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Caro Dinheiro

por Samy Dana

Perfil Samy Dana é Ph.D em Business, professor da FGV e escreve no caderno Mercado

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O que os gerentes de banco não contam para você

Por Samy
24/10/12 11:12

Ao receberem um pedido de concessão de credito, os gerentes de banco têm uma série de critérios que devem respeitar para poder realizá-la. Esses critérios são conhecidos como os 6 C’s do credito.

Caráter      

Como muito provavelmente, o gerente não te conhece em sua vida particular, ele levará em conta seu histórico perante instituições financeiras, verificando se você pagou todo o valor dentro do prazo ou até mesmo com antecedência. Por isso, caso você esteja planejando tomar um grande valor emprestado no futuro, e não tenha histórico, faca antes um empréstimo pequeno, mesmo que desnecessário, e pague o valor antecipadamente, gerando um cadastro positivo.

Capacidade

Aqui, será avaliada sua atividade profissional, ou seu negócio, a margem de lucro que você obtém através dele.

Capital

Ele avaliará quais são seus bens, o saldo de sua conta bancária, seus investimentos, se esses são suficientes para honrar seu compromisso com o banco.

Colateral

É claro que ele considerará qual é a garantia desse empréstimo, o que você pode oferecer em contrapartida, caso deixe de pagar.

Condições

Ele deverá considerar também como você se sairia em condições adversas da economia, como por exemplo, caso haja uma recessão ou um ciclo de crescimento acelerado, se seu negócio será capaz de acompanhá-lo no mesmo ritmo.

Conglomerado

Esse fator se aplica somente a pessoas jurídicas. Avalia-se aqui se a empresa pertence a um conglomerado estabelecido e bem-sucedido que poderá apoiá-la e socorrê-la em caso de necessidade.

Uma novidade bastante interessante é o cadastro positivo, cuja lei foi publicada no Diário Oficial em 18/10 desse ano e deverá entrar em vigor em 2013. Essa medida beneficiará bons pagadores, que quitam suas dívidas em dia.

O cadastro conterá informações acerca de pagamentos de contas de energia, água, crediários, financiamentos e até mesmo prestações a vencer. Mas a opção por criá-lo ou não ficará a cargo do cidadão, através da internet.

A vantagem para os inscritos no cadastro positivo, será o maior poder de barganha ao tomar recursos emprestados ou fazer um financiamento. Além disso, diminuirá a possibilidade de justificativa das altas de juros por parte das instituições financeiras por causa dos maus pagadores, uma vez que o risco delas será menor.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP.

 

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Instrumentos Financeiros nº6: Nota Promissória Comercial (Commercial Paper)

Por Samy
23/10/12 09:06

Conheça a Nota Promissória Comercial. Um instrumento de curto prazo emitido por empresas não financeiras.

A Nota Promissória Comercial, conhecida internacionalmente como commercial paper, é um título de dívida que confere ao seu detentor um direito de crédito contra a empresa emissora. Em outras palavras, ao comprar uma nota promissória comercial o investidor está emprestando dinheiro a uma empresa.

Assim como as debêntures, é um instrumento que pode ser emitido por qualquer empresa sociedade por ações (S.A.), não financeira, de capital fechado ou aberto. Quando emitida por empresas S.A. de capital fechado possui prazo de até 180 dias e quando emitida pelas S.A. de capital aberto possui prazo máximo de 360 dias. Lembre que as debêntures são títulos com praticamente as mesmas características, porém com prazos superiores a 360 dias

Os recursos emprestados pelo investidor são pagos nos prazos, condições e garantias predeterminados na emissão da nota promissória comercial.

A remuneração pode ser pré-fixada ou pós-fixada. O mais comum é a remuneração pós-fixada, indexada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou IPCA+juros, definidos na contratação. No atual cenário da economia, com a taxa Selic em 7,25% ao ano, a melhor opção para o investidor são as notas promissórias indexadas ao IPCA.

Do ponto de vista das empresas, esse instrumento é interessante para o financiamento ágil do capital de giro. As empresas conseguem estruturar uma operação de captação em cerca de quinze dias.  Outra vantagem diz respeito a não incidência de IOF, o que diminui o custo da captação.

Já do ponto de vista do investidor, a taxa de retorno é normalmente maior do que a percebida nos investimentos tradicionais dos bancos.

Vale notar que a remuneração é determinada em função da classificação de risco da empresa, do prazo, das condições e garantias, assim como ocorre nas debêntures.

Em relação à tributação, as notas promissórias possuem incidência de imposto de renda (IR) regressivo sobre os rendimentos auferidos. A alíquota de IR é de 22,5% para operações com prazo de até 180 dias, 20% para operações de 181 dias até 360 dias, 17,5% para operações de 361 dias até 720 dias e 15% para operações de prazo superior a 720 dias. O imposto de renda é retido na fonte no resgate.

Resumindo, notas promissórias comerciais são instrumentos de renda fixa de curto prazo, que apresentam graus distintos de risco, de acordo com a classificação de crédito da empresa emissora. A seleção entre uma ou outra nota promissória dependerá da disposição que cada investidor tem em relação à exposição ao risco.

A análise de risco de crédito das empresas emissoras e das eventuais garantias é fundamental para decisão e formação do preço.

As notas promissórias podem ser compradas e vendidas nos mercados organizados, por meio de corretoras de valores autorizadas. Se o investidor optar pela venda do título antes do vencimento, poderá aliená-lo no mercado secundário, porém sem qualquer garantia de rentabilidade, pois estará sujeito às condições de liquidez, oferta e demanda naquele momento.

Embora, acessível a qualquer tipo de investidor, é um instrumento destinado, em regra, a investidores qualificados como fundos de investimentos e investidores pessoa física do segmento private banking. O preço unitário mínimo varia muito, mas dificilmente é inferior a R$ 200 mil.

A seguir uma simples ilustração da rentabilidade das notas promissórias frente à poupança e aos CDBs. Neste caso, poupança e CDBs possuem garantia do FGC até 70 mil.

Interessante notar que com a redução da taxa Selic, a maioria dos investimentos em renda fixa perdem para a poupança – regra antiga, no curto prazo.  Somente para prazos mais dilatados, acima de dois anos, que alguns investimentos de renda fixa possuem vantagem relativamente à poupança – regra antiga.

Bons investimentos!

Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.

 

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Não deixe seu gerente escolher seus investimentos

Por Samy
22/10/12 06:00

Não há dúvida que os bancos de varejo têm um papel importante para a economia de um país. Eles prestam serviços financeiros relevantes para o dia-a-dia das pessoas físicas e jurídicas.

Entre os serviços, destacam-se o recebimento de depósitos à vista, as transferências de recursos (DOCs e TEDs) e a concessão de empréstimos e financiamentos.

No entanto, os bancos de varejo não são o local mais indicado para pedir aconselhamentos de investimentos.

O motivo é muito simples, um bom gerente de banco, como qualquer bom empregado, visa aumentar o lucro da instituição em que trabalha.

Com um excelente poder de persuasão e convencimento, faz indicações de produtos que proporcionam, na maioria dos casos, baixíssima rentabilidade para o cliente e elevada lucratividade para o banco.

Assim sendo, os gerentes podem, no final das contas, prestar assessoria de investimentos totalmente parcial.

Conforme dados da consultoria Bain&Company, nos mercados consolidados, as pessoas já possuem mais informação e, em vista disso, já abandonaram os bancos de varejo para realização de investimentos.

Nos EUA, por exemplo, 92% dos investimentos são realizados fora dos bancos de varejo. Os bancos de investimentos possuem 32% da fatia do mercado e as corretoras e agentes de investimentos independentes contam com 60%.

No Brasil, mercado não consolidado, os investimentos ainda são feitos, em grande medida, nos bancos de varejo. Talvez esta seja uma das principais razões para os bancos de varejo operarem com tanto alento em nosso país.

Tome Cuidado: Os produtos mais sugeridos e distribuídos pelos gerentes de banco são:

-os fundos de investimento com altas taxas de administração;

-os planos de previdência privada com elevadas taxas de administração e carregamento;

-a nova caderneta de poupança;

-os CDBs com remuneração ínfima, muito abaixo do certificado de deposito interbancário (CDI);

-os títulos de capitalização.

A seguir, a título de ilustração, os produtos que devem ser evitados apesar de comumente sugeridos pelos gerentes de banco.

1)  Fundos de Investimento Referenciado DI e Renda Fixa

Esses produtos investem basicamente em títulos públicos federais e títulos privados de baixo risco. As taxas de administração desses fundos são muitas vezes superiores a 2% a.a. Esses fundos, em função das altas taxas de administração, rendem abaixo da inflação, ou seja, nem sequer repõem a perda do poder de compra da moeda. Existem fundos com liquidez e risco estritamente iguais, que cobram taxa média de administração de 0,5% a.a. Entretanto, o gerente dificilmente oferece.

2)  Fundo de Previdência Privada/Renda Fixa

Esse produto investe em títulos de renda fixa das mais variada espécies. Cobra, em média, 2% de taxa de administração e 3% de taxa de carregamento. O investidor, em função das altas taxas, fica com um rendimento próximo a zero. Esse tipo de serviço, não deveria ter taxas acima de 1% para administração e 0% para carregamento.

3)  CDB

Esse produto é emitido pelos bancos para captar recursos. Alguns bancos chegam a remunerar o cliente com uma taxa de 85% do CDI. A taxa justa deveria ser próxima a 100% do CDI, pois o CDI representa o custo do empréstimo interbancário.

4)    Título de Capitalização

Esse produto é, na verdade, uma forma de loteria. A rentabilidade é inferior à poupança. Mas a ideia de participar de sorteios de valores elevados agrada muitos clientes. No entanto, a probabilidade de o cliente ser sorteado é remota. Por vezes menores que da loteria federal.

Lembre-se que o gerente nada mais é que um vendedor que ganha comissões na medida em que maximiza o lucro da instituição em que trabalha. Portanto, pode ter uma prioridade divergente da do cliente.

Bancos, assim como qualquer outra instituição com fins lucrativos, tende a ganhar cada vez mais na medida em que houver desinformação e ausência de conhecimento de seus clientes.

Se você pretende conhecer melhor os produtos financeiros procure informações em lugares imparciais como livros, revistas especializadas, jornais, cursos, palestras e web sites.

Este post foi uma extensão da análise publicada no caderno “Mercado” da Folha de São Paulo, no 22 de outubro de 2012 do . Esta versão possui parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.

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Superávit Primário

Por Samy
20/10/12 03:00

No último dia 18, o Comitê de Política Monetária retirou de sua ata a expressão “sem ajustes” ao afirmar o cumprimento da meta de superávit primário de 3,1% do PIB, ou seja, deu margem a interpretações, por parte do mercado, de que talvez sejam necessários ajustes nos investimentos do PAC para o atingimento da meta.

Muito se discute sobre o resultado primário do governo brasileiro. Para um país que teve grande parte da sua história marcada por elevadíssimos graus de endividamento do governo, quer seja doméstico, quer externo, e considerando que o atingimento da capacidade de quitar suas dívidas é extremamente recente, percebe-se que o superávit primário deve ser uma meta de todo governo para evitar impopularidade perante a população.

Mas o que é o superávit primário? Ele pode ser definido como a riqueza acumulada por um governo para o pagamento dos juros da dívida pública, e é apurado através da soma de sua arrecadação descontada da soma de seus gastos operacionais, servindo assim, como indicador da forma como o governo está gerenciando suas contas.

Histórico

O Brasil viveu até 2008 um período de maior austeridade fiscal, seguida de um período de afrouxamento das contas, retomando o aperto apenas em 2011. Atualmente, às voltas com perspectivas de crescimento econômico aquém do esperado para esse e o próximo ano, o governo se vê em um dilema acerca de seu orçamento. Deveria abdicar de seu resultado positivo em prol de maior aquecimento na economia ou não? Políticas como a redução do IPI, unificação do ICMS trazem à tona essa discussão.

Tipos de meta fiscal

Como se sabe, o governo opera sob as conformidades de uma meta fiscal. Essa meta, no entanto, tem sido alvo de críticas por parte de alguns economistas por ser do tipo pró-cíclica, ou seja, seguir a tendência do ciclo econômico, acelerando ainda mais o crescimento em períodos de aquecimento econômico e desacelerando mais em temporadas de desaquecimento.

A política pró-cíclica do governo estaria comprometendo os investimentos realizados por ele, uma vez que as autoridades governamentais estariam interessadas em manter sua meta de superávit primário à revelia da colaboração para o crescimento do país. Essa posição seria alvo de críticas de parte significativa da equipe econômica, como, por exemplo, Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

A presidente Dilma Rousseff haveria preferido manter a perseguição da meta, alinhando-se à postura tomada por Guido Mantega, no governo anterior, por medo de que o não atingimento dessa pudesse macular sua credibilidade no ambiente econômico. Além disso, essa posição adotada por ela possibilitou as recentes quedas de juros na economia brasileira. No entanto, a presidente estaria adotando uma postura contraditória ao criticar publicamente a chanceler alemã por suas políticas de austeridade, em um cenário de crise europeia, quando faz o mesmo no Brasil. Para melhorar o desempenho dos investimentos, o governo teria passado a contabilizar as despesas com o “Minha Casa, Minha Vida” como investimentos e há evidências de que alguns gastos passaram a ser flexibilizados.

Uma alternativa para correção das distorções da meta fiscal sob os moldes atuais seria que ela passasse a ser estrutural, ou seja, avaliada para o PIB potencial, que é o PIB máximo da economia, quando a capacidade instalada está em pleno uso e o desemprego está em sua taxa natural e avaliada também para preços tendenciais. Esse tipo de meta estimula a poupança do governo, cuja existência é essencial para o crescimento sustentável de longo prazo.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Saiba como o título prefixado LTN funciona, parte 2

Por Samy
19/10/12 06:00

Daremos, então, sequência à LTN – Letras do Tesouro Nacional. A parte 2 fará referência aos cálculos que envolvem este título. É interessante ter em mãos a parte 1 da série, pois faremos referência aos dados apresentados nela.

Parte 2

Na parte 1 da LTN, foi explicado de forma ampla o que é e como funciona o título assim como algumas informações que o investidor encontrará ao comprá-lo. Foi apresentado também a Calculadora que faz simulações de compra de um título da Letras do Tesouro Nacional. Será explicado agora como é feito cada um dos cálculos apresentados nesta Calculadora.

Analisando o valor total que o investidor comprou em LTN (quantidade de título X preço unitário do título para compra). No exemplo, este valor é de R$ 747,05 (neste caso é igual ao preço de compra, pois foi adquirido somente uma unidade do título).

De R$ 747,05, deve-se descontar 0,1% (taxa de negociação) e 0,5% de entrada (taxa de administração que supomos).

0,1% de R$ 747,05= R$ 0,747

0,5% de R$ 747,05= R$ 3,735

O Valor Investido Total passa a ser de R$ 747,05 + R$ 0,747 + R$ 3,735 = R$751,53.

Para descobrir como que se chega em R$1.000,00 (valor bruto de resgate):

O Valor Bruto de Resgate é, portanto, de R$ 1.000,00.

Do Valor Bruto de Resgate deve-se deduzir os impostos (a), o valor da taxa de custódia (b) e o valor da taxa de administração do resgate (c):

a)    Impostos:

15% de (R$1.000,00 – R$747,05) = 37,94

É cobrado 15% de imposto pois a aplicação ultrapassou o prazo de 720 dias (caso não se lembre).

b)    Valor da Taxa de Custódia do Resgate:
O impacto da taxa de custódia cobrada pela BM&FBovespa, 0,3% ao ano sobre o valor aplicado, é calculado de forma simplificada. A fórmula nada mais é que a multiplicação do fator 0,3% pela quantidade de dias corridos da aplicação, dividido por 365 já que a taxa é anual, e por uma média aritmética entre o Valor Investido (campo preenchido pelo investidor na calculadora) e o Valor Bruto de Resgate.

Ou seja:

O valor após as contas é, então, de R$ 8,97.

c)    Valor da taxa de administração do resgate:

Primeiramente, vale lembrar que esta taxa só é aplicada se o título for resgatado após um período de 1 ano. Se o título for resgatado antes do período de 1 ano, não será cobrada esta taxa no resgate.

O cálculo desse custo é muito semelhante ao da taxa de custódia, apenas deve-se levar em conta duas diferenças. A primeira é que na parcela referente ao tempo de aplicação, o valor total em dias corridos deve ser subtraído de 365 (número de dias do primeiro de aplicação). Caso a aplicação seja inferior a 1 ano, esse desconto não precisará ser feito, pois a taxa já foi descontada no momento da aplicação.

O segundo ponto é que, ao invés do 0,3% ao ano da taxa de custódia, cada instituição financeira cobra uma taxa específica por seus serviços. A simulação leva em conta o valor que o investidor preencher no campo “taxa de administração do banco/corretora”. E não se pode esquecer que muitas corretoras não cobram taxa de administração.

Ou seja:

O valor após as contas é, então, de R$ 10,58.

O Valor Líquido de Resgate é encontrado subtraindo do Valor Bruto de Resgate as taxas e o imposto. Segue a fórmula para realizar o cálculo:

Valor Líquido de Resgate = Valor Bruto de Resgate – Imposto (a) – Valor da Taxa de Custódia do Resgate (b) – Valor da Taxa de Administração no Resgate (c)

Valor Líquido de Resgate = 1000,00 – 37,94 – 8,97 – 8,46

Valor Líquido de Resgate = R$ 942,52.

Em relação à rentabilidade das LTNs, pode ser calculada da seguinte forma:

a)    Rentabilidade Bruta.

Ou seja, á rentabilidade bruta do investidor durante os 861 dias úteis aplicados foi de 33,23%. Para encontrar a rentabilidade anual, basta utilizar a seguinte fórmula:

b)    Rentabilidade Líquida.

O cálculo da rentabilidade líquida é feito utilizando o valor líquido de resgate, ou seja, o valor que o investidor realmente irá receber no resgate, deduzido já de seus devidos impostos e taxas.

A Rentabilidade Líquida no período teria sido, portanto, de 25,41%.

Para calcular a Rentabilidade Líquida Anual, basta usar a seguinte fórmula:

*O investidor não pode esquecer que tanto a rentabilidade bruta quanto a líquida só se manterão caso faça o resgate do título somente no vencimento.

O fluxo de pagamento passará a ser o seguinte:

 Trocando em miúdos, o investidor gastou R$ 747,05 para receber líquido R$ 942,51 no dia 1 de janeiro de 2016.

Lembrando que o valor de RS 1.000,00 pode de ser verificado por meio da seguinte fórmula:

*VN = Valor nominal do título no vencimento

Logo, o Valor Nominal do título no vencimento é de R$ 1.000,00.

Mas e os R$ 1.000,00? O investidor não iria receber esta quantia? A princípio seria a quantia que o ele iria adquirir, só que isto não ocorre porque deve-se pagar impostos, a taxa de custódia e a taxa de administração, caso seja diferente de zero. Diante disso, o investidor nunca recebe, na realidade, os R$ 1.000,00.

De acordo com estes cálculos, percebe-se que a taxa possui comportamento inverso ao preço, ou seja, quanto menor for a taxa de juros, maior será o preço do título uma vez que um valor menor será descontado do valor de resgate (R$ 1.000 ) pelo juros do período

Os preços de compra variam de acordo com o vai-e-vem da taxa de juros requerida pelos compradores, que por sua vez, seguem a lei de oferta e procura.  Um aumento da taxa de juros em um dia, diminuirá o preço do título. Em contrapartida, uma diminuição na taxa de juros em determinado dia, aumentará o preço do título.

E se fossem comprados 3 títulos de LTN ao invés de apenas 1? Neste caso, o Valor Bruto de Resgate (que é de R$ 1.000,00 para 1 título) é proporcional a quantidade de títulos comprados. Por exemplo:

Se fossem comprados 3 títulos, o Valor Bruto de Resgate seria o número de unidades compradas (3) multiplicada pelo Valor de Resgate, ou seja, 1.000 x 3 = R$ 3.000,00.

O próximo artigo, e último da LTN, abordará a questão da venda antecipada. Até!

Artigo em Parceria com Miguel Longuini que é graduando em Administração de Empresas pela FGV-EAESP e Diretor Administrativo/Financeiro da CJE-FGV.

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Nobel de Economia

Por Samy
17/10/12 11:48

Nessa última segunda-feira, o mundo passou a conhecer os mais novos ganhadores do prêmio Nobel de Economia. São eles Alvin Roth e Lloyd Shapley, pesquisadores das universidades de Harvard e da UCLA, respectivamente. Shapley preocupou-se mais com a teoria das pesquisas, enquanto Roth concentrou-se nas aplicações práticas.

Eles desenvolveram estudos sobre a teoria das alocações estáveis e a prática do design de mercado, os quais ajudaram a melhorar os seguintes casos:

  • Escolas (Lloyd Shapley, 1962)

Nos Estados Unidos, os estudantes devem concorrer às vagas para as escolas de ensino médio. Como poucos podem aceder às melhores, com o passar do tempo, os estudantes estavam colocando como sua primeira opção as piores escolas, para ter a garantia de aprovação, embora não quisessem estudar lá. Após as pesquisas dos dois, criou-se um sistema que reúne as aplicações de todos os alunos, que devem rankear 12 escolas de seu interesse. As escolas também devem especificar seus critérios de preferência e, assim, o sistema seleciona a melhor alocação possível.

 

  • Hospitais

Caso uma mulher tivesse problemas em seu rim, por exemplo, e seu marido quisesse doar um dos seus para ela, mas não fosse um doador compatível, eles deveriam esperar até que um doador anônimo surgisse. Tal evento poderia demorar muito a ocorrer ou nem mesmo acontecer. Os pesquisadores sugeriram, então, a criação de um sistema com cadastro das necessidades dessas pessoas, de modo que pessoas das mais diversas regiões pudessem doar a outras desconhecidas e assim, salvar a vida dos cônjuges.

Esses estudos dos premiados com o Nobel demonstram que a Economia pode ser utilizada e empregada na realidade, possibilitando melhor alocação de recursos e até mesmo, salvando vidas.

Curiosidades sobre Teoria dos Jogos

Essas pesquisas provêm de uma área de conhecimento da matemática chamada Teoria dos Jogos, cujo maior expoente foi John Nash, quem inspirou o filme “Uma mente Brilhante”. Essa área se interessa por comportamentos estratégicos com o objetivo de maximizar os ganhos dos participantes das interações e se aplica a negociações, relações internacionais, ou até mesmo um jogo de joquempô.

O exemplo mais conhecido dessa Teoria é o do Dilema do Prisioneiro. Para você que já ouviu falar dele, mas nunca entendeu bem o que é, segue uma explicação

“Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A polícia tem provas insuficientes para condená-los, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros, confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silêncio, o que confessou sai livre enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em silêncio, a polícia só pode condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos traírem o comparsa, cada um leva 5 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. “

Fonte: Wikipédia, acesso em 15/10/2012

A teoria dos jogos prevê que, nesse caso, os presos tenderão a confessar ambos, visando seu maior ganho, de forma que o chamado Equilíbrio de Nash será (confessar, confessar), no entanto, ambos estariam melhor conjuntamente caso optassem por (não confessar, não confessar). Dessa forma, a teoria prevê formas de levar os presos a esse equilíbrio mais benéfico para ambos, chamado, em economia, Pareto Ótimo.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

 

Mais informações em: http://www.jstor.org/stable/29730119?&Search=yes&searchText=shapley&searchText=lloyd&list=hide&searchUri=%2Faction%2FdoBasicSearch%3FQuery%3Dlloyd%2Bshapley%26gw%3Djtx%26acc%3Don%26prq%3Dandrew%2Blloyd%26Search%3DSearch%26hp%3D25%26wc%3Don&prevSearch=&item=6&ttl=1236&returnArticleService=showFullText

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Instrumentos Financeiros nº5: DPGE - Depósito a Prazo com Garantia Especial do Fundo Garantidor de Crédito

Por Samy
16/10/12 06:00

O Depósito a Prazo com Garantia Especial do FGC (DPGE) é um título de renda fixa, emitido por bancos. Confere ao seu detentor um direito de crédito contra o banco emissor. Em outras palavras, ao adquirir esse instrumento financeiro, o investidor está emprestando dinheiro a uma instituição financeira.

Tem como principal característica a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o montante de R$ 20 milhões. Em razão dessa garantia do FGC, pode-se considerar um investimento seguro destinado a perfis conservadores.

O DPGE é um produto relativamente recente, que auxilia os bancos pequenos e médios a captarem recursos. Ele foi criado em abril de 2009, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a emissão de DPGEs, por meio da Resolução 3.692, com cobertura de até R$ 20 milhões. Antes disso os bancos de menor porte tinham muita dificuldade na captação de recursos junto aos grandes investidores, pois a garantia do FGC para depósitos se restringia a R$ 70 mil por CPF/CNPJ.

Vale notar que o mercado brasileiro de bancos de varejo é concentrado contando basicamente com seis bancos de grande porte: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC. A criação do DPGE foi muito importante para estimular a concorrência.

Ao comprar esse título, o investidor deve atentar para o aspecto da liquidez. O prazo de resgate é determinado na contratação do investimento, mas não poderá ser inferior a 12 meses.O prazo do investimento garante aos bancos um  financiamento no médio e longo prazos.

Outra característica importante é a não possibilidade de resgate antecipado, como ocorre com outros títulos de renda fixa que permitem o resgate a qualquer tempo. Desta forma, recomenda-se que o investidor não aplique recursos destinados às reservas de emergência.

Os DPGEs podem remunerar a taxas prefixadas ou pós-fixadas. Assim como CDBs, LCIs e LCAs, a maioria é indexada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), oferecendo retornos que variam de acordo com os prazos de vencimento e a classificação de crédito dos bancos. A rentabilidade varia entre 105% e 125% do CDI – com uma média em torno de 113%.

Importante notar que o banco tem de pagar ao FGC, por conta da garantia adicional, uma taxa de 1% ao ano. No ano de 2012, o CMN criou uma nova versão do DPGE, denominada genericamente de DPGE II. Esta versão guarda todas as características da versão anterior para os investidores, no entanto, apresenta custos mais baixos para as instituições financeiras, taxa paga ao FGC reduziu para 0,3% ao ano.

A tabela e critérios para cálculo do Imposto de Renda do DPGE são os mesmos utilizados para a maioria das aplicações financeiras de renda fixa como, por exemplo, CDBs e debêntures.

Portanto,a alíquota de Imposto de Renda (IR) é de 22,5% para operações com prazo de até 180 dias, 20% para operações de 181 dias até 360 dias, 17,5% para operações de 361 dias até 720 dias e 15% para operações de prazo superior a 720 dias.

O IR sobre os rendimentos é retido na fonte no resgate. Dessa forma, quanto mais tempo os recursos permanecerem aplicados, menor será a alíquota do imposto cobrado.

A seguir uma simples ilustração da rentabilidade dos DPGEs frente à poupança e aos CDBs. Neste caso, poupança e CDBs possuem garantia do FGC até 70 mil. Os DPGES possuem garantia de até R$ 20 milhões.

Interessante notar que com a redução da taxa SELIC, 7,25% ao ano, a poupança antiga apresenta rentabilidade quase igual ao DPGE (113% do CDI Bruto) para prazos de 360 dias. Para prazos maiores de 360 dias o DPGE terá uma pequena vantagem.

Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.

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Pipoqueiro comportamental

Por Samy
14/10/12 21:17

A economia comportamental é uma das áreas das ciências econômicas que busca entender e decifrar comportamentos  aparentemente sem sentido dos indivíduos,

Um exemplo disso é um estudo feito por um dos mais renomados estudiosos da área, Dan Ariely. Dan, se deparou com a seguinte oferta da revista The Economist nos Estados Unidos.

  1. Assinatura Eletrônica: $59
  2. Assinatura Impressa: $125
  3. Eletrônica + Impressa: $125.

A pergunta imediata é: “Quem escolheria apenas a assinatura impressa, quando pagando o mesmo valor poderia levar ambas as edições, digital e impressa?” A segunda opção, seria, portanto, uma oferta sem sentido… Será?

Não parece que muito sensato imaginar que profissionais da revista The Economist , uma das mais respeitadas publicações do mundo, pudessem fazer uma oferta dessas ingenuamente.

Com a pulga atrás da orelha, Dan Ariely resolveu investigar os motivos que levavam a área de marketing da revista a trabalhar com essas promoções. Escolheu 100 estudantes para um experimento e perguntou a eles com qual opção ficariam. O resultado foi o seguinte:

  • Assinatura Eletrônica: $59 – 16 estudantes
  • Assinatura Impressa: $125 – 0 estudantes.
  • Eletrônica + Impressa: $125. – 84 estudantes

O resultado já era esperado. Alguns estudantes optaram pela versão eletrônica apenas. A grande maioria ficou com a que oferecia as duas versões e nenhum tolo ficou apenas com a impressa.

Dando prosseguimento à pesquisa, ele retirou a segunda opção (que aparentemente era inútil) da lista de ofertas. Fez a mesma pergunta e para sua surpresa  o resultado foi:

  • Assinatura Eletrônica: $59 –68 estudantes
  • Eletrônica + Impressa: $125. – 32 estudantes

Ou seja, dois terços dos estudantes optaram pela opção simples, mais em conta; e um terço continuou optando pelaopção dupla, mais cara.

Isso fez Dan concluir que a oferta que parecia tola, inocente, ingênua, era sim uma grande jogada de marketing, porque induzia os leitores a comprarem dois produtos – o digital e o impresso – pelo preço de um – o impresso apenas, sem necessariamente precisar deles, mas apenas por acharem que estavam fazendo um negócio melhor.

É a mesma estratégia usada pelo pipoqueiro que faz com que você entre no cinema quase soterrado por um balde de pipoca, porque vale mais a pena.

  1. Pipoca pequena: R$ 8,00
  2. Pipoca Média: R$ 10,00
  3. Pipoca Grande: R$ 11,00

A variação de preço não é proporcional ao tamanho do produto. O mesmo acontece com o milk-shake de 700 mililitros que custa apenas 50 centavos a mais  que o de 500, que por sua vez é só um real  mais caro que o de 250. Então nós analisamos qual seria o valor mais justo pra o milk-shake, achando que essa é a forma mais racional de pensar, sem perceber que somos levados a comprar o que o vendedor quer e não o que nós desejamos e necessitamos.

Da próxima vez que você for ao cinema ou quando topar com uma liquidação pare, pense e faça a razão funcionar de verdade sem se deixar levar pela emoção. Será que a pipoca maior é um bom negócio pra você?

Ah, e pense em mais um detalhe que Dan Ariely chamou atenção: o prato mais caro do restaurante não está no cardápio só para ser saboreado, mas principalmente pra dar a sensação que os outros estão com preço bom. Sabendo disso a chance de uma indigestão pode ser menor.

Este post foi uma extensão da análise publicada no caderno “Mercado” da FOlha de São Paulo, no 15 de outubro de 2012 do . Esta versão possui parceria com Daniel de Lima e Leonardo de Siqueira Lima .

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Saiba como o título prefixado LTN funciona, parte 1

Por Samy
12/10/12 06:00

Devido a extensão do tema, a LTN, assim como os outros títulos do Tesouro que virão, serão abordados em partes.

Levando em consideração o famoso ditado popular: “de grão em grão a galinha enche o papo”, será dada sequencia a série de posts sobre os títulos do Tesouro Direto. Aos poucos, você, ilustre leitor, terá conhecimento suficiente para se tornar um grande investidor.

Parte 1

…Desmistificando as Letras do Tesouro Nacional (LTN)

Para quem está acompanhando a série sobre o Tesouro, já pôde perceber que estes títulos não guardam “tantos segredos e mistérios”.

De forma geral, as LTN’s são títulos pré-fixados, ou seja, sua rentabilidade é definida no momento da compra. Além disso, a LTN possui fluxo de pagamento único, o pagamento é realizado apenas no seu vencimento, no caso da LTN é sempre R$ 1.000,00 (mil reais).

Em outras palavras, a LTN possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor recebe o rendimento do título mais o principal em uma data única (vencimento). O fluxo de pagamento pode ser expresso da seguinte forma:

O Preço Unitário ou Montante Inicial que é marcado pela data de compra, é quantia total que o investidor irá gastar comprando o(s) título(s). Pode-se dizer que o investidor está comprando um pagamento futuro de R$ 1.000,00 que será realizado pelo governo na data de vencimento do título. O preço hoje desse pagamento nada mais é que o valor presente que se paga por esse pagamento futuro (R$ 1.000,00). A “Taxa de Juros Efetiva” é o total acumulado de juros durante o período compreendido entre a compra até a venda do título.

E por que os R$ 1.000,00? Este valor foi estipulado pelo Tesouro justamente para que o investidor possa saber, antes de comprar o título, qual será a rentabilidade do título que comprará. Daqui a pouco será mostrado melhor como isto funciona.

Apesar de se saber de antemão qual o valor de resgate, deve-se tomar um cuidado com a LTN. Caso o resgate do título seja feito antes do seu vencimento, pode acontecer eventualmente que o resgate seja menor que o valor investido, ou seja, o investidor perderá dinheiro, será explicado mais para frente a dinâmica desta questão.

Como em todo tipo de aplicação em renda fixa, há incidência do IR e/ou IOF (Imposto de Renda e Imposto sobre Operações Financeiras, respectivamente) sobre a LTN. Caso não se lembre, todas informações sobre a incidência destes impostos foram disponibilizadas no segundo artigo da série.

Hoje, há quatro séries de LTN disponíveis no mercado:

  • LTN010113 – título que vence em 01 de janeiro de 2013
  • LTN010114 – título que vence em 01 de janeiro de 2014
  • LTN010115 – título que vence em 01 de janeiro de 2015
  • LTN010116 – título que vence em 01 de janeiro de 2016

Serão apresentadas, agora, algumas informações próprias da LTN. Lembrando que as definições gerais sobre algum dos termos utilizados no Tesouro podem ser encontrados no primeiro artigo da série.

Preço Unitário do Título para Compra: Este valor é sempre inferior a R$ 1.000,00 pois a diferença que o investidor pagar e os R$ 1.000,00 (valor bruto de resgate) são os juros ganhos pelo comprador.

Na parte 2 será mostrado como se chega matematicamente neste valor.

Preço Unitário do Título para Venda: A diferença existente entre o valor de compra e o de venda pode ser explicado quando a demanda por LTN é muito grande ou quando a oferta diminui, com isto, o governo ajusta o preço de acordo com a lei da oferta e demanda.

Taxa (a.a.) Venda: Esclarecendo melhor por meio de um exemplo: caso a taxa de venda seja de 8%, isso significa que o preço de venda pode ser encontrado descontando o valor de resgate (R$ 1.000,00) a valor presente por 8%.

Valor Líquido de Resgate: O valor líquido nada mais é que os R$1.000,00 menos o valor do imposto e das taxas. Será explicado como se chega matematicamente neste valor.

Partindo agora para um exemplo prático. Hora de fixar na cabeça estas informações.

Opções que o investidor encontrará

O investidor poderá escolher entre os títulos de LTN de acordo com suas características, a exemplo de sua data de vencimento.

Como exemplo, supondo a compra do seguinte título: LTN010116.

E analisar as seguintes informações:

Data da compra: 30/07/2012

Quantidade de Títulos: 1,0 (à escolha do investidor).

Preço Unitário do Título para Compra: R$ 747,05 (vale lembrar que neste valor já está incluída a taxa de compra).

Preço Unitário do Título para Venda: R$ 1.000,00 (este é o valor nominal do título. Vale lembrar que este valor é dado como padrão pelo Tesouro na emissão do título).

Preço Total de Compra (Valor Investido Líquido): R$ 747,05 (este valor é encontrado multiplicando-se o preço unitário de compra pela quantidade de títulos).

Taxa (a.a.) Compra: 8,91% (taxa bruta anual).

Este valor é da taxa que o comprador ganhará se ficar da data de compra , 30/07/2012, até a data de vencimento, neste caso, 01/01/2016.

Taxa (a.a.) Venda: 9,03% (taxa aplicada somente se o resgate for feito antes da data de vencimento. Adotada para efeitos ilustrativos).

Ao vender um título, o investidor está de certa forma, vendendo um direito de recebimento de R$ 1.000 para o governo. A taxa de venda nada mais é do que a remuneração que o investidor obteria entre o preço que está vendendo e os mil reais. Pode-se dizer que o investidor, ao vender o título, deixa de ganhar essa taxa.

Data de Vencimento: 01/01/2016.

Dias úteis entre a data de compra e a de venda: 861 (ou seja, descontando finais de semana e feriados, o título ainda tem uma vida de 861 dias até o vencimento – este valor pode ser encontrado facilmente pela nossa calculadora).

Taxa de negociação: 0,10% (pagos no ato da compra do título).

Taxa de custódia: 0,3% ao ano (pagos semestralmente).

Taxa de corretagem (administração do banco/corretora): 0,5% (esta taxa é referente ao primeiro ano de custódia e é paga na compra. No resgate, a uma incidência de outra taxa de mesmo percentual se a data de permanência do título com investidor superar um ano. Será feita uma melhor ilustração).

Não pode-se esquecer que há instituições no mercado que não cobram esta taxa.

Impostos: 15% dos juros auferido (para encontrar este valor basta olhar novamente a tabela do Imposto de Renda).

Mas como saber a rentabilidade? Para isso, será disponibilizado uma calculadora no Excel (o link para download está no final do artigo).

Por meio desta calculadora o investidor poderá estimar qual será a rentabilidade do investimento, já que já sabemos o valor bruto de resgate no vencimento (R$ 1.000,00).

Inserindo todos os dados pedidos pela calculadora, obtêm-se a seguinte tabela-simulação (o que pode ser feito em menos de 2 minutos):

Esta calculadora serve para facilitar a realização das contas para o investidor.

Mas quais fórmulas utilizadas? Todos os cálculos que envolvem a LTN serão abordados nos próximos 2 artigos da série LTN.

Estas divisões foram feitas para facilitar o leitor e não deixar o artigo extenso e cansativo.

Link para download da Calculadora.

Após entrar no link indicado, clique em Arquivo e depois em “Fazer download como”.

Esperamos vocês na próxima sexta! Fiquem ligados!

Artigo em parceria com Miguel Longuini, graduando em Administração de Empresas pela FGV-EAESP e Diretor Administrativo/Financeiro da CJE-FGV.

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CDB em banco pequeno rende só 19 cafezinhos a mais no ano, será que compensa risco?

Por Samy
10/10/12 06:53

Nesse Brasil que se cristaliza com um novo perfil de taxa de juros, finalmente, mais baixas, a população está exposta a uma nova realidade de produtos bancários.

A mídia, de forma geral, tem falado diariamente nas novas taxas de crédito diante dos sucessivos anúncios de redução, porém vale refletir como ficam os investimentos feitos nos bancos.

Um dos produtos mais frequentes na prateleira dos gerentes é o CDB, que pode ser entendido como um empréstimo que o cliente faz ao banco em contrapartida de remuneração, geralmente, atrelada ao CDI (que tem se mantido em 0,1% abaixo da Selic, ou seja, 7,4%).

Por se tratar de um empréstimo, o investidor deve se preocupar com a capacidade de capacidade do banco honrar seu compromisso. Diante disso, quanto maior a credibilidade do Banco, menor será a porcentagem do CDI que ele oferece. De forma análoga, quanto menor a capacidade de crédito do banco, maior é a taxa que o banco oferece para atrair investidores.

Em média, bancos de grande porte remuneram 83% do CDI contra 90% de bancos de médio porte e 96% contra bancos de pequeno porte.

Vale ressaltar que dentro de um mesmo banco, o cliente pode negociar com seu gerente a remuneração do CDI em função do montante aplicado, prazo de operação e outros produtos que tem em sua conta.

Como analisamos estas remunerações?

Para ilustrar, a tabela a seguir simula aplicações de R$ 10 mil considerando um ano considerando o imposto de renda.

Note que a diferença do grande para o médio é de aproximadamente R$ 24 e do grande para o pequeno de R$ 47. Considerando que um cafezinho custa R$ 2,50, será que vale a pena correr o risco de um banco médio por 9 cafezinhos ou em um banco pequeno 19 cafezinhos em um ano para cada R$ 10 mil reais investidos?

Em época de juros baixos, uma pequena diferença do CDI não impacta muito na remuneração.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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