser maioria no país, representando 80,27% do total.

O tempo médio de uso também tem aumentado no país. No final de 2012, o crescimento foi de 9%, em relação ao anterior, levando a uma média mensal de 125 minutos por usuário.

Apesar da do serviço ser ruim e caro quando comparado com outros países, há uma esperança de evolução .

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Milagre da Copa do Mundo no Brasil parece se transformar em pesadelo

Por Samy
25/03/13 18:00

Em 2014, graças a esforços de antigos companheiros governantes, o Brasil será palco de um dos principais e mais badalados eventos do planeta: a Copa do Mundo.

O Mundial envolve uma infraestrutura fantástica. É evidente que um país prestes a receber tamanho acontecimento precisa de um plano de investimentos à altura.

Qualquer nação que sedia a Copa deveria estar preocupada em oferecer a melhor estrutura possível a seus visitantes internacionais -especialmente o país do futebol.

No entanto, por aqui a falta de preocupação é tanta que chega a parecer que as estruturas viária e aeroportuária atuais são suficientes para suportar a chegada de milhares de estrangeiros. O problema é que estamos longe disso, e o jeitinho brasileiro não vai ser o bastante desta vez.

O governo conta com sorte e reza brava para, em São Paulo, por exemplo, não chover nos dias de jogos, pois, se isso acontecer, a situação ficará mais caótica, já que mais da metade dos semáforos da cidade não é a prova d’água.

O governo direciona bilhões à construção de monumentais estádios em regiões distantes da rota comercial e que terão pouca ou nenhuma utilidade após a Copa.

O país carece de soluções nos sistema de saúde, educação e segurança, além de ter altos custos de produção, lucros exorbitantes e impostos -infindáveis impostos.

O dinheiro público, de todos nós, seria muito mais bem empregado para sanar esses problemas do que na construção de estádios. Tanto mais porque cada estádio tem um custo para a sociedade que pode ultrapassar R$ 1,5 bilhão.

O milagre da Copa parece se transformar em pesadelo à medida que o tempo passa. Sendo assim, acreditar que a população terá uma melhora de vida propiciada pelos investimentos do governo é mais difícil que acreditar em conquista invicta do hexa.

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Mundo Econômico - 25 de Março

Por Samy
25/03/13 00:00

Panorama Mundo

A semana foi de queda para as principais bolsas mundiais. Principalmente na Europa, as incertezas levaram ao desempenho ruim dos índices acionários.

O principal evento da semana foi a crise bancária de um pequeno país chamado Chipre. O país possui um setor bancário com total de ativos com valor acima de sete vezes o seu PIB.

Como o Chipre é membro da zona do euro e não possui banco central próprio, as reservas bancárias no país não são 100% garantidas. Assim, seria necessário um plano de resgate europeu ao país para impedir que o setor financeiro colapsasse.

A proposta da zona do euro foi um plano de €10 bilhões, onde uma parte seria captada através de impostos sobre as próprias contas correntes no Chipre. Temerosos de que isso pudesse ocorrer com outros países da região, os investidores perderam parte de sua confiança.

No entanto, o governo cipriota rejeitou a proposta e apresentou no fim da semana um plano B para a União Europeia. O plano não inclui essa taxação de depósitos e procura captar parte do dinheiro necessário ao plano de resgate de forma alternativa.

Enquanto isso, o PMI* da zona do euro apresentou valores abaixo do esperado, o que piorou o humor dos investidores da região.

Nos EUA, a reunião do FOMC* nada alterou a política monetária do país e os dados econômicos não apresentaram surpresas.

Panorama Brasil

No Brasil, o Ibovespa teve outra semana de queda. A variação para o período foi de -2,86%. Os motivos foram o mau desempenho das principais empresas do país e o pessimismo externo.

No cenário interno, o centro das atenções foi a inflação. O IPC-S apresentou aceleração segunda quadrissemana de março, saindo de 0,52% na primeira semana do mês para 0,63%.

O IGP-M, no entanto, desacelerou na segunda prévia de março, a alta foi de 0,24%, menor que a de 0,34% no mesmo período de fevereiro.

O IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, apresentou deflação de 0,11% na segunda quadrissemana de março.

Por fim, o protagonista, IPCA-15, apresentou alta de 0,49% em março, um pouco abaixo das expectativas, mas em um patamar perigosamente alto. A inflação acumulada no ano é de 2,06% e a em 12 meses, 6,43%.

Com esse resultado do IPCA-15, as taxas de juros apresentaram leve queda, com a ideia de que o Copom pode não aumentar os juros na próxima reunião.

Quanto ao câmbio, o dólar apresentou valorização superando o patamar de R$2,00. A moeda norte-americana fechou a sexta-feira em R$2,011 para a venda. Só não houve maiores valorizações, pois Alexandre Tombini declarou que o BC pode intervir para reduzir a volatilidade do câmbio.

Expectativas da Semana

A próxima semana promete ser de volatilidade nos mercados acionários. A resolução ou o fracasso do Chipre podem ocorrer a qualquer momento.

No Brasil, em especial, a volatilidade pode ser maior. Mesmo com a semana encurtada pelo feriado, serão lançados 40 balanços empresariais, entre eles, o da OGX e da LLX.

Ademais, a inflação continua na mira dos investidores. Mesmo com os índices mostrando sinais de que a aceleração da inflação pode ter acabado, o patamar em que ela se estabeleceu é perigoso e desconfortável e não há sinais de que ele possa se reduzir no curto prazo.

Enquanto isso, o câmbio deve se manter perto de R$2,00 com o mercado esperando uma intervenção do BC. Essa intervenção deve ocorrer nessa semana, já que o pessimismo mundial deve levar a uma valorização do dólar, o que significa maiores riscos à inflação e à volatilidade cambial.

*Dicionário Economês-Português

PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.

FOMC – O “Federal Open Marketing Committee” é o equivalente norte-mericano do Copom Brasileiro. O FOMC é o comitê que decide a política monetária do país do Tio Sam periodicamente.

Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

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PEC das domésticas

Por Samy
23/03/13 18:00

No último dia 19, o Senado aprovou a proposta de emenda constitucional para garantir aos empregados domésticos (faxineiros, babás, cozinheiros, caseiros, jardineiros, motoristas particulares) os mesmos direitos dos demais trabalhadores.

É legalmente considerado um empregado doméstico aquele que trabalha 3 ou mais vezes por semana na residência. Segundo a PNAD de 2011, existem, no Brasil, 6,653 milhões de empregados domésticos e diaristas.

Assim, tais funcionários passaram a ter sua jornada semanal estabelecida de 44 horas, com o direito de receber, no mínimo, 50% a mais por hora extra.

Além disso, passam a ter o direito de adicional noturno e de indenização em caso de demissão sem justa causa. Para os empregadores, há um gasto adicional, o de recolhimento obrigatório do FGTS.

Realizamos simulações para um salário médio de R$1.000 e um vale-transporte de R$132, antes e depois da PEC. Mesmo sem considerar a ocorrência de horas extras ou adicionais noturnos, o custo mensal passou de R$1469,78 para R$1563,11.

Considerando um ano com 252 dias úteis, com as mudanças, a diária de um empregado doméstico, fica, em média, R$74,54, mais cara do que o preço cobrado pela média dos diaristas.

Para algumas pessoas, compensará contratar mais de um diarista, caso haja necessidade, do que ter um empregado doméstico fixo.

Muitas vezes, o governo realiza intervenções sem considerar a mudança no comportamento dos agentes econômicos. Mas esses reagem a incentivos. Nesse caso, é de se esperar que o mercado de diaristas se aqueça e esses profissionais passem a cobrar mais e que a demanda por empregados domésticos fixos caia, levando à aceitação de salários nominais  menores do que os oferecidos atualmente, no momento da contratação.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

 

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