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Caro Dinheiro

por Samy Dana

Perfil Samy Dana é Ph.D em Business, professor da FGV e escreve no caderno Mercado

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Porque jogadores de futebol vêm das classes baixas?

Por Samy
28/02/13 07:00

Em um recente post, utilizamos o conceito de custo de oportunidade, um dos mais importantes na economia, para explicar fatos cotidianos como, por exemplo: “Porque haverá sempre menos estacionamentos do que o necessário e com preços abusivos”. De maneira resumida, o fenômeno é explicado pelo fato do empreendedor obter uma receita menor com seu estacionamento do que poderia, caso ele vendesse seu cobiçado terreno para uma empreiteira, e simplesmente investisse em títulos do governo. Ou seja, é o custo de não dar outra finalidade àquele recurso.

Assim, o custo de oportunidade pode ser resumido em: o que estamos abdicando quando tomamos uma decisão. Esse conceito também pode ser aplicado em outras ocasiões do dia a dia. E hoje, iremos utilizá-lo para explicar o mercado de futebol.

Muitos já devem ter reparados que, em todos os times de futebol, no mínimo 90% dos atletas são oriundos das classes mais baixas da sociedade. Será que jovens de classes altas e mesmo médias não possuem o sonho de serem jogadores de futebol? Ou então não sabem praticar esse esporte? Provavelmente não. Não precisamos ir muito longe, para vermos que praticamente qualquer criança, independente da classe social, sempre sonhou em se tornar jogador de futebol.

Mais uma vez, usamos os conceitos econômicos para explicar situações como essa.

Geralmente as pessoas decidem até os 15 anos de idade o que querem seguir na vida. Carreiras como futebol são promissoras, mas com pouca probabilidade de sucesso. Provavelmente menos de 0,1% das pessoas que pensam ser jogadores de futebol conseguem se tornar um profissional de sucesso.

Então o jovem ou os pais do jovem pensam, mesmo que de forma intuitiva, no custo de oportunidade para tomar essa decisão. Conforme a idade vai avançando, chega a hora de tomar a famosa decisão: investir na carreira de futebol, ou investir em outra profissão ou mesmo em uma universidade?

Para um cidadão de classe média ou alta, caso escolha a opção de desistir da carreira de jogador, tem boas perspectivas de ser admitido em uma universidade e de vir a ser médico, advogado ou executivo.

Embora hoje a educação esteja cada vez mais ao alcance de todos, o jovem das classes mais baixas ainda tem dificuldade no acesso à educação e ao mercado de trabalho, esse raciocínio é um pouco diferente para ele: Ou o jovem segue nessa carreira de jogador de futebol, ou provavelmente terá que ir atrás de um emprego, aquele que lhe aparecer. Dessa forma o custo de oportunidade dele, ou seja aquilo que está abrindo mão, é muito mais baixo do que o custo de oportunidade do jovem mais “privilegiado”. E, por isso, vale mais a pena para o jovem carente investir na carreira de jogador de futebol!

Não por coincidência, mais de 90% dos jogares de futebol vem das classes baixas. Um caso como o jogador Leandro Damião é um bom exemplo.

Damião jogou na várzea até 2010, então com 21 anos de idade, e foi descoberto sendo destaque inclusive na seleção brasileira. Caso Damião viesse de uma família com boas condições financeiras, é provável que ele por decisão própria, ou influência dos pais, já tivesse desistido de ser jogador para cursar uma universidade. Como Leandro vem de origens humildes, ele preferiu lutar por um sonho a ter um emprego comum e sonhar com o futebol todos os dias. Ainda bem que nem todos pensam racionalmente e utilizam a intuição para as escolhas da vida. O Brasil e os brasileiros agradecem.

Leonardo de Siqueira Lima economista pela EESP – FGV.

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Entenda o que a queda na confiança do consumidor representa

Por Samy
27/02/13 05:00

O Índice de confiança do consumidor, divulgado ontem pela FGV, caiu pela 5a vez consecutiva, recuando 1,4% em fevereiro, ao menor valor desde janeiro de 2012.

Fonte: IBRE-FGV

 Tal notícia foi manchete em muitos jornais ontem. Mas, por vezes, é difícil compreender seu significado.

A confiança do consumidor indica sua expectativa em relação ao cenário econômico atual, às perspectivas futuras da economia, levando em consideração sua própria situação financeira e o mercado de trabalho assim como suas expectativas.

O índice é composto por uma amostra que reúne cerca de 2 mil domicílios, em 7 das principais capitais brasileiras.

O consumo é determinado tanto pela capacidade de realizar gastos, mensurada pela renda e pelos ativos disponíveis, quanto pela predisposição às compras. Essa última é mais difícil de ser percebida, daí a importância de índices de satisfação e expectativas como esse.

Quando os consumidores estão satisfeitos e esperançosos em relação ao futuro, tendem a gastar mais e poupar menos, o que induz a certo aquecimento na economia. Assim, tais índices auxiliam no balizamento do cenário futuro, se devemos esperar maior ou menor atividade econômico.

Em resposta ao consumo realizado e à alteração do nível de seus estoques, o produtores decidem se produzirão mais ou menos no período seguinte, o que altera o crescimento econômico.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Instrumentos Financeiros nº22: Mercado Futuro

Por Samy
26/02/13 11:05

O mercado futuro é uma evolução do mercado a termo onde são negociados diversos ativos como, por exemplo, commodities, ações, moedas e títulos públicos.

Assim como no mercado a termo, é um acordo entre duas partes para comprar ou vender um ativo em determinada data futura, por preço certo e ajustado.

É utilizado, normalmente, como proteção contra o risco de oscilação de preços (hedge). Com os futuros de commodities, por exemplo, é possível garantir a fixação dos preços de determinadas mercadorias que, de outra forma, suportariam no preço os impactos diretos de fatores extrínsecos, como clima, condições de solo e outras intempéries.

Os contratos futuros são negociados apenas em bolsas de valores e mercadorias, possuindo características muito especificas a depender do ativo objeto da negociação. Dentre as características mais abrangentes, o mercado futuro possui menor risco de inadimplência quando comparado ao mercado a termo, em razão dos ajustes diários e da mobilidade de posições, traduzida pela possibilidade de recompra e revenda dos contratos – as partes conseguem encerrar suas posições antes da data de liquidação.

O ajuste diário pode ser vislumbrado como uma das grandes diferenças entre o mercado termo e o mercado a futuro. Neste, ocorre a equalização de todas as posições, com base no preço de compensação do dia, resultando na movimentação diária de débitos e créditos nas contas.

Nos contratos, são requeridas garantias para assegurar que haverá fundo suficiente para cobrir prejuízos no caso de inadimplência de uma das partes do contrato. As garantias podem se constituir nas modalidades de cobertura ou margem.

Quanto aos encargos, as operações estão sujeitas a taxa de corretagem (livremente pactuada entre o cliente e a corretora que ele contratar), taxa de registro, emolumentos e taxas de liquidação.

Não há incidência de imposto sobre operações financeiras (IOF), e o imposto de renda (IR) incide sobre todas as operações, sendo que os procedimentos são diferenciados a depender do tipo de contrato e modalidades.

Segue, a título ilustrativo, um exemplo de operação de hedge no mercado futuro, adaptado do Manual da BM&F BOVESPA. Neste exemplo não são considerados os custos operacionais e os tributos. Vale notar que as taxas de câmbio utilizadas no exemplo são fictícias.

Exemplo: Considere um exportador que irá receber, em março, a quantia de US$ 30.000 e que teme uma possível baixa da moeda norte-americana. Com o intuito de não ficar exposto a essa variação cambial até o vencimento, vende minicontratos futuros na BM&F Bovespa.

A operação ocorre da seguinte maneira:

-Valor do contrato futuro mini de dólar: US$ 10.000

-Nº de contratos = 3

-Taxa de câmbio de abertura da posição no mercado futuro: R$ 2.622/US$ 1,00

-Taxa de câmbio de ajuste do dia que a operação foi realizada: R$ 2,621/US$ 1,00.

-Suposição da taxa de câmbio no mercado a vista no dia do vencimento do contrato: 2,400/US$ 1,00.

 AJUSTES DIÁRIOS

Nesse caso, o cenário de queda temido pelo exportador se concretizou e ele obteve um ganho total de R$ 6.660 no transcorrer do contrato. Vale ressaltar que esse ganho no mercado futuro é anulado pela perda que ele terá ao receber os dólares de seu cliente, conseguindo êxito no hegde proposto.

É interessante notar que foram realizados ajustes diários, débitos e créditos, nas contas das duas partes envolvidas. Esse procedimento faz com que o risco seja mitigado e dissolvido no tempo.

É possível acompanhar o mercado futuro em jornais, revistas e sites especializados ou ainda contar com assessoria de profissionais de corretoras.

Bons Investimentos

Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.

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O Lucro Brasil

Por Samy
25/02/13 07:00

Muito se ouve falar sobre o famigerado Custo Brasil. O termo é empregado tantas vezes no meio econômico que algumas vezes chega a parecer nome de novela ou de programa televisivo que ninguém aguenta mais. Essa insistência está relacionada a seu papel na sociedade: o de vilão.

Considerado o responsável pelo encarecimento dos produtos vendidos no país, o Custo Brasil consiste nos diversos obstáculos burocráticos, econômicos e estruturais que reduzem a eficiência da indústria nacional.

Em muito faz sentido atribuir a culpa pelos altos preços internos a este conjunto de variáveis. O empresário tupiniquim enfrenta, de fato, taxas de juros copiosas e uma inflação desastrosa que reduzem os incentivos a investir e dificultam o sucesso de novos negócios.

Há também, a já reconhecidamente morosa burocracia, que faz do Brasil um dos países mais lentos do mundo na abertura de novas empresas. Segundo dados do Banco Mundial (2012), toma-se em média 119 dias para criar um novo negócio, enquanto nossos vizinhos argentinos levam meros 26, e os uruguaios esperam apenas 7 dias.

O cenário é realmente crítico, e chega até a parecer que o empresário brasileiro vive em um ambiente completamente desfavorável durante toda a sua existência, e, como um grande mártir do mercado, faz um imenso esforço de sobrevivência apenas pelo bem estar social.

Mas não se deve esquecer que, no capitalismo, um negócio não-lucrativo jamais é levado adiante. Aqueles que conseguem ultrapassar todos os contratempos já citados aproveitam para tirar uma casquinha do bolo –ou, na verdade, abocanhar uma grande parcela.

Além do Custo Brasil, carregamos também um fantasma dos preços que ainda não possui um nome definido, mas que poderia ser chamado, sem injustiças, de Lucro Brasil.

O lucro no Brasil não é nada modesto –e nem pretende ser; ele é importante, e tão importante que precisa ser o maior do mundo.

No mercado automobilístico, por exemplo, o Brasil é campeão mundial na categoria preço. Sem impostos, um Ford Focus vendido por aqui custa aproximadamente R$39.600,00, enquanto que nos Estados Unidos, o mesmo modelo vale pouco mais de R$30.700,00 incluindo taxas (valores convertidos de dólares para reais).

O mesmo ocorre em outros setores como o imobiliário e em serviços como banda larga e televisão a cabo. Este último bate os recordes no quesito cobrança, e fica em um dos últimos lugares na categoria qualidade.

Se participasse de uma Olimpíada de preços e lucro, o Brasil daria de 10 a 0 em todos os seus adversários. Mas enquanto esse prêmio não aparece, quem vai continuar tomando de 10 a 0 é o consumidor brasileiro, refém inato –e algumas vezes cúmplice— da dupla dinâmica Custo e Lucro Brasil.

 

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Mundo Econômico - 24 de fevereiro

Por Samy
24/02/13 07:00

Panorama Mundo

A semana foi de resultados diversos para as bolsas internacionais. Os mercados europeus e japonês apresentaram tendência de alta enquanto a bolsa chinesa caiu forte (4,86% na semana).

Nos EUA, o FED* surpreendeu, negativamente, o mercado. Ao soltar a ata da última reunião do FOMC*, a instituição norte-americana deu sinais que pode diminuir os estímulos monetários se as empresas continuaram a tomar altos riscos de dívida. O medo é que uma nova crise financeira possa surgir.

Mesmo assim, a baixa volatilidade dominou o mercado de ações do país e os principais índices moveram-se lateralmente.

O anúncio do FED* foi o principal acontecimento da semana já que dos dados divulgados, nada surpreendeu. Nos Estados Unidos, destaque para os Leading Indicators* que tiveram alta de 0,2%, levemente abaixo da esperada de 0,3%. Na Europa, o Business Climate Index, que mede a confiança dos empresários, subiu de 104,3 em dezembro para 107,4 em fevereiro.

Panorama Brasil

Compensando a falta de acontecimentos externos, várias novidades surgiram no ambiente nacional. As declarações do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do Presidente do BACEN, Alexandre Tombini, mexeram bastante com as expectativas dos investidores.

Antes mesmo de ser divulgada uma alta acima do esperado no IPCA-15 (0,68% em fevereiro), as duas autoridades já haviam discursado sobre a inflação. O ministro afirmou que ela está sobre controle e que convergirá para a meta até o fim do ano.

Tombini, no entanto, adotou um tom mais cauteloso do que o de costume e chegou a declarar que a estratégia monetária pode ser “ajustada”, ou seja, que o Bacen já enxerga a possibilidade de um aumento de juros, se necessário.

Até pouco tempo, muitos previam a manutenção da SELIC em 7,25% até o fim do ano. Com a declaração, a curva de juros subiu e já precifica uma taxa superior tanto para o fim quanto para o meio do ano.

Diante de todo esse cenário, o Ibovespa fechou a sua quinta semana consecutiva de queda com variação de -2,08%. Destaque para as ações da OGX que, devido a um rumor de venda de parte da empresa, saíram de R$3,15, resultado de uma forte sequência de quedas, para R$3,59.

Enquanto isso, o dólar fechou sexta-feira em R$1,9790 para venda, com uma leve desvalorização semanal.

Expectativas da Semana

Na próxima semana, o Ibovespa deve manter sua volatilidade. Com o cenário econômico incerto e com 24 empresas apresentando balanços, o humor dos investidores pode flutuar bastante.

No âmbito internacional, espera-se mais uma semana sem muitas novidades. Destaque para a divulgação da 2ª prévia do PIB norte-americano do 4º trimestre de 2012.

Enquanto isso, a preocupação deve continuar com a inflação. O momento atual dos preços é delicado e será bem vigiado. Quaisquer sinais de alta deliberada podem causar aumento nas expectativas, valorização do real e aumento nos juros.

*Dicionário Economês-Português

FED (Federal Reserve) – Banco Central norte-americano.

FOMC – O “Federal Open Marketing Committee” é o equivalente norte-mericano do Copom Brasileiro. O FOMC é o comitê que decide a política monetária do país do Tio Sam periodicamente.

Leading Indicators – Os “indicadores líderes” norte-americanos procuram prever a atividade econômica do país através de dados que estão correlacionados com o atividade econômica futura do país.

Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

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Porque os sindicatos não favorecem os desempregados

Por Samy
23/02/13 09:44

Diante das declarações recentes da Organização Internacional do Trabalho, de previsão de aumento do desemprego nos próximos anos no Brasil, vale a pena refletir o tema.

A organização aponta que, com a queda do preço das commodities, a redução do comércio global e a volatilidade dos capital investido no , O Brasil sofrerá de forma mais contundente os efeitos da crise global..

A previsão não é animadora, estima-se um aumento de 500 mil desempregados em dois anos. Se se concretizar,  a taxa de desemprego que encerrou 2012 em 6,3%, passaria a 6,5% em 2013 e 6,6% em 2014, maior valor desde 2009, e acima da média mundial.

Diante da desanimadora previsão na taxa de desemprego, há de se analisar o impacto no salários, na produtividade e dos interesses do empregador, dos empregados e dos desempregados.

Segundo a teoria econômica clássica, que sustenta que os salários reais (ou seja, descontados a inflação) devem estar em equilíbrio com a produtividade marginal. Traduzindo o economês, isso significa que se um trabalhador adiciona R$ 30 de valor a cada hora para uma empresa, deve receber R$ 30 descontados da inflação a cada hora.

Assim sendo, quando acontece um aumento da produtividade, os empregadores têm incentivos a contratar mais pessoas, pois o salário, apresentando certa rigidez, ficaria inferior à nova produtividade.

Por outro lado, com a pressão dos sindicatos, os empresários são forçados a elevar os salários, de forma que eles novamente se igualam à produtividade marginal.

Com tal acontecimento, eles não têm mais interesse em contratar novos trabalhadores, de forma que os desempregados não têm mais a oportunidade aberta anteriormente.

Assim, costuma-se dizer que os sindicatos protegem os empregados e não os trabalhadores, como um todo.

Para se ter ideia da dimensão desse problema, a produtividade do Brasil em 2012 foi de US$20,9 mil, em 2013, espera-se que seja de US$21,4 mil e US$22 mil em 2014, quando, finalmente, equipara-se à média de produtividade atual da América Latina.

Pode-se esperar, portanto, com esse aumento da produtividade, forte pressão, por parte dos sindicatos, para a elevação dos salários. No entanto, com essa elevação, os lucros da empresa se reduzem, de modo que os empresários não têm mais incentivo a contratar mais trabalhadores e, sim, a exigir maior produtividade de seus atuais funcionários.

Seria interessante, para reverter essa situação, uma mudança na desmobilização que se constata, atualmente, entre os desempregados, sendo necessária maior organização setorial.

Assim a sociedade estaria mais preparada para superar os dias, que, segundo a OIT, estão por vir.

 

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Entenda a rentabilidade negativa dos títulos do Tesouro

Por Samy
22/02/13 12:48

Ultimamente os títulos do Tesouro são considerados uma das opcões mais seguras e rentáveis de investimento.

De acordo com o post da série NTN-B Principal, para que se garanta as taxas firmadas na hora da compra de títulos, dois fatos devem ocorrer:

  • O investidor permanecer com o título até seu vencimento.
  • O governo honrar (não dar calote) no fluxo de caixa prometido.

Entretanto, alguns investidores resgatam, por algum motivo, o dinheiro investido nos títulos, revendendo ao governo os títulos comprados. A venda antecipada dos títulos do Tesouro requer um pouco de atenção, já que se desfazer dos títulos antes do termo final pode fazer com que o investidor tenha uma taxa distinta da firmada no ato da compra.

Para ilustrar a questão, segue o gráfico sobre o preço de uma LTN. A data 01/01/2013 (1º dia útil) representa quando o título de LTN foi comprado. Já a data 01/01/2014 (252º dia útil) indica, para efeitos ilustrativos, o vencimento do título.

O começo da reta representa o preço de compra do título e o final da reta representa  o valor nominal do título, que vale R$ 1.000,00. Note que este gráfico exige um cenário em que não houve alteração de expectativa de juros no período.

Para encontrar o preço de compra do título, a fórmula utilizada é a seguinte:

Supondo que se deseja saber o preço do título, por exemplo, em 15/07/2013, ou seja , no 100º dia (152 dias antes do vencimento).

No 100º dia útil, o preço do título vale R$ 958,66. Lembrando que o valor de 7,25% representa o valor da taxa SELIC atual.

Suponha agora um segundo exemplo em que o investidor realize a venda antecipada no mesmo dia do exemplo anterior, ou seja, ainda em 15/07/2013. Porém, considere que justamente nesta data, governo surpreende o mercado e sinaliza que terá dificuldade de honrar seus compromissos em 01/01/2014. Como ninguém esperava por tal fato, a taxa requerida pelos investidores sobe subitamente, digamos para 30% e, por conseguinte, o preço do título cai.

Segue, então, o gráfico que mostra o reflexo deste aumento inesperado na taxa de juros sobre o preço do título.

A queda no preço (representado pela queda na linha do gráfico) indica o momento de alta inesperada na taxa de juros. Neste período, pela suposição, a taxa de juros passou de 7,25% para 30% a.a. (conforme planilha)

Neste novo cenário, a fórmula utilizada é a mesma:

Supondo que o investidor queria, então, realizar o resgate do título no 100º dia útil e que, como dito anteriormente, a taxa nesta data seja de 30% ao ano. O preço é encontrado desta forma:

No 100º dia útil, o preço do título vale, então, R$ 853,64. Este valor é representado no gráfico acima como sendo o ponto mais baixo.

Ou seja, com o aumento da taxa, o preço do título acaba caindo. Assim, se o investidor optar em realizar o resgate de seu título neste momento da economia, terá uma rentabilidade negativa, já que o preço de venda é menor que o de compra. Agora, caso haja uma queda inesperada na taxa de juros, o investidor se beneficiará, já que o preço do título subirá.

Para facilitar o entendimento, disponibilizamos uma planilha referente aos dados utilizados aqui. O leitor poderá simular as taxas e verificar na prática o reflexo no preço.

Bons investimentos!

Artigo em parceria com Miguel Longuini, graduando em Administração de Empresas pela FGV-EAESP e Diretor Administrativo/Financeiro da CJE-FGV.

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Por que sempre haverá menos estacionamentos do que o necessário?

Por Samy
21/02/13 00:36

Por que sempre haverá menos estacionamentos do que o necessário?

É da rotina dos brasileiros, sobretudo do paulistano, encontrar estacionamentos lotados, sem vagas e com preços abusivos. Embora essa situação comum seja desconfortável, do ponto de vista econômico isso é totalmente compreensível.

Alguns empreendedores, ao analisar uma oportunidade de investimento, olham apenas o retorno de um empreendimento e se esquecem de considerar os ganhos que teriam com outras escolhas.

É aí que entra um dos mais importantes conceitos de economia: o conceito de Custo de Oportunidade, que pode ser entendido como “o rendimento do qual abdicamos ao fazermos uma determinada escolha”. Por exemplo, ao investirmos na bolsa de valores, estamos abrindo mão de um rendimento na poupança ou tesouro direto, considerado sem risco. Para que o nosso retorno em ações seja considerado razoável ele deve ser no mínimo superior àquele do qual abrimos mão.

É sob esse ponto de vista que um estacionamento nunca é um bom negócio. Imagine um empreendedor que deseja abrir um estacionamento. Agora pense nos dois extremos: um local central, perto de escritórios, do centro da cidade e outro local isolado perto apenas de residências.

Fazer um estacionamento em um local afastado não é interessante pois não há demanda para isso. Não à toa esses estacionamentos perto de bairros costumam ficar às moscas.

Agora pense na situação oposta: um local central, com escritórios, lojas etc. Se há uma concentração de pessoas excessivas, um estacionamento poderia gerar uma receita razoável para um empreendedor. Mas o que ele deve ter em mente é o que se está abrindo mão ao construir um estacionamento, ou seja, o famoso custo de oportunidade.

Nesse caso, o custo de oportunidade é extremamente alto, pois o empreendedor poderia ganhar com o imóvel, que geralmente é extenso, alugando-o, construindo um prédio comercial ou mesmo vendendo-o para uma imobiliária.

Para ilustrar o raciocínio, vamos utilizar um exemplo: imagine um estacionamento localizado na região valorizada do Itaim Bibi, na cidade de São Paulo. Calcularemos o exemplo para um estacionamento de 30 vagas. Como uma vaga para um carro médio na cidade de São Paulo tem de ter pelo menos 2.1 metros por 4.7 metros, o estacionamento terá 462m² (21mx22m) quando acrescentamos área para manobras. A imagem ao lado ilustra o exemplo.

A região tem escritórios de alto padrão e restaurantes caros, logo, o metro quadrado da região é caro. Segundo o índice FipeZap, o metro quadrado da região custa aproximadamente R$9.000. Imaginando que o dono do terreno, que custa R$4.158.000,00, opte por vender o terreno e aplicar tudo no Tesouro Nacional, que tem risco zero, calculamos que essa aplicação renderia, após impostos, R$19.845,01 ao mês com a taxa Selic a 7,25% ao ano.

Ao invés de vender e aplicar no Tesouro, no entanto, o dono pode optar por operar um estacionamento. Nós fizemos o cálculo para um estacionamento que cobra mensalidades de R$400,00 e tem um preço médio da hora de R$10 para carros avulsos, gerando uma receita mensal de R$28.840 que, reduzida dos custos e impostos, geraria um lucro líquido mensal de R$11.162.

Portanto, mesmo com premissas favoráveis à operação do estacionamento, aplicar o dinheiro da venda do terreno na poupança ainda assim é mais vantajoso (afinal, R$19.845,01 é mais que R$11.162). Ou seja, operar um estacionamento é pior do que deixar o dinheiro do terreno parado na em uma aplicação do Tesouro Nacional, que é o investimento com risco zero e baixo retorno.

Logo, não há dúvidas que um empreendimento imobiliário, com alto valor agregado geraria mais retorno. Os aluguéis e taxas de administração pagos pelas grandes empresas que utilizam esses prédios e regiões como Faria Lima, por exemplo, geram um fluxo de caixa muito mais interessante do que um simples espaço vazio com carros entrando e saindo, por maior que seja esse fluxo.

É por isso que encontramos essa falha de mercado, ou seja, sempre vai haver menos estacionamentos do que o necessário, porque do ponto de vista empresarial, construir algo desse tipo não é economicamente interessante. Não por coincidência, a cada dia nessas regiões os grandes estacionamentos dão lugar a prédios luxuosos, e qualquer novo bairro com essas características que venha a surgir terá o mesmo destino. Infelizmente, a não ser que seja tomada alguma medida, os paulistanos continuarão a sofrer com a falta de estacionamentos e abuso de preços.

Post em  parceria com Daniel de Lima e Leonardo de Siqueira Lima .

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Educação financeira para as crianças

Por Samy
20/02/13 05:00

Todos os pais têm dúvidas acerca do momento ideal de dar um cartão para seus filhos, de deixá-los escolher o que desejam do supermercado, sem que isso implique um susto no caixa, do momento propício a dar somente a mesada para eles.

Um novo projeto oriundo de uma parceria entre reguladores (Banco Central, CVM), entidades do mercado (Anbima, Febraban e BM&FBovespa) e educadores promete amenizar esse problema dos pais. A iniciativa prevê, no prazo de 3 anos, a inserção no currículo do Ensino Médio de aulas de educação financeira.

A adesão fica, por enquanto, a critério das escolas, mas é fortemente incentivada pelo Banco Mundial, que apontou a falta de educação financeira como uma das maiores fragilidades de países como o Brasil.

Algumas aulas também estão sendo preparadas já para o Ensino Fundamental, mas devem ainda ser testadas em projetos-pilotos e receber alguns ajustes. O conteúdo previsto inclui desde a noção de necessidade de poupança e planejamento, até empréstimos, classes sociais e juros.

 

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Instrumentos Financeiros nº21: Títulos Públicos Federais

Por Samy
19/02/13 07:00

Os títulos públicos federais são instrumentos financeiros emitidos pelo governo, por meio do Tesouro Nacional, a fim de captar recursos para financiamento das mais diversas atividades governamentais, tais como saúde, educação, tecnologia e infra-estrutura.

Do ponto de vista do investidor, um título público pode ser entendido como um empréstimo feito ao governo.

A remuneração dos títulos públicos federais pode ser pré-fixada ou pós-fixada. A maioria dos títulos apresenta remuneração pós-fixada, atrelada a variação de indexadores, como índices de preços, por exemplo.

O risco de aplicação em títulos públicos pode ser considerado muito baixo uma vez que  o investidor está emprestando dinheiro ao Governo Federal, que é o emissor da moeda nacional.

São destinados a pequenos, médios e grandes investidores. O valor mínimo para iniciar as aplicações depende da modalidade desejada pelo investidor. É comum encontrar aplicações, via tesouro direto, para pessoas físicas, com montantes inferiores a R$ 100,00.

É possível transacionar títulos públicos de duas formas, por meio da mesa de renda fixa das corretoras ou através do Tesouro Direto.

As taxas de negociação dependem da maneira em que é realizada a transação.

No Tesouro Direto são cobradas duas taxas. A taxa de custodia, 0,3% ao ano, referente aos serviços de guarda dos títulos. Essa taxa é cobrada pela CBLC semestralmente pró-rata (primeiro dia útil de janeiro e julho) ou na ocorrência de um evento de custódia (pagamento de juros, venda ou vencimento do título), o que ocorrer primeiro.

A taxa de administração é devida a corretora intermediadora da operação e varia de 0% a 1% dependendo da corretora.

Via mesa de renda fixa é cobrada, apenas, uma taxa de custodia.

Em relação à liquidez, as operações de mesa permitem negociação diária, ao passo que as operações pelo Tesouro Direto podem ser liquidadas somente as quartas-feiras.

A tributação dos títulos públicos federais é semelhante à maioria das aplicações de renda fixa.

Existe incidência de imposto sobre operações financeiras (IOF) nos resgates realizados antes de 30 dias. A partir do 30o dia, a aplicação fica isenta da cobrança de IOF.

Há, também, incidência de imposto de renda regressivo (IR). A alíquota de IR é de 22,5% para operações com prazo de até 180 dias, 20% para operações de 181 dias até 360 dias, 17,5% para operações de 361 dias até 720 dias e 15% para operações de prazo superior a 720 dias. O imposto de renda sobre os rendimentos é retido na fonte por ocasião do recebimento dos juros ou principal.

Cada título apresenta características próprias quanto ao indexador e ao momento do pagamento dos juros e amortizações. Atualmente temos os seguintes títulos negociados no mercado brasileiro:

A NTN-B Principal – Nota do Tesouro Nacional – Série B, remunera a variação do IPCA, além dos juros praticados pelo mercado no momento da compra do título. O pagamento dos juros e principal ocorre no vencimento.

A NTN-B – Nota do Tesouro Nacional – Sério B, remunera a variação do IPCA, além dos juros praticados pelo mercado no momento da compra do título. O pagamento dos juros ocorre semestralmente e do principal no vencimento.

A NTN-F – Nota do Tesouro Nacional – Sério F, tem retorno prefixado, ou seja, na data de aplicação é conhecida a rentabilidade da operação, caso os ativos sejam mantidos até a data do vencimento. O pagamento dos juros ocorre semestralmente e do principal no vencimento.

A LTN – Letra do Tesouro Nacional tem retorno prefixado, assim como a NTN-F, mas o pagamento dos juros e do principal ocorre no vencimento.

A LFT – Letra Financeira do Tesouro tem retorno pós-fixado vinculado à taxa Selic. O pagamento dos juros e do principal ocorre no vencimento.

Bons Investimentos!

Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.

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