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Caro Dinheiro

por Samy Dana

Perfil Samy Dana é Ph.D em Business, professor da FGV e escreve no caderno Mercado

Perfil completo

As aventuras do destemido Leão na terra dos juros baixos ou pobre dinheiro

Por Samy
19/01/13 06:45

A reunião do COPOM da última definiu a manutenção da SELIC no patamar que encerrou ano o ano de 2012, 7,25% a.a.

Se considerarmos, uma inflação de 5,8%, ou seja, mesmo valor que amargamos em 2012, sobram míseros 1,37% de juros reais. Em outras palavras , se fosse possível investir em algo que rendesse 7,25% líquido , diante da erosiva inflação de 5,8%, o poder de compra aumentaria, após um ano,  em apenas 1,37%

Um retorno de 1,37% em termos reais não é de todo mal para uma economia desenvolvida. Porém, “ai porém,”  – como dizia um dos grandes poetas – para buscar o rendimento da Selic , o investidor possui como principal ferramenta  o popular Tesouro Direto na Letra Financeira do Tesouro (LFT)

Na LFT, o investidor incorre em taxa de custódia (0,3%), eventualmente taxa de corretagem (caso escolha uma corretora que tenha um taxa diferente de zero) além do temido leão do Imposto de Renda , que varia de acordo com a tabela:

Nessas  condições, veja como fica o juros reais , ou seja, a rentabilidade do poder de compra:

Veja que , com a taxa e inflação que temos,  não perder poder de compra já virou um desafio.

Seria mais razoável cobrar o IR apenas em cima dos ganho reais, pois , afinal, ganhos nominais não implicam em aumento do poder de compra.

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Saiba como o título pós-fixado NTN-B Principal funciona, parte 1

Por Samy
18/01/13 06:00

O post hoje apresenta mais um título pós-fixado disponível no Tesouro: as Notas do Tesouro Nacional série B Principal.

Assim como em títulos anteriores, este título será divido em diferentes partes, contendo, como sempre, definições e mecanismos.

Os posts e partes seguintes farão referência aos cálculos que envolvem o título: o valor nominal atualizado, a questão da venda antecipada e uma simulação de cenário para a inflação. Será disponibilizada, também, a calculadora para a NTN-B Principal.

Introdução

As Notas do Tesouro Nacional (série B) são subdividas em dois títulos: NTN-B e NTN-B Principal. A principal diferença entre eles é que o primeiro possui pagamento por meio de cupons de juros e o segundo, no vencimento. Este post abordará a NTN-B Principal.

A NTN-B Principal é um título pós-fixado que está vinculado ao IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Este índice é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o índice oficial do Brasil para o plano de metas de inflação e política econômica do governo.

Como principal vantagem, a NTN-B Principal permite ao investidor obter rentabilidades em termos reais, ou seja, ganho descontado da inflação.

No site do IBGE o investidor encontra o histórico do IPCA. O valor de resgate do investimento em seu vencimento varia de acordo com este índice.

Para um melhor entendimento da remuneração do título, é válido fazer uma breve sobre juro nominal e real.

Juro nominal é a rentabilidade do investimento sem considerar a inflação. Já juro real, representa a quantia que o investidor recebe além da inflação.

Por exemplo, suponha um investidor que obteve ganho nominal de 10% em um ano. No entanto, a inflação neste período foi de 10%. Pode-se dizer que o ganho real foi nulo, uma vez que, apesar de ter aumentado nominalmente 10% do seu investimento, os preços subiram 10%, ou seja, o poder de compra permaneceu o mesmo.

A NTN-B Principal remunera, além da variação do IPCA entre a data da compra e a data de vencimento do título, uma taxa de juros que pode ser entendida como ganho real. Em outras palavras, o IPCA garante a manutenção do poder de compra, e essa taxa de juros define o ganho real do título.

De forma simplificada, a rentabilidade proporcionada pelo título será em função do IPCA acrescido pelos juros reais da NTN-B Principal. Por exemplo, suponha que a taxa de uma NTN-B é 3,5%. Esta remuneração deve ser entendida como ganho real, afinal, o título pagará 3,5% acima da inflação medida pelo IPCA no período do título.

Fora isso, assim como os demais títulos, é possível a incidência de ágio ou deságio decorrentes da oferta e demanda pelos títulos.

A NTN-B Principal é composta por um fluxo de caixa simples, pois o pagamento é feito por uma parcela única na data de vencimento do título, conforme demonstração:

O Preço Unitário representa a quantia gasta pelo investidor para adquirir o título. A Data de Compra é como o próprio nome indica, a data em que o título foi comprado. Entre a compra e a venda, ocorre o faturamento dos juros vinculados ao IPCA que na demonstração está indicado por taxa de juros efetiva no período.

O Valor de Resgate é a quantia que o investidor irá receber após ter adquirido o título. Este valor incorpora a variação do IPCA e os juros reais do período. A Data do Vencimento indica a data em que o investidor realiza o resgate do valor aplicado e a venda do título.

Títulos de NTN-B Principal disponíveis atualmente

Hoje, há três séries disponíveis no mercado:

  • NTN-B Principal 15052015 – título que vence em 15 de maio de 2015.
  • NTN-B Principal 15052019 – título que vence em 15 de maio de 2019.
  • NTN-B Principal 15082024 – título que vence em 15 de agosto de 2024.
  • NTN-B Principal 15052035 – título que vence em 15 de maio de 2035.

As datas de vencimento destes títulos (sempre no dia 15) podem ser explicadas pela data em que é realizada a coleta de preços para cálculo do IPCA, em outras palavras, o IBGE contabiliza a inflação do dia 15 do mês anterior ao 15 do mês vigente.

O próximo post abordará o Valor Nominal Atualizado da NTN-B Principal, um dos temas fundamentais para o entendimento dos mecanismos e cálculos que envolvem este título. Será divulgada, também, a calculadora.

Artigo em parceria com Miguel Longuini, graduando em Administração de Empresas pela FGV-EAESP e Diretor Administrativo/Financeiro da CJE-FGV.

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Novo conceito de serviço de Táxi

Por Samy
17/01/13 07:00

O transporte e a locomoção é um problema constante na agenda das grandes cidades brasileiras. Se por um lado o trânsito é caótico e o custo de manter um carro é desanimador, por outro, a malha de ônibus e metrô não atendem de forma adequada e eficiente as demandas dos cidadãos.

Diante disso, a demanda por táxi cresce a cada dia. Em cidades como São Paulo, os usuários de táxi ainda possuem a vantagem de andar em corredores chegando de forma mais rápida do que com carro próprio.

Como diz a popular fala: “em toda vantagem há sua desvantagem”, o táxi não fica de fora. Apesar de suas comodidades, o táxi é um meio de transporte caro, cabendo muitas vezes ao consumidor pensar duas vezes antes de solicitar um.

Estudos como o da Folha mostram que, até 15 km diários, do ponto de vista financeiro vale mais a pena andar de táxi do que de carro.

Pensando nisso, surge uma proposta para tentar solucionar tal problema. É o programa Meia Bandeirada, fazendo com que os clientes passem a “rachar táxi” com outros passageiros, conforme o explicado no vídeo abaixo:


Essa ideia também objetiva reduzir a poluição, o trânsito, tempo de espera e dores de cabeça ao desembolsar grandes quantias. Por meio de um sistema inteligente, o motorista do táxi cadastrado recebe em seu smartphone, da central da empresa Meia Bandeirada (site lançado hoje), informações de possíveis clientes que possuem um itinerário comum.

Os clientes conseguem dividir a quantia a ser paga ao taxista. O compartilhamento do táxi é sugerido apenas se houver economia de pelo menos 30% para cada passageiro embarcado. Segundo a empresa, pode haver, em média, uma redução de 40% até 60% no pagamento.

A solicitação do serviço é feita totalmente online e funciona 24 horas, não dependendo de conversa entre o passageiro e o taxista. Assim que é realizado o pedido, o serviço cruza os dados e já efetua a chamada do táxi para os clientes que vão dividir a corrida. Além do mais, para a segurança dos passageiros, há medição e monitoramento de 100% dos deslocamentos. A solução para empresas (compartilhamento de corridas de táxis entre seus funcionários) está em fase de lançamento e a solução para o varejo está a caminho.

Enquanto o brasileiro espera em berço  não tão esplêndido o governo oferecer condições eficientes no transporte público, a sociedade e empresas como esta acabam procurando meios de contornar este problema.

Artigo em parceria com Miguel Longuini que é graduando em Administração de Empresas pela FGV-EAESP e Diretor Administrativo/Financeiro da CJE-FGV.

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"São demais os perigos dessa vida para quem tem" ... cartão

Por Samy
16/01/13 02:21

Nunca se falou tanto sobre taxas de juros baixos, afinal desde o ano passado o Brasil atingiu a menor taxa Selic da historia,  7,25%a.a.

Junto com a queda da taxa base da economia (SELIC) , o governo pressionou os bancos, via bancos públicos,  para derrubarem seus spreads (% da taxa cobrada pelo banco em relação acima da Selic ) afim de oferecer um crédito mais barato ao consumidor .

A estratégia deu certo,  alguns chegaram a cortar metade dos juros, porém , as taxas continuam em estratosféricas.

Os números assustam, o cartão de crédito, modalidade mais usada por brasileiros, segundo relatório da ANEFAC referente a dezembro 2012, com os assombrosos 9,37% ao mês, equivalente a – pasmem- 193%  ao ano. Esse número é de tirar qualquer numerólogo do sério , ainda mais , quando comparado com os míseros 7,25% ao ano da Selic ou os 5,08% ao a da poupança.

Para ilustrar o estrago que uma dívida no cartão , tanto a tabela como o gráfico a seguir  fazem uma comparação da evolução de R$ 1.000 reais investidos na poupança contra um dívida de mesmo valor no cartão de crédito .no decorrer de 60 meses.


Interessante que depois de um ano, os R$ 1.000 aplicados na poupança viram R$ 1.050,75. Já no cartão, os mesmo R$ 1..000 se multiplicam em R$ 2.929,40. Para ver os resultados após 5 anos, é preciso tirar as crianças da sala, pois enquanto poupança atinge R$ 1.280,85 o cartão chega a inimagináveis R$  215.721,15 , praticamente o preço de um imóvel.

Enfim, o crédito deve visto como uma ferramenta, no entanto, emprestar sem educar é equivalente a dar uma corda para pessoa se enforcar.

Post em Parceria com Victor Candido, graduando em Economia pela UFV-MG (Universidade Federal de Viçosa) .

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Instrumentos financeiros nº17: Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs)

Por Samy
15/01/13 07:00

Um instrumento financeiro de renda fixa que remunera acima do CDI 

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) são constituídos sob a forma de condomínio de recursos, que destina parcela preponderante do patrimônio liquido (mínimo 50%) para aplicação em direitos creditórios como notas promissórias, duplicatas, cheques, CRI e outros recebíveis.

O restante dos recursos pode ser alocado em títulos públicos federais, créditos securitizados pelo Tesouro Nacional, títulos de emissão de Estados e Municípios, CDBs, RDBs, valores mobiliários e demais ativos financeiros de renda fixa, exceção feita às cotas do FDS, operações com derivativos para fins de hedge, operações compromissadas e aplicações em warrants e em contratos mercantis de compra e venda de produtos e mercadorias e/ou serviços para entrega de prestação futura (com a garantia de instituição financeira ou de sociedade seguradora).

É um instrumento financeiro relativamente novo no mercado de capitais, dado que foi regulamentado em 2001 e a 1ª emissão foi realizada no ano subsequente.

A emissão dos FIDCs permite as empresas originadoras captarem recursos financeiros por meio de securitização de recebíveis. Esse processo é vantajoso para a empresa, pois reduz o custo de captação em comparação com outras fontes de recursos, sobretudo pelos altos spreads bancários vigentes no país.

Do ponto de vista do investidor, é conceituado como um investimento de renda fixa. Na maioria dos casos, pode ser extremamente atraente, uma vez que proporciona uma rentabilidade superior a outros instrumentos de renda fixa como poupança, CDBs, títulos públicos, LCIs e LCAs. No entanto, o investidor deve se preocupar e ficar cauteloso com a relação risco/retorno do fundo.

Antes de investir, é necessário fazer uma análise da carteira e do gestor, pois como qualquer modalidade de renda fixa, o risco pode ser baixo ou alto.

O volume de emissões e negociação desse instrumento financeiro ainda é baixo se comparado aos fundos de Investimento tradicionais. Contudo, é evidente o crescimento expressivo no número de emissões e negócios, conforme dados divulgados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Estes fundos podem ser constituídos na forma aberta ou fechada.

Nos fundos abertos, os cotistas podem solicitar a qualquer momento o resgate das cotas por eles detidas, conforme disposição do regulamento do fundo.

Nos fundos fechados, as cotas somente são resgatadas no término do prazo de duração do fundo, ou da série ou da classe de cotas em questão, conforme estipulado no regulamento.

Os FIDCs são formados por duas espécies de cotas, a saber:

As cotas seniores são cotas que não se sujeitam às demais para efeito de amortização, resgate e distribuição dos rendimentos. São subscritas pelos investidores do FIDC.Têm preferência sobre as cotas subordinadas.

As cotas subordinadas são aquelas que se subordinam às cotas seniores para efeito de amortização, resgate e distribuição dos rendimentos. São subscritas pela empresa lançadora do FIDC. São remuneradas de acordo com o rendimento excedente apresentado pelo FIDC, após o pagamento das remunerações dos cotistas seniores e das demais despesas do fundo.

O público alvo dos FIDCs são os investidores qualificados. As aplicações mínimas são de R$ 25 mil conforme determinação da CVM.

Os custos operacionais dos FIDCs são compostos por taxa de custodia, despesas com auditoria independente, despesas de classificação de risco, entre outras. Esses custos são absorvidas pelo fundo e, portanto, pelos cotistas.

Em relação à tributação, os FIDCs possuem sistemática similar aos demais fundos de investimento tradicionais. Há incidência de imposto de renda (IR) regressivo sobre os rendimentos auferidos. A alíquota de IR é de 22,5% para operações com prazo de até 180 dias, 20% para operações de 181 dias até 360 dias, 17,5% para operações de 361 dias até 720 dias e 15% para operações de prazo superior a 720 dias. O imposto de renda é retido na fonte.

Importante notar que o investidor deve atentar para a composição da carteira do fundo e classificação de risco antes de realizar qualquer aplicação. É aconselhável procurar fundos bem diversificados, que investem em recebíveis provenientes de setores distintos da economia. Dessa forma, a dificuldade de um setor e o seu inadimplemento tende a impactar pouco na rentabilidade global do fundo.

Os FIDCs são negociados em diversos ambientes, com especial destaque para Bovespa Fix e Soma Fix. É possível acompanhar esse mercado através de jornais e sites especializados ou ainda contar com assessoria de profissionais de bancos e corretoras.

Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.

 

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Para quem tem dinheiro em caixa, é vantajoso pagar o IPVA à vista

Por Samy
14/01/13 11:14

O ano começa com a vida sendo retomada aos poucos, sob a expectativa de que não haja muita cobrança, afinal todos parecem ainda precisar de um período de readaptação -menos os governos, que já dão as primeiras cartas.

Implacáveis, não vacilam um dia sequer em quebrar o encanto do início do ano: o calendário na geladeira nem foi trocado e já chegaram os carnês. O primeiro é o IPVA.

Ao abrir o carnê, o cidadão se depara com o primeiro dilema do ano: pagar à vista com desconto ou em prestações “sem juros”.

No caso de São Paulo, o pagamento pode ser à vista com 3% de desconto ou em três vezes sem juros. Assim, pode-se dizer que, a prazo, o governo financia o IPVA em três vezes a uma taxa de 3,13%.

Em um exemplo real, o pagamento do IPVA pode ocorrer à vista por R$ 970 ou em três prestações de R$ 333,33. Com uma planilha ou calculadora financeira, é possível estimar a taxa de juros embutida à qual o governo financia a dívida. Neste caso, no valor de 3,13% ao mês.

Aos que possuem saldo suficiente, vale mais a pena pagar à vista, uma vez que dificilmente uma aplicação financeira de baixo risco resultará em uma taxa maior. A poupança, por exemplo, remunera 0,41% ao mês.

Para os que não detêm o montante, uma breve comparação deve ser feita: se os juros embutidos (3,13%) forem maiores que a taxa de juros de sua linha de crédito, faça o empréstimo e pague à vista. Caso contrário, opte pelo pagamento a prazo.

Muitas pessoas se complicam, pois desconhecem essas informações e pagam o IPVA com limite no cheque especial, por exemplo, ou parcelando o saldo do cartão de crédito (ambos a uma taxa média de 10% ao mês).

Esse tipo de imprudência é um caminho direto ao suicídio financeiro, pois o IPTU vem a seguir e depois será a vez do Imposto de Renda.

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Mundo Econômico - 13 de Janeiro

Por Samy
13/01/13 07:00

Panorama Mundo

Após o acordo (simples, mas real) sobre o fiscal cliff* nos Estados Unidos, a segunda semana de janeiro teve movimentações laterais nas bolsas internacionais.

É nesse período em que os balanços empresariais do 4º trimestre de 2012 são divulgados. Os investidores esperam os resultados para começarem a traçar seus cenários para 2013. Além disso, ainda há questões fiscais norte-americanas (como o aumento do teto da dívida) que elevam a cautela do mercado.

No mais, a semana teve alguns acontecimentos importantes. No âmbito internacional, houve flexibilização das regras do acordo de Basileia III na segunda-feira – agora mais ativos serão aceitos como capital próprio.

Na Europa, o desemprego europeu aumentou novamente para 11,8% , segundo dado de novembro a Alemanha apresentou queda, maior que prevista, nas exportações de -3,4%.

Enquanto isso a China teve crescimento de 14,6% nas exportações e 6% nas importações em dezembro. Os dados foram acima do esperado. No entanto, o país também teve uma inflação alta de 2,5% em dezembro, o que desanimou os mercados na sexta-feira.

Ainda na Ásia, o Japão iniciou as medidas prometidas pelo novo primeiro-ministro e anunciou um programa de estímulo fiscal de US$ 116 bilhões.

Por fim, o déficit comercial norte-americano caiu em novembro, chegando a US$48,7 bilhões.

Panorama Brasil

No Brasil, o Ibovespa apresentou maior volatilidade e fechou a semana com queda de 1,64%. Eventos externos somados aos internos impediram que as altas de quarta e quinta-feira recuperassem o índice.

Houve aumento na inadimplência de 15% em comparação com 2011 e queda no emprego industrial e na confiança da construção civil. Além disso, houve os temores em relação ao possível racionamento de energia.

Enquanto isso, o dólar foi se valorizando vagarosamente até chegar ao patamar de R$2,0296. O acordo sobre o fiscal cliff e a maior preocupação do Bacen com a inflação foram os responsáveis.

Os juros se mantiveram praticamente estáveis, precificando uma manutenção da taxa SELIC de 7,25% na próxima reunião do Copom.

No entanto, a inflação continua a subir. Nessa semana, foi divulgado o IPCA de dezembro: aumento mensal de 0,79%, valor alto e acima do esperado. A inflação do ano de 2012 veio em 5,84% bem acima da meta de 4,5%, mas dentro da banda de aceitação.

O mercado não viu com bons olhos o dado que foi agravado com um IGP-DI anual de 8,1%, acima dos 5% de 2011. Com menos alternativas ao combate à inflação, pois as tarifas de energia elétrica foram reduzidas e os IPIs também, a preocupação com o dragão da inflação volta ao cenário brasileiro.

Expectativas da Semana

Na próxima semana, os mercados devem continuar cautelosos, esperando alguma indicação concreta para o cenário econômico desse ano. Porém, isso é improvável que ocorra tão cedo.

As bolsas continuarão andando lateralmente, só variando mais quando os dados que forem divulgados vierem muito aquém ou além do esperado. Vale chamar sua atenção para o dado de produção industrial norte-americana que sai na quarta-feira,

Enquanto isso, o câmbio deve se manter praticamente estável com leves valorizações do dólar. O mercado deve continuar testando, vagarosamente, a banda informal do Banco Central.

Destaque para a Reunião do Copom da quarta feira em que.  não devem haver mudanças na taxa básica de juros. A ata que acompanha a decisão  ditará se o Bacen focará no combate à inflação ou continuará com o discurso de convergência não-linear para a meta.

A CJE-FGV espera que a ata dê pequenas indicações de maior combate à inflação. Porém, o discurso deve continuar sendo de manutenção dos juros até o fim do ano. Além disso, a ata deve transparecer que haverá o uso de medidas macroprudenciais, como o câmbio e os compulsórios, para combater a inflação.

*Dicionário Economês-Português

Fiscal cliff (abismo fiscal) – Aumento de impostos e corte de gastos governamentais automáticos previstos para ocorrerem no início de 2013 nos EUA. Se realmente ocorrer, o país pode entrar em outra recessão.

Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

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Liberdade, igualdade e fraternidade: os passos da crise do Euro na França

Por Samy
12/01/13 06:00

O ano novo começou e com ele continuam as discussões de quando ocorrerá a superação definitiva da crise econômica.

No entanto, alguns aspectos são interessantes de analisar acerca dela e sua capacidade de mudança das condições sociais e politicas nos países envolvidos.

Um caso bastante interessante é o francês. Como todos sabem, a França experimentou, em 1789, a Revolução Francesa, que visava mudar o status quo de exploração dos laboratores (trabalhadores) pelos oratores(clero) ebellatores (nobreza).

Vale ressaltar, contudo, que essa revolução foi antes resultado de uma grave crise econômica do que de uma vontade de fazer prevalecer certas ideologias, principalmente a que se tornou mais conhecida, de defesa da liberdade, igualdade e fraternidade.

Um ano antes desses acontecimentos, em 1788, a França amargava um déficit de 126 milhões e os camponeses dispunham, para uso próprio, de apenas 35% de sua produção.

Para o clero, deviam entregar 8% de sua renda, para o 7%, para o rei  10%, para o proprietário das terras 20%, e, por fim, para a reserva de sementes, destinava 20% de sua safra.

Interessante é constatar, no entanto, que o contexto francês durante a crise europeia recente não era muito diferente.

Talvez tais fatos expliquem a eleição, no ano passado, do presidente Francois Hollande, membro do partido socialista, quem, inclusive aprovou uma taxação de 75% sobre grandes fortunas.

Como se pode inferir, as crises tem vasta capacidade de mudança e rearranjo de condições políticas e sociais.

Fazendo aqui referência a Schumpeter e seu vendaval criativo‘, talvez eventos desagradáveis sejam necessários para mudanças indispensáveis e que, por fim, podem gerar uma situação melhor que a anterior.

Resta as pessoas a responsabilidade de extrair o melhor desses aprendizados e construir estruturas e instituições melhores e mais eficientes que as precedentes.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV- EESP. Agradecimentos especiais a Jean- Francois Dunyach, professor da Univerdade de Paris-Sorbonne.

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Entenda a matemática por trás dos títulos do Tesouro

Por Samy
11/01/13 00:00

Para melhor entendimento de grande parte dos investimentos – a qual se inclui os títulos do Tesouro Direto – faz-se necessário conhecer e entender alguns termos, são eles: Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno.

Valor Presente Líquido (VPL)

O Valor Presente Líquido, ou simplesmente VPL, representa, na matemática financeira, o valor presente de pagamentos futuros descontados a determinada taxa de juros menos o investimento inicial. De forma geral, o VPL indica o resultado do investimento, mensurado em termos financeiro.

Ao se tratar de um investimento, quando o VPL for positivo, significa que é economicamente viável e aumenta o ativo do investidor. Se o VPL for igual a zero, significa que é economicamente viável, mas o ativo do investidor não irá mudar. Já se o VPL for negativo, não é economicamente viável e o investidor terá perdas em seu ativo.

Para facilitar o entendimento, será utilizado um título do Tesouro como exemplo. Supondo o seguinte fluxo de caixa de uma NTN-F (Notas do Tesouro Nacional):

O preço de compra (saída de caixa) do título é, então, de R$ 750,00. Já os cupons* (entradas de caixa) de R$ 48,00. O último cupom representa a soma dos R$ 48,00 com o valor nominal do título (R$ 1.000,00), ou seja, R$ 1.048,00.

*Lembrando que o valor nominal semestral verdadeiro vale R$ 48,81. Já que se trata de um cálculo demonstrativo, este valor foi considerado como R$ 48,00.

Além destes dados, será utilizada como exemplo uma taxa mínima de atratividade de 5%.

A Taxa Mínima de Atratividade ou TMA representa a taxa de juros de um investimento. Esta taxa diverge em dois casos:

  • A TMA representa a taxa mínima que um investidor se propõe a ganhar quando faz um investimento.
  • A TMA indica a taxa máxima que o tomador de dinheiro se propõe a pagar.

O investidor chega nessa taxa de acordo com o risco do investimento, ou seja, quanto maior o risco , maior será a taxa exigida por ele. Sendo assim, antes de proceder com os cálculos, segue a definição de algumas siglas:

  • “PV” representa o valor presente das entradas de caixa.
  • “CF0” equivale ao investimento inicial ou a saída de caixa.
  • “CFj” significa o fluxo de caixa no momento j.
  • “i” indica a TMA.

O VPL pode ser encontrado subtraindo o “CF0” de “PV”, ou seja, VPL = PV – CF0.

Primeiramente, calcula-se o valor presente das entradas de caixa:

VPL = PV – Cf0 = 994,55 – 750 = 244,55

Já que PV> Cf0, o investimento é aceitável, ou seja, ao comprar uma unidade de tal título de NTN-F quando a taxa mínima de atratividade é de 5%, há um ganho de R$ 244,55.

Para realizar os cálculos utilizando a calculadora HP12C, basta seguir a sequencia (lembrando que como 750 representa saída de caixa, este valor deve ser negativo):

Supondo agora um título do Tesouro que possui fluxo de caixa único, ou seja, não há cupons. Segue então um exemplo de fluxo de caixa de uma LFT (Letras Financeiras do Tesouro):

Seguindo novamente com os cálculos:

VPL = PV – Cf0 = 5.758,92 – 5.300= 458,92

Já realizando os cálculos na HP12C:

Agora, caso fosse PV<CF0, tanto para a NTN-F como para a LFT, indica que a compra do título não é viável, ou seja, o investidor terá perdas quando adquirir tal título.

O leitor pode realizar suas próprias simulações utilizando o esquema “papel e caneta” e seguir com os cálculos apresentados ou simplesmente utilizar nossa planilha. Clique aqui para fazer o download (Arquivo -> Fazer download como).

Taxa Interna de Retorno (TIR)

A TIR é a taxa que faz com que a soma dos valores presentes (entradas de caixa) dos cupons seja igual ao preço do título (saída de caixa). Na prática, vale dizer que quando a TMA (taxa mínima de atratividade) for igual a TIR, o VPL é zero. Para melhor entendimento, será utilizado novamente o exemplo de fluxo de caixa de uma NTN-F:

Ou seja, anteriormente, para calcular o VPL, era necessário encontrar o valor de “PV”. Foi utilizada, então, a seguinte fórmula matemática:

Agora, de acordo com a definição de TIR, todos os fluxos devem ser igualados a zero.  Segue o cálculo a ser utilizado:

Retomando a fórmula VPL = PV – CF0, já que para encontrar a TIR o VPL deve ser zero, a fórmula fica desta forma:

VPL = PV – CF0

0 = PV – CF0

PV = CF0

Ou seja, a saída de caixa passa a ser igual a soma das entradas de caixa:

O valor então de “i” é de 15,92%.

Esta conta pode ser feita facilmente pela calculadora HP12C utilizando os seguintes comandos:

Ou pode ser também encontrada utilizando o Excel. Faça o download de nossa planilha caso queira entender melhor o procedimento e fazer mais algumas simulações.

Portanto, a TIR nada mais é o valor da taxa que faz com que a soma de todos os fluxos igualem-se a zero. Encontrado o valor da TIR, o VPL passa a valer zero. A partir deste raciocínio pode-se encontrar, por exemplo, a rentabilidade bruta dos títulos do Tesouro.

Artigo em parceria com Miguel Longuini que é graduando em Administração de Empresas pela FGV-EAESP e Diretor Administrativo/Financeiro da CJE-FGV.

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Existe bolha imobiliária no Brasil?

Por Samy
10/01/13 07:00

As consequências de se consumir mais do que se produz são muito claras para a maioria das pessoas. Os limites dos cartões de créditos podem ser grandes, mas um dia eles acabam e o que segue a esse período de gastos excessivos são cortes e sacrifícios necessários para que a vida financeira volte a ter um equilíbrio.

Para a economia de uma nação inteira, o mesmo princípio é válido. Consumo sem poupança não é sustentável e, de acordo com a Teoria Austríaca de Ciclos Econômicos, consumir sem poupar é a causa das infames bolhas. Períodos de crescimento “milagroso” são seguidos de recessões e desemprego. Não existe almoço grátis.

Em linhas gerais, políticas monetárias, como diminuição da taxa básica de juros em excesso e a expansão da base monetária (impressão de dinheiro ou a criação digital de dinheiro), criam falsos incentivos para empreendedores, aumentando os preços e os salários nominalmente, gerando uma época de euforia representada pelo consumo e “crescimento” insustentáveis. O caso dos Estados Unidos, em 2008, quando os juros estavam em níveis baixíssimos e a população consumia como nunca na história, não nos deixa mentir e o resultado disso estamos vivendo até hoje.

Quando a inflação dos preços alcança níveis inadmissíveis para a população, a política monetária se inverte, destruindo a maioria dos investimentos de longo prazo. Os preços caem, as empresas têm prejuízos e o desemprego aumenta. Começa a época de sacrifícios para colocar a casa em ordem: a recessão. Em outras palavras, todo nosso castelo de areia se destrói.

Os setores mais afetados nesse ciclo são os de investimentos de longo prazo. Principalmente o setor imobiliário. Com os juros baixos em excesso, a construção de casas e apartamentos, que antes não era possível, se torna lucrativa e então os empréstimos são realizados e as obras começam. O crédito abundante cria uma demanda crescente por moradias, os preços aumentam e logo um mercado especulativo é criado. Investidores percebem que comprar na planta e revender depois é um método fácil de ganhar dinheiro. Tudo isso é sustentado pelo crédito abundante e barato. Quando os juros sobem, os lucros dos empreendimentos desaparecem, as construtoras sofrem, os preços caem e os especuladores também perdem dinheiro e, numa espiral de prejuízos, a economia inteira é afetada.

Os dados apontam que é exatamente isso que está acontecendo no Brasil, já experimentamos o crescimento “milagroso”, mas já esta chegando a hora de pagar a conta.

Este gráfico mostra a evolução do crédito imobiliário nos últimos 10 anos.

Fonte: http://brazilianbubble.com

Ou seja, de 2007 a 2012, o crescimento do setor assumiu um caráter exponencial, as medidas tomadas para “amenizar” os efeitos da crise, e o desespero do governo Dilma de replicar o milagre econômico do governo Lula, têm o mesmo efeito que as políticas do FED na época do Greenspan, durante o governo Bush, que resultaram em uma bolha imobiliária, ocasionando a inflação artificial de um mercado.

É importante que se analise não só a quantidade de crédito que temos no mercado, mas também a taxa de crescimento ocasionada por esse fator. Esse segundo gráfico nos mostra justamente isso, ou seja, ele nos demonstra o que está acontecendo com a taxa de crescimento anual do crédito do setor imobiliário.


Fonte: http://brazilianbubble.com

Como vemos, o crescimento exponencial do crédito já está se tornando insustentável e começa a diminuir. Com a diminuição da taxa de crescimento, a quantidade de apartamentos vendidos na planta começa a cair, os preços seguem a tendência de queda, o medo de prejuízos diminui ainda mais a disponibilidade de crédito e estamos a caminho de uma crise no setor.

Apesar de sempre nos remetermos ao caso dos Estados Unidos quando estamos falando de uma bolha imobiliária, é importante dizer que os efeitos do estouro da bolha aqui no Brasil não serão os mesmos dos EUA.

Isso acontece pois, embora esteja em crescimento, a porcentagem que a participação do crédito imobiliário no Brasil representa do PIB é pequena se comparada a dos países desenvolvidos, como mostra o gráfico a seguir.

Fonte: http://brazilianbubble.com/will-brazils-housing-market-go-from-boom-to-bust/

Por fim, é importante dizer que o juro baixo é uma tendência mundial, que afeta os consumidores de maneira positiva e traz benefícios para a população. Mas essas medidas a fim de aquecer a economia devem ser tomadas com responsabilidade, pois a história nos mostra que depois da euforia sempre vem a crise.

Muitos dizem que no Brasil é diferente, que o Banco Central é muito mais conservador e as regulações sobre os bancos é muito mais pesada, porém, assim como a lei da gravidade aqui é a mesma que nos outros países, as leis da economia também são as mesmas.  Se os cidadãos e o governo não se atentarem para esse fato, as dívidas vão aumentar, a fatura do cartão de crédito vai chegar, e quem vai pagar é o povo brasileiro.

Post em parceria com Leonardo de Siqueira Lima, graduando em Economia pela EESP-FGV, e Kalil Gebrim Rodrigues, graduando em Engenharia pelo ITA e presidente da ITA júnior.

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