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Caro Dinheiro

por Samy Dana

Perfil Samy Dana é Ph.D em Business, professor da FGV e escreve no caderno Mercado

Perfil completo

A saga da meia entrada continua

Por Samy
29/04/13 07:00

O mais novo capítulo da série “Meia entrada no Brasil” começou com a aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJ), do projeto de lei que estabelece uma reserva de 40% dos lugares em eventos esportivos e culturais para venda de meia entrada.

Estima-se que, atualmente, aproximadamente 80% do ingressos sejam                                                                       vendidos como meia entrada. Assim, uma sala de cinema com 100 lugares que pratica o preço de R$20,00, por exemplo, recebe 80 espectadores a R$10,00, tornando o valor médio do ticket R$12,00 –40% abaixo do preço cheio.

Com a limitação da quantidade de meias entradas, pretende-se reduzir os preços dos ingressos em aproximadamente 25% sem prejuízos ao valor médio. Em nosso exemplo, o cinema passaria a cobrar R$15,00 pela entrada mantendo seu rendimento inalterado.

O efeito parece benéfico ao consumidor: estudantes teriam 40% dos lugares reservados, e os preços para o público em geral cairiam significativamente. Contudo, pode ser que as expectativas não sejam atingidas com tanta precisão, cabendo uma breve análise sobre as preferências dos agentes do setor.

Atuais detentores do direito de meia entrada –estudantes e idosos—podem optar por não adquirir ingressos caso a cota seja atingida, dado que a renda destes grupos é menor. Com isso, a demanda cairia, e o prejuízo seria ainda maior aos produtores.

Os empresários poderão, neste caso, não abaixar os preços, e sim aproveitar a mudança para aumentar a margem de lucro. Por isso, para real efetividade da medida, é necessária uma ampliação da capacidade de fiscalização do setor que incorrerá em altos custos, os quais certamente serão repassados ao consumidor.

Cria-se uma cadeia em que as aparentes vantagens passam a ser convertidas em constantes prejuízos que não terão nenhuma consequência senão a redução do benefício da meia entrada –o qual já é pouco regulado e dá espaço a práticas ilícitas como a falsificação de documentos, podendo sugerir que o controle da nova regra também não será tão rígido.

O governo brasileiro oferece suporte e incentivos à cultura através de leis, editais e medidas polêmicas. As políticas não são em vão, mas pode ser que a solução do problema esteja em direcionar o recurso público oferecendo descontos maiores ou percentuais de gratuidade em eventos de qualidade atestada.

Post em colaboração com  Victor Candido que é graduando em economia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG).

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Mundo Econômico - 28 de Abril

Por Samy
28/04/13 07:00

Panorama Mundo

A semana passada foi de alta para as principais bolsas internacionais. O único destaque negativo da semana foi a bolsa de Shanghai, cujo índice principal caiu 2,97% no período.

Apesar do bom desempenho de índices acionários, a principal notícia da semana foi negativa. Na sexta-feira, os EUA apresentaram um crescimento anualizado de 2,5% do PIB no primeiro trimestre de 2013, abaixo do esperado. Isso indica que a recuperação norte-americana pode não ser tão rápida como imaginado. Com isso, a maioria das bolsas fechou em queda no último dia da semana.

O principal motor das altas acionárias da semana foi a Europa. Mesmo com o desemprego ainda alto, 27,2% na Espanha, por exemplo, indicações de que o Banco Central Europeu pudesse cortar os juros da região, na próxima reunião, estimularam o bom humor dos investidores.

Ainda na Europa, o Reino Unido apresentou um crescimento de sua economia no primeiro trimestre maior que o esperado. Apesar de baixo, o dado de 0,3% superou as expectativas de 0,1%.

Na Ásia, o Banco Central Japonês não alterou sua política monetária agressiva de compra de títulos. Enquanto que, na China, a sondagem do PMI* industrial veio um pouco abaixo do esperado.

Panorama Brasil

No Brasil, o Ibovespa seguiu o mercado internacional e fechou a semana com alta de 0,6%. A primeira alta semanal do mês.

Além dos motivos internacionais, a semana teve boas notícias para as blue chips*: a desoneração tributária do etanol pode levar a menores importações da Petrobrás e, portanto, maiores lucros; e surgiram rumores de negociações internacionais da OGX que levariam à compra de parte da empresa.

O destaque da semana ficou com a divulgação da ata do Copom. A ata indicou que o aperto monetário pode não ser tão grande como previsto anteriormente. No entanto, boa parte do comunicado já havia sido assimilada pelo mercado e os juros futuros tiveram leves quedas.

Quanto à inflação, o IPC-Fipe acelerou de 0,08% para 0,17% na terceira quadrissemana de abril e o IPC-S desacelerou de 0,65% para 0,54% no mesmo período.

No mercado de câmbio, o dólar saiu de R$2,013 na semana anterior para R$1,999 no fechamento da última sexta-feira. Apesar de altas no começo da semana, a expectativa de corte de juros na Europa levou o dólar a um patamar mais baixo.

Ainda sobre o câmbio, na ata do Copom, retirou-se o adjetivo “importante” no tópico que tratava sobre o impacto desinflacionário da moderação nos preços de variáveis financeiras, como o câmbio. Assim, espera-se que o Banco Central não veja mais o controle de volatilidade cambial com a rigorosidade anterior.

Expectativas da Semana

A próxima semana pode ser agitada para a bolsa brasileira. No cenário nacional, temos a Pesquisa de Produção Industrial e a continuação dos resultados corporativos, de companhias como MMX, Ambev, Pão de Açúcar, Tim e Oi, além dos IPOs da Smiles e do BB Seguridade.

No cenário internacional, destaque para PMIs na China, Europa e EUA e para as reuniões do FED* e do Banco Central Europeu.

Tudo indica que os dados virão mistos e que haverá um leve corte de juros na zona do euro. Nos Estados Unidos, o FED* deve manter sua política inalterada.

Além disso, teremos a divulgação do IGP-M, do IPC-Fipe e do IPC-S, onde todos devem vir dentro das expectativas. Enquanto que o dólar deve continuar a flutuar próximo a R$2,00.

*Dicionário Economês-Português

PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.

Blue chips – É o termo empregado nos mercados de ações para designar ações de empresas de empresas de alto valor de mercado e/ou bem estabelecidas com comprovada lucratividade. No caso brasileiro, o termo refere-se, principalmente, à Petrobrás e à Vale.

FED (Federal Reserve) – Banco Central norte-americano.

Post em Parceria com João Lídio Bisneto, graduando em Economia pela FGV-EESP e Presidente da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.

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O Brasil passa de 103º para 128º no ranking de crescimento da economia.

Por Samy
27/04/13 07:00

O Caro Dinheiro já abordou algumas vezes o tema do baixo crescimento que o Produto Interno Bruto brasileiro apresentou no último ano.

Dados recentes do FMI relativos ao crescimento do PIB de 166 países alarmam ainda mais para a disparidade do crescimento nacional em relação à América Latina (3%), à média mundial (3,2%)  e também ao G7 (1,5%), que sofreu de forma mais impactante os efeitos da crise econômica mundial.

O país caiu 25 posições no ranking de crescimento, passando de 103º em 2011 para 128º em 2012, ano no qual apresentou crescimento real –ou seja, descontado da inflação– de 0,9%.

Nos últimos 20 anos o Brasil só esteve em situação pior em 1998, 1999 e 2003, quando ocupou, respectivamente, as posições 141º, 138º e 141º. Sua melhor colocação (31º lugar) ocorreu no ano de 2010, ante um crescimento de 7,5% da economia.

Algumas razões  podem ser apontadas para esse crescimento tão pequeno, mas o maior gargalo reside no lado da oferta. Ainda se investe pouco em infra-estrutura e tecnologia no país. Sem aumento da produtividade e expansão do capital e da fronteira tecnológica, incrementos de demanda somente elevarão os salários nominais, gerando pressão sobre o nível de preços. Não é espantoso, nesse caso, que o teto da meta de inflação não seja cumprido.

Surpreendentemente, segundo o levantamento, o maior crescimento foi apresentado pela Líbia, com 104,5%, evidenciando uma duplicação de seu produto. Vale destacar que o país se encontrava em guerra no ano passado, a qual culminou na morte do líder nacional Muammar Kadafi.

Países em guerra, após atingirem níveis adequados de pacificação, tendem a apresentar taxas de crescimento mais rápidas. O movimento se dá porque seu capital se encontra parcialmente destruído (o país teve decrescimento de 61% de seu produto em 2011) e seu nível de produto per capita permanece distante do seu estado estacionário, fazendo com que investimentos tendam a apresentar retornos mais rapidamente e tenham alto impacto.

O pior colocado no ranking foi a Grécia, a qual sofreu gravemente com a crise, perdendo credibilidade internacional por conta de seu elevado endividamento público e alto déficit fiscal. Seu PIB acumula redução de 20% desde 2008.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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A Maldição da reeleição...

Por Samy
26/04/13 07:00

Na quarta feira 24 de abril o candidato a presidência da república Aécio Neves protocolou a sua intenção em acabar com a reeleição no Brasil e estender de 4 p ara 5 anos o mandato presidencial. Isso pode parecer apenas um assunto político, mas vai muito além…

Reeleição

“Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”… Seres humanos se comportam de acordo com os incentivos que recebem e os políticos não são diferentes. O fato de assumir um mandato com a possibilidade de reeleição altera totalmente, via incentivos, os comportamentos dos políticos.

Por exemplo, hoje em dia no Brasil como um governante assume um primeiro mandato com a possibilidade de reeleição, ele sabe que ao final do último ano do primeiro mandato se sua popularidade estiver alta, ele tem grandes chances de se reeleger.

Quando isso acontece, o governante pode tomar diversas medidas populistas danosas, ou seja, ações que ajudam o curto prazo mas causam grandes danos  para população no médio e longo prazos. Nas palavras de um próprio político a favor dessa nova medida “A reeleição, por sua vez, condiciona a segunda metade do mandato à campanha eleitoral, submetendo o governo e, por extensão, a população, a uma gestão distanciada dos reais interesses do País”.

Um exemplo dessas medidas populistas venenosas seria aumentar o salário mínimo para R$1.000 da noite para o dia. Obviamente isso faria aumentar a popularidade e chance de reeleição. Mas a conta fica para os próximos políticos, claro…

Do ponto de vista político, com a possibilidade de reeleição , um governo possui incentivo para ter um viés inflacionário. Isso acontece pois o aumento de juros para conter a inflação, apesar de ser tecnicamente correto, pode frear a demanda,  aumentar o desemprego e por conseguinte, compromete a popularidade.

Sob a situação descrita, qualquer semelhança com governo (municipal, estadual e federal)  atual não é mera coincidência.

No longo prazo a estabilidade de preços é o que mantém o poder de compra do cidadão e portanto é extremamente saudável para a economia, mas as vésperas de uma reeleição, quem iria querer controlar a inflação às custas de aumentar o desemprego?

Pelo menos do ponto de vista econômico essa nova medida parece alinhar os interesses do governante com os interesses do país, tanto no curto quanto no longo prazo…

Post em Parceria com Leonardo de Siqueira Lima, Economista pela FGV-EESP.

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Governo PECa em medida de meia entrada?

Por Samy
25/04/13 07:00

O mais novo capítulo da série “Meia entrada no Brasil” começou com a aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJ), do projeto de lei que estabelece uma reserva de 40% dos lugares em eventos esportivos e culturais para venda de meia entrada.

Estima-se que, atualmente, aproximadamente 80% do ingressos são vendidos com meia entrada. Assim, por exemplo, uma sala de cinema com 100 lugares que pratica o preço de R$ 20, recebe 80 espectadores a R$ 10 e 20 espectadores a R$ 20, verificando um ticket médio de R$ 12 reais, ou seja, 40% abaixo do preço cheio.

Com a medida, teoricamente, o cinema poderia reduzir o preço para R$ 15, ou seja, aplicar um desconto 25%, e receber o mesmo ticket médio.

No entanto, será que a magia irá surtir efeito? Vale uma reflexão.

Embora em princípio possa parecer um benefício aos estudantes, já que pelo menos 40% dos lugares serão reservados para eles, e à população em geral, que poderá contar com um preço menor para os ingressos, essa medida pode facilmente frustrar tais expectativas, pelos seguintes motivos:

1.     Estudantes, idosos e outros que detém o direito de meia entrada hoje, podem simplesmente se recusar a pagar inteira quando a cota for atingida, derrubando a demanda. Nesse caso, haveriam assentos vagos, causando um prejuízo ainda maior. Além disso, imagine a pessoa que chega ao cinema e descobre na bilheteria que terá que pagar o dobro que o planejado. Nada conveniente!

2.     A fim de garantir que a bilheteria está destinando, de fato, 40% aos detentores de direito, a regulação terá que ser aumentada e pode gerar custos, que serão fatalmente repassados ao consumidor.

3.     Como o setor não possui uma concorrência muito grande, os empresários podem ainda simplesmente não abaixar o preço, e sim aumentar a margem de lucro.

Aliás, a oportunidade deveria ser aproveitada para se discutir seriamente a política de cultura. Será que é justo um jovem de, por exemplo, 20 anos que não estuda, pagar o dobro daquilo que é pago por outro de também 20 anos, que é estudante? E quem tem o direito legal de emitir um certificado que comprove que o sujeito frequenta uma instituição de ensino? Tal certificado seria a prova de falsificações? O que é comum nos já existentes

Além disso, há que se lembrar que grande parte da produção cultural e esportiva nacional recebe recursos estatais via leis de incentivo, ou seja, recebem um dinheiro que iria ser destinado ao pagamento de tributos. Esse dinheiro é da sociedade e, por isso, o caminho mais condizente seria garantir, ao menos, um percentual de gratuidade à população ou descontos bem maiores.

Enfim, parece-nos que se por um lado o governo se preocupa em incentivar a produção de cultura, por outro não garante um acesso economicamente viável a ela, podendo essa nova medida agravar ao invés de solucionar o problema.

Post em colaboração com  Victor Candido é graduando em economia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG)

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Instrumentos Financeiros nº23:Fundos de Investimento em Empresas Emergentes – FIEE

Por Samy
23/04/13 07:00

Os Fundos de Investimento em Empresas Emergentes (FIEE) foram criados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no ano de 1994, como um mecanismo para capitalizar pequenas e médias empresas brasileiras que não possuem facilidade de captação de recursos no mercado de capitais.

Os FIEE são constituídos sob a forma de condomínio fechado e são destinados à aplicação em uma carteira diversificada de valores mobiliários de emissão de empresas emergentes.

Entende-se por empresa emergente a empresa que apresente faturamento líquido anual, ou faturamento líquido anual consolidado, inferiores a R$ 150 milhões, apurados no balanço de encerramento do exercício anterior à aquisição dos valores mobiliários de sua emissão.

O FIEE pode ter prazo máximo de 10 anos, contados a partir da data de autorização para funcionamento pela CVM.

O fundo deverá manter, no mínimo, 75% de suas aplicações em ações, debêntures conversíveis em ações, ou bônus de subscrição de ações de emissão de empresas emergentes.

A parcela de suas aplicações que não estiver aplicada em valores mobiliários de empresas emergentes deverá, obrigatoriamente, estar investida em cotas de fundos de renda fixa, e/ou em títulos de renda fixa de livre escolha do administrador, ou valores mobiliários de companhias abertas adquiridas em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.

O custo para operar no mercado de FIEE é composto, fundamentalmente, pela taxa de administração. A taxa de administração é o valor cobrado do cotista pela administração. Serve para remunerar o administrador pelos serviços prestados.

Em relação à tributação, a rentabilidade obtida constitui a base de cálculo do imposto de renda devido. O tratamento tributário é distinto dos demais fundos possuindo particularidades e hipóteses de isenção.

É um investimento de risco, que promete expectativa de boa rentabilidade para o investidor.

Importante salientar que os principais investidores dos FIEE são institucionais, como os fundos de pensão, que possuem horizonte de aplicação de longo prazo.

É possível acompanhar o mercado de FIEE por meio de revistas, jornais e sites especializados ou ainda contar com assessoria de profissionais de investimentos.

Bons investimentos!

Post em parceria com Alex Del Giglio que é graduado em economia pela USP com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestre em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda com sede em Manaus.

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A ilusão do Investimento em imóveis

Por Samy
22/04/13 07:00

Já não é mais novidade que o mercado imobiliário brasileiro está, na maior parte dos casos, praticando preços de venda absurdamente acima do esperado, afugentando parcela de seus compradores.

Ao que parece, a ilusão de segurança oferecida pelo imóvel como forma de investimento já não é mais tão significativa como num passado bastante recente. Mas será que o setor imobiliário era mesmo tão seguro quanto parecia?

Os anúncios sempre venderam a imagem de apartamentos e salas comerciais como negócios extremamente lucrativos e com pouca margem para perdas. O investidor amador, encantado com tamanha rentabilidade, aporta seu capital em um destes produtos, mas logo nota que o dinheiro não vem tão fácil assim.

A verdade é que os reais investidores do ramo, incorporadoras e construtoras, contam com financiamentos de longo prazo e equipes de vendas prontas para atender aos clientes praticamente 24 horas por dia, e ainda assim pode ter dificuldades em muitas negociações por conta dos custos elevados envolvidos nas transações.

Qualquer modalidade de investimento, especialistas dedicam-se exclusivamente a seus negócios, e ainda assim são poucos os que conseguem obter grandes rendimentos. Por isso, o investidor despreparado deverá sempre ter cautela e saber que sua chance de insucesso é alta, pois o risco, independentemente do mercado, sempre existirá.

De todo modo, após anos de alta nos preços, parece que agora a tendência é de desaceleração.

Conforme dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECI-SP), de 2011 para 2012 o volume de vendas de imóveis usados caiu em 18%, e o Sindicato da Habitação (Secovi-SP), em pesquisa recente, registrou queda de 8,6% no volume de vendas de imóveis novos na comparação de fevereiro 2013 com o mesmo mês no ano anterior.

Corretoras e construtoras também captaram esta queda, e, apesar de manterem os preços anunciados em ascensão, já começam a oferecer descontos na venda de casas e apartamentos, e têm se mostrado cada vez mais abertas a negociações.

As liquidações chegam a abater 25% do valor total do imóvel na cidade de São Paulo. Apartamentos há poucos meses lançados por R$350.000,00 hoje estão sendo oferecidos por R$275.000,00.

Seja como for, qualquer investidor amador, mesmo com a desaceleração, deverá, antes de aportar seu capital em um produto imobiliário, avaliar diferentes formas de investimento para certificar-se que obterá o retorno desejado.

 

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Mundo Econômico - 21 de Abril

Por Samy
21/04/13 14:00

Panorama Mundo

Em uma semana marcada por atentados em Boston, explosão de fábrica de fertilizantes no Texas, envio de cartas envenenadas aos principais políticos norte-americanos e terremoto na China, os mercados acionários fecharam em queda.

Os eventos da semana aumentaram a aversão ao risco do mercado. Assim, os principais índices acionários do mundo romperam o ritmo de ascensão.

Nos EUA, os dados também não foram bons. Apesar de balanços de empresas terem vindo positivos, os dados macroeconômicos não incentivaram os investidores.

A produção industrial e os pedidos de auxílio desemprego vieram somente em linha com o esperado. Os Leading Indicators* caíram 0,1% em março e o índice de atividade econômica da Philadelphia veio abaixo das expectativas.

Além disso, o Beige Book* indicou que a economia dos EUA não acelerou e continua em recuperação moderada.

Na Europa, as notícias também não foram positivas. O Índice ZEW de confiança da Alemanha caiu mais que o esperado e temores de que o rating do país possa ser rebaixado por agências de risco surgiram. Além disso, o rating do Reino Unido foi rebaixado para AAA pela Fitch.

Mesmo com o superávit comercial da zona do euro aumentando e o parlamento alemão aceitando o resgate do Chipre e o prolongamento do prazo de pagamento da dívida portuguesa e irlandesa, o clima foi negativo na semana.

Por fim, o PIB chinês apresentou crescimento abaixo do esperado. O dado, em taxa anualizada, foi de 7,7% no primeiro trimestre de 2013. A expectativa era de 8,0%.

Panorama Brasil

No Brasil, o Ibovespa teve outra semana de alta volatilidade com queda de 1,88% no período. O principal motivo foi o contágio externo.

No cenário nacional, destaque para a reunião do Copom. Nela, a meta da taxa SELIC foi alterada de 7,25% a.a. para 7,50% a.a.. O aumento foi menor que o precificado pela curva de juros. Além disso, a decisão não foi unânime, houve divergência de 2 votos.

Dessa forma, após o anúncio, os juros tiveram queda para maturidades menores, evidenciando a expectativa do mercado que o ciclo de alta na SELIC além de ser suave e curto não deve ser capaz de reduzir a tendência inflacionária.

Entre os índices de inflação divulgados, destaque para o IPCA-15 que subiu 0,51% em abril, frente à alta de 0,49% em março. O IGP-10 mostrou desaceleração para 0,18% em abril e o IPC-S subiu 0,69% na segunda quadrissemana de abril.

Quanto ao câmbio, o dólar apresentou tendência de alta na semana passada. A busca por ativos mais seguros e o aumento menor que o esperado na SELIC, levaram a moeda norte-americana ao patamar de R$2,013 na sexta-feira.

Expectativas da Semana

Nessa semana, as bolsas devem recuperar parte do pessimismo anterior, mas continuarão atentas aos novos dados divulgados.

Destaque para PMIs* na Europa e China e para o anúncio do PIB americano no primeiro trimestre. Os dados europeus e chineses podem decepcionar e o dado americano deve vir em linha com o esperado, ou seja, uma atividade econômica mais robusta no período, mas ainda com riscos para o futuro.

No Brasil, todo o mercado deve continuar se ajustando a última decisão do Copom. Além disso, a divulgação da ata da reunião servirá para os agentes reajustarem suas projeções de inflação e juros.

A ata deve anunciar que o Banco Central permanecerá atento à inflação, mas agirá com cautela. Isso pode levar as expectativas de juros a caírem e às de inflação a se manterem elevadas.

Enquanto isso, o dólar deve variar levemente no patamar próximo de R$2,00, pois não deve haver motivos para a queda e o temor de intervenção do BC deve segurar a alta da moeda.

*Dicionário Economês-Português

Leading Indicators – Os “indicadores líderes” norte-americanos procuram prever a atividade econômica do país através de dados que estão correlacionados com o atividade econômica futura do país.

Beige Book – O “Livro Bege” é um relatório publicado oito vezes ao ano pelo FED* que indica o estado da economia do país. A informação apresentada é baseada em dados, pesquisas e entrevistas.

PMI – O Purchasing Managers Index, ou “Índice dos Gestores de Compras”, é um indicador econômico que procura prever a atividade econômica através de pesquisas junto ao setor privado.

Post em Parceria com João Lídio Bisneto, graduando em Economia pela FGV-EESP e Presidente da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV, em nome da área de pesquisa da empresa.

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Cartão de Crédito

Por Samy
20/04/13 17:02

No último post dessa coluna, abordamos as elevadas taxas de juros do rotativo do cartão de crédito no Brasil.

Para complementar a discussão, fizemos um levantamento mais aprofundado dos dados abordamos e expusemos nas tabelas a seguir.

Como se pode ver, a Caixa Econômica apresenta as taxas de juros mais baixas. No extremo oposto, encontra-se o Santander.

Em comparação ao resto do mundo, as taxas adquirem proporções exorbitantes. Muito se argumenta que o patamar elevado se deve à baixa taxa de poupança da população, ou mesmo à falta de maturidade do mercado financeiro.

No entanto, mesmo países em desenvolvimento, como a África do Sul, que inclusive está nos BRICs, apresentam taxas significativamente mais baixas. No caso, 21% ao ano.

Além disso, consultamos a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, para verificar o ticket médio das transações efetuadas com cartão de crédito  em qual setor elas mais ocorriam. A resposta está nos gráficos abaixo, em que é possível verificar que a maior parte das transações ocorre no varejo alimentício e o maior ticket acontece no setor primário, de indústrias e serviços básicos.

Por último, apresentamos os dados relativos à porcentagem de faturamento de cartões no consumo privado, havendo uma tendência explícita de crescimento dessa parcela ao longo dos anos.

Post em Parceria com Giovana Carvalho, graduanda em Economia pela FGV-EESP

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Saiba como o título pós-fixado NTN-B funciona, parte 4

Por Samy
19/04/13 07:01

A parte 3 da série NTN-B trouxe os cálculos que são utilizados para encontrar o cupom bruto. Agora apresentaremos a metodologia utilizada para encontrar, então, o valor líquido, ou seja, quanto o investidor efetivamente recebe.

Neste post aprenderemos como encontrar o fluxo de caixa líquido, que ajudará em um post futuro a encontrar a taxa de compra e sua relação com o preço. Para descobrir o fluxo de caixa líquido é preciso deduzir taxas e impostos dos recebimentos.

Como visto no exemplo da parte 3, ao realizarmos a simulação de um investimento em NTN-B, o cupom bruto possui o valor de R$ 66,96. Deste valor, deve-se deduzir os custos, ou seja, a taxa de administração, taxa de custódia e o IR/IOF (dependendo do prazo da aplicação).

Para facilitar o entendimento das informações seguintes, veja a tabela abaixo. Ela foi retirada da calculadora NTN-B.

Explicando cada uma das deduções separadamente, temos:

  • Taxa de Administração

Esta taxa depende do que foi acordado entre o investidor e a corretora que intermedia a transação. Algumas instituições simplesmente não cobram esta taxa, já outras podem cobrar até 2% Para efeitos didáticos, utilizamos a taxa de 0,5%.

A taxa de administração não incide no primeiro ano, ou seja, o investidor não paga esta taxa nos dois primeiros cupons da aplicação. Desta forma, os cálculos feitos aqui serão para o terceiro terceiro cupom.

Na simulação de NTN-B que vem sendo feita, a data de compra foi em 15/03/2013. O primeiro passa é saber a quantidade de dias corridos entre a data de compra e a data do primeiro cupom (15/05/2014). Este valor pode ser encontrado por meio de nossa calculadora e é, neste caso, 423 dias corridos, dado fundamental para o cálculo da taxa de administração.

Não se pode esquecer que como no primeiro ano (primeiros 365 dias) houve carência da taxa, devendo subtrair 365 de 423, resultando em 58 dias. O valor de 2.943,27 representa o valor bruto investido (preço de compra do título mais a taxa de administração na entrada).

Segue então o cálculo para encontrar o valor a ser deduzido pela taxa de administração:

Ou seja, a taxa de administração de 0,5% equivale a R$2,37 que será cobrado em cima do terceiro cupom.

Para o quarto  cupom o procedimento é o mesmo. De acordo com a calculadora, entre a data de compra e o quarto cupom há 607 dias corridos. Neste caso, como já foi cobrada a taxa até o terceiro cupom, é preciso encontrar a distância entre o terceiro e o quarto cupom. Para tanto, basta subtrair os 423 dias dos 607, chegando a 184 dias corridos entre os dois cupons (terceiro e quarto). Diante disso, aplica-se a fórmula:

Ou seja, haverá dedução de R$ 7,52 em cima deste quarto cupom.

Vale notar que estes cálculos são baseados em uma simulação em que não houve variação do IPCA. Para realizar os cálculos seguindo a variação deste indicador, basta seguir com as fórmulas. O cálculo é exatamente igual, no entanto, o valor bruto do cupom irá aumentar uma vez que o VNA aumenta. Para não estender este post, vamos tratar esta questão em posts futuros.

  • Taxa de Custódia

A  taxa de custódia segue basicamente o mesmo esquema da taxa de administração. Entretanto, a custódia é cobrada em todos os cupons, ou seja, não há carência de um ano como havia na taxa de administração.

Diante disso, as contas devem ser feitas a partir do primeiro cupom. Assim como no caso da taxa de administração, devemos encontrar o número de dias corridos entre a data de compra e a data do cupom. Novamente, utilizando nossa calculadora, observa-se que um intervalo de 58 dias corridos.

 Ou seja, será descontado R$ 1,42 dos R$ 66,96 (valor bruto do cupom).

Os 0,3% cobrados representam uma taxa fixa para qualquer um dos títulos do Tesouro, independente do prazo ou valor investido.

Veja agora a dedução desta taxa para o segundo cupom. Da data de compra até o pagamento do segundo cupom há 242 dias corridos. Dessa forma subtraindo 58 (dias corridos entre a compra e o primeiro cupom) dos 242, obtemos 184.

Aplicando a fórmula, temos:

Ou seja, serão descontados R$ 4,51 dos R$ 66,96 (valor bruto do segundo cupom) recebidos do segundo cupom.

Porém, estes cálculos são baseados em uma simulação em que não houve variação do IPCA. Para realizar os cálculos seguindo a variação deste indicador, faremos em breve um post sobre esta questão.

  • Imposto de Renda

Para calcular o valor do IR que será deduzido, deve-se ter em mãos, novamente, a data de compra do título.

Assim como nas taxas de administração e custódia, o primeiro passo é encontrar o intervalo de tempo entre a data de compra e a data do cupom. Como a data de pagamento do primeiro cupom é 15/05/2013, novamente encontramos, por meio de nossa calculadora, 58 dias corridos desde a compra (15/03/2013).

Como vimos em um de nossos primeiros posts da série sobre o Tesouro Direto, a alíquota do imposto de renda (22,5%; 20%; 17,5% ou 15%) depende do prazo do investimento conforme a tabela a seguir:

No caso do exemplo, o prazo primeiro cupom cai na alíquota de 22,5%. Sendo assim, aplica-se a fórmula:

Ou seja, do primeiro cupom pago, foram deduzidos R$ 4,85 a título de imposto de renda. Esta fórmula segue, então, para todos demais cupons.

O cálculo, por exemplo, para o segundo cupom fica da seguinte forma:

Novamente é preciso descobrir a quantidade de dias entre a data de compra e o recebimento do segundo cupom. Neste caso, há um intervalo de 242 dias.

Para 274 dias de aplicação, a alíquota do IR é de 20%. Diante disso, aplica-se a fórmula. Veja:

Neste caso, dos R$ 66,96 serão deduzidos R$13,39 de IR.

Os exemplos utilizados consideraram o IPCA zero. Como as NTN-B’s são indexadas ao IPCA, no caso de um IPCA diferente de zero, ele atingiria o valor do cupom e o valor do VNA, o que impacta proporcionalmente todas as taxas e impostos.

A parte 5 da série NTN-B explicará a relação entre taxa de compra e preço do título. Além disto, será finalizada com explicações sobre como encontrar as rentabilidades bruta e líquida da NTN-B.

Artigo em parceria com Miguel Longuini, graduando em Administração de Empresas pela FGV-EAESP e Diretor Administrativo/Financeiro da Consultoria Júnior de Economia (CJE) da FGV.

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