Mundo Econômico - 30 de Junho
30/06/13 10:00Panorama Mundo
Essa semana mostrou a recuperação de muitas bolsas ao redor do mundo, as quais, em sua maioria, haviam caído na semana anterior. Fica em destaque o S&P500, um dos índices dos EUA, que teve uma alta de 1,18% na semana, ou de 3,5% em comparação ao nível mínimo dos últimos 5 dias, que foi justamente na segunda-feira.
A alta generalizada nas ações foi reflexo, em parte, da maior calma dos investidores em relação à especulação sobre a redução do estímulo monetário dos EUA e a situação econômica chinesa.
Vários mercados emergentes, ainda, tiveram um desempenho excelente nas suas bolsas. O índice de Hong Kong subiu 2,66%, o da Coréia do Sul, 2,22%, na Índia a alta foi de 3,3% e no México, a maior alta entre os emergentes, a bolsa subiu 6,3%.
Na Europa, houve um encontro de grandes nomes e líderes europeus, o Leader’s Summit, onde foram decididos pontos sobre o desemprego dos jovens e os bancos da Zona do Euro. Além disso, o sentimento econômico da Zona do Euro chegou ao maior nível dos últimos 12 meses.
É necessário destacar, ao tratar da Europa, a greve geral que ocorreu em Portugal na quinta-feira, cuja reivindicação era a retirada de medidas de austeridade no país. Além disso, a Croácia, país com elevadíssima taxa de desemprego, 18,1% em abril, passará a integrar a Zona do Euro a partir da próxima segunda-feira, dia 01/07.
Nos EUA, discursos de membros dos Fed foram o centro das atenções na semana, uma vez que os investidores estão buscando prever o momento da redução dos estímulos monetários do Banco Central dos EUA. Apesar de os discursos não levarem a nenhuma certeza, a maioria dos economistas acredita que o movimento começará em setembro.
Sobre a economia dos EUA, ainda, houve uma revisão para baixo do crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2013. Anteriormente, estimava-se que a economia norte americana havia expandido 2,4%, em uma taxa anualizada, no primeiro trimestre do ano, mas o crescimento foi reduzido para 1,8%, devido a um consumo das famílias menor do que o esperado, após o aumento de impostos que ocorreu mais cedo no ano.
No entanto, nesta semana foram divulgados dados referentes ao consumo e a renda dos americanos, que vieram positivos, assim como números do mercado imobiliário e sobre o desemprego.
Finalmente, sobre a Ásia, na China, após o susto na semana anterior em relação às taxas de juros de empréstimos interbancários, que subiram demasiadamente em uma sessão, o mercado se acalmou e o governo continua a afirmar que o país não sofre com falta de liquidez. No Japão, por outro lado, a economia mostra sinais de recuperação e o iene voltou a se depreciar frente ao dólar, demonstrando que as medidas de Shinzo Abe estão funcionando.
Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa recuperou-se levemente das quedas observadas nas últimas semanas, exibindo uma alta de 0,85% para retornar aos 47.457 pontos. As ações do grupo EBX, no entanto, do Eike Batista, continuam a perder valor, enquanto empresas vem sendo afetadas, sobretudo, pelas mudanças no câmbio. Com o resultado da semana, o Ibovespa consolidou a queda de 22,14% no primeiro semestre do ano.
O Banco Central do Brasil, ainda, mostrou-se incerto em relação ao futuro da economia do país ao publicar estimativas de superávit primário para três cenários distintos, sendo que é comum trabalhar apenas com uma ou duas possibilidades.
A grande notícia da semana, entretanto, foi a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff. A dificuldade de impulsionar o crescimento da economia, as preocupações com a inflação e as constantes intervenções do governo na economia, sem sucesso, contribuíram com o péssimo resultado da governante. A aprovação do público em relação às habilidades da presidente de conduzir a economia caiu de 49% para 27%.
Ainda sobre o governo, serão retiradas as medidas expansionistas de redução do IPI para os móveis e a “linha branca”. E, sobre a inflação, foi estabelecido que as metas desse indicador continuarão em 4,5% para os anos de 2014 e 2015.
O dólar, nos últimos dias, manteve-se no patamar que chegou na semana anterior. Após fortes altas observadas no último mês – 4,15% só em junho e quase 10% desde o começo do ano – a divisa norte americana terminou a semana cotada em R$2,24, mesmo com pesadas intervenções do Banco Central e outras medidas para conter a alta da moeda.
Expectativas da Semana
A próxima semana será marcada pela divulgação de dados importantes e reuniões dos bancos centrais da Zona do Euro e da Inglaterra. Dados sobre os PMIs* da China, dos EUA e da Europa serão publicados, assim como números de desemprego da economia norte americana.
Os dados mais esperados, ainda, são os relativos à economia chinesa, a qual demonstra uma grande incerteza e, vem sendo negativos recentemente. A economia chinesa é de grande importância no cenário global, por isso, caso tenha um mau desempenho, muitos países sentirão os efeitos, sendo o Brasil um deles.
Mais especificamente no Brasil, será interessante observar a posição da presidente Dilma Rousseff frente à queda de popularidade e observar a tendência de movimentação do dólar, uma vez que não há dados importantes agendados para o mercado brasileiro.
*Dicionário Economês-Português
PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.
Post em Parceria com Felipe Eiki Kawakami, graduando em Economia pela FGV-EESP e Diretor de Projetos da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.